Cientistas dos EUA propõem câmera infravermelha com inteligência artificial para detectar possíveis UFOs nos céus da Terra

Pesquisadores do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, em parceria com o Projeto Galileo, propuseram uma câmera chamada Dalek, equipada com inteligência artificial e sensores infravermelhos, para monitorar o céu em busca de possíveis sinais de espaçonaves extraterrestres, conforme apresentado na Conferência de Ciência Lunar e Planetária de 2025 e divulgado pelo site ScienceAlert.

Observatório busca sinais que escapam aos sensores militares

Liderado pela pesquisadora Laura Domine, o estudo sugere o uso de uma câmera de observação em 360º com oito sensores infravermelhos FLIR Boson 640, posicionada em terra, para rastrear objetos aéreos de forma contínua. A iniciativa surge como resposta à escassez de dados científicos públicos sobre UFOs, muitas vezes restritos por sigilo militar nos Estados Unidos.

A proposta se baseia em recomendações da NASA, feitas em 2023, que apontavam a necessidade de sensores específicos capazes de reagir em milissegundos e operar em múltiplas faixas espectrais — como óptica, infravermelha, rádio e até áudio — para capturar informações mais completas sobre objetos aéreos desconhecidos.

Análise automatizada detecta milhares de objetos por mês

De acordo com o professor Avi Loeb, também envolvido no projeto, os três observatórios operados pelo Galileo Project — localizados em Harvard, Pensilvânia e Nevada — identificam cerca de 100 mil objetos por mês cada. O sistema utiliza inteligência artificial para filtrar e analisar os dados, com base em dois algoritmos principais: o YOLO, voltado para a detecção de objetos, e o SORT, responsável por reconstruir suas trajetórias.

Durante os primeiros cinco meses de operação da câmera Dalek, foram registradas aproximadamente 500 mil trajetórias de objetos aéreos, das quais 80 mil foram consideradas fora do padrão e examinadas manualmente. Dentre essas, 144 permanecem ambíguas, sem explicação clara, mesmo após análise com imagens infravermelhas — embora os pesquisadores ressaltem que provavelmente se tratam de objetos comuns sem dados suficientes para identificação.

Sistema será aprimorado para estimar distâncias e velocidades

Um dos principais desafios atuais é a ausência de estimativas de distância, o que limita o cálculo da velocidade e aceleração dos objetos. Os pesquisadores planejam resolver isso por meio de triangulação com múltiplos sensores, o que permitiria identificar com mais precisão possíveis comportamentos anômalos.

Em comparação, estudos confidenciais realizados por agências do governo dos EUA, como o AARO (All-domain Anomaly Resolution Office), apontaram que cerca de 3% dos casos investigados permanecem sem explicação, taxa próxima à registrada pelo Galileo Project — mesmo com limitações tecnológicas.

Buscando pistas de vida inteligente

Para Loeb, mesmo que apenas um objeto em um milhão apresente características além das tecnologias humanas conhecidas, isso já justificaria todo o esforço, pois poderia representar a maior descoberta científica da história: a existência de uma civilização extraterrestre tecnicamente avançada.

A pesquisa completa foi publicada na revista científica Sensors e também apresentada na Lunar and Planetary Science Conference de 2025.

Implicações para a ufologia

Apesar do foco científico e tecnológico, esse novo sistema representa um avanço significativo na busca por evidências concretas sobre UFOs. A possibilidade de monitorar o céu com sensores específicos e algoritmos dedicados pode abrir caminho para investigações mais transparentes e rigorosas, algo que há muito tempo é reivindicado por estudiosos do fenômeno.

Fontes:
ScienceAlert
[Galileo Project – Paper apresentado na LPSC 2025 (PDF)]

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