O pesquisador francês Jacques Vallée concedeu uma extensa entrevista ao jornalista Ross Coulthart no programa Reality Check, da NewsNation, em Paris. Reconhecido mundialmente por seu trabalho pioneiro no estudo de fenômenos aéreos não identificados (UAPs), Vallée abordou temas como programas militares secretos de recuperação de objetos, hipóteses sobre inteligências não humanas (INH), experiências pessoais com UAPs e a influência desses fenômenos na cultura e na ciência. Durante a conversa, Vallée destacou seu envolvimento com o projeto Blue Book, sua colaboração com Robert Bigelow e o lançamento do sexto volume da série “Ciência Proibida”, intitulado Scattered Castles.
Nome | Cargo/Atuação | Cidade | Programa/Instituição |
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Jacques Vallée | Cientista, autor e investidor | Paris/San Francisco | Projeto Blue Book, NIDS, BASS |
Ross Coulthart | Jornalista e apresentador | Sydney | Reality Check – NewsNation |
Robert Bigelow | Empresário e pesquisador | Las Vegas | NIDS, Bigelow Aerospace Advanced Space Studies (BASS) |
Gary Nolan | Professor de Imunologia, Universidade Stanford | Califórnia | Estudos sobre UAPs |
Dr. Colm Kelleher | Pesquisador e administrador científico | Estados Unidos | NIDS, BASS |
Programas de recuperação de UAPs
A entrevista revela que cientistas e ex-oficiais de inteligência norte-americanos acreditam na existência de programas secretos de recuperação e engenharia reversa de UAPs. Vallée, embora cauteloso em oferecer uma confirmação direta, declarou confiar nas pessoas envolvidas nesses relatos. Ele enfatizou que há indícios desde os anos 1970 de que os Estados Unidos mantêm objetos recuperados, mas que as investigações careciam de evidências laboratoriais devido à ausência de testemunhas diretas em muitos casos.
“Não posso afirmar categoricamente, mas confio nos relatos que recebo de pessoas com credibilidade,” disse Vallée sobre a existência desses programas.
Conhecimento do governo francês sobre UAPs
Segundo Vallée, autoridades francesas têm ciência de que os EUA ocultam informações sobre os UAPs, mas por razões distintas. Na década de 1960, o contato de Vallée na Força Aérea Francesa consultou a embaixada americana, que respondeu que o momento geopolítico, marcado pela Guerra Fria, não comportava a colaboração nesse tema. Essa resposta levou a França a criar, ainda nos anos 1970, um escritório formal para investigar UAPs: o GEPAN (hoje GEIPAN), vinculado à agência espacial CNES.
“A decisão de manter o estudo foi motivada não pela certeza do fenômeno, mas pelo receio de que a população suspeitasse de encobrimento,” explicou Vallée.
Hipóteses sobre inteligências não humanas
Ao longo da entrevista, Vallée afirmou que não acredita exclusivamente na hipótese extraterrestre para explicar os UAPs. Segundo ele, os fenômenos parecem operar fora das dimensões convencionais de tempo e espaço e sugerem um tipo de inteligência interdimensional ou intraterrestre com intenção de influenciar a consciência e a cultura humanas.
“Se estivermos lidando com um sistema de controle, ele pode ser tanto fechado quanto pedagógico, como uma universidade,” afirmou Vallée.
A teoria é reforçada por um trecho citado do colega Colm Kelleher, que defende a ideia de uma inteligência parasitária antiga atuando na Terra há milênios.
Encobrimentos e coleta de dados
Vallée relatou episódios em que militares foram abordados por civis em trajes escuros, que recolheram dados e impuseram sigilos após encontros com UAPs, como no caso de uma aeronave dos EUA interceptada no Mediterrâneo em 1993. Ele se referiu à existência de um sistema de “névoa deliberada” em torno do fenômeno, onde dados são confiscados sem registro oficial, violando protocolos de segurança militar.
“O papel de confisco não tinha assinatura. Isso é uma violação das regras,” denunciou.
Experiências pessoais com o fenômeno
Vallée revelou que viu um UAP ainda adolescente, em plena luz do dia, e descreveu o objeto como um disco com cúpula. Mais tarde, participou de investigações de campo em diversos países, incluindo França, Rússia e Estados Unidos. Também mencionou relatos de aparições e experiências místicas que contribuem para sua postura aberta a múltiplas interpretações do fenômeno.
O papel da religião e as consequências da revelação
O cientista reconheceu que muitos militares de alta patente têm convicções religiosas profundas que interferem no avanço das pesquisas. Ele mesmo diz respeitar essas perspectivas e acredita que uma revelação precipitada pode causar sérios impactos sociais e espirituais. Vallée alertou que o fenômeno, por vezes, causa danos físicos, inclusive mortes, embora não atribua intenção homicida direta.
“Se vamos batalhar contra o mal, é melhor conhecer os brinquedos dele,” escreveu Vallée em referência às manifestações mais sombrias do fenômeno.
A hipótese da manipulação internacional
Em sua conversa com Coulthart, Vallée mostrou ceticismo em relação à existência de um grupo supranacional que controla a informação sobre UAPs. Para ele, o que existe é uma rede descentralizada de interesses financeiros, científicos e políticos que dificulta o avanço das investigações por competição, falta de transparência e desorganização.
“Há uma impressão de grande mistério, mas geralmente é só caos e conflito entre interesses,” avaliou.
Ciência da informação e futuro da pesquisa
Vallée destacou que o projeto financiado por Bigelow estava próximo de implementar ferramentas de inteligência artificial para processar grandes volumes de dados sobre UAPs, mas foi abruptamente encerrado. Ele lamenta que a física da informação — chave para compreender fenômenos complexos — ainda não seja tratada com a devida seriedade pela academia.
“Construímos uma grande máquina de informação. Ela começaria a nos dar respostas quando foi cortada,” revelou.
Fontes
https://www.youtube.com/watch?v=RqptVKs7wbc
https://www.newsnationnow.com/podcasts-newsnation/reality-check-with-ross-coulthart/
https://www.newsnationnow.com/