Líquens poloneses sobrevivem a simulação extrema de Marte e desafiam ideias sobre vida no planeta vermelho

Pesquisadores da Universidade Jaguelônica, na Polônia, demonstraram que líquens terrestres conseguiram permanecer metabolicamente ativos mesmo após exposição a radiações e condições extremas simuladas de Marte, segundo estudo publicado em 31 de março de 2025 na revista IMA Fungus. A pesquisa desafia premissas antigas sobre a habitabilidade marciana e abre novas perspectivas para a astrobiologia.

Longevidade e resistência dos líquens

O experimento revelou a notável resiliência do líquen Diploschistes muscorum, capaz de manter suas funções metabólicas mesmo sob radiação ionizante, baixas temperaturas e pressão atmosférica reduzida — condições comuns na superfície marciana. O segredo está em sua estrutura simbiótica: uma parceria entre fungos e algas (ou cianobactérias), em que o fungo fornece nutrientes à alga, que por sua vez realiza fotossíntese e sustenta o fungo.

Mesmo após um ano simulado de exposição a radiação de raios-X, inspirada em períodos de intensa atividade solar, o componente fúngico do líquen mostrou sinais claros de defesa ativa e funcionamento biológico. Isso oferece novas pistas sobre mecanismos naturais de resistência à radiação em organismos vivos.

Experimento em condições marcianas

A equipe utilizou duas espécies de líquens com características distintas: Diploschistes muscorum e Cetraria aculeata. As amostras foram submetidas por cinco horas a um ambiente simulado que reproduziu a atmosfera, a pressão, as variações de temperatura e os níveis de radiação da superfície de Marte. Os resultados indicaram que D. muscorum foi particularmente eficaz em resistir à simulação, graças, possivelmente, aos seus depósitos cristalinos.

Essas descobertas reforçam a ideia de que líquens, conhecidos por colonizar ambientes inóspitos na Terra, também podem ser utilizados como indicadores da habitabilidade de outros planetas.

Colonização microbiana em Marte

Os líquens têm a capacidade de se fixar em substratos pobres em nutrientes, enriquecendo o solo para futuras formas de vida. Essa habilidade, combinada com a resistência à radiação, os torna candidatos ideais para experimentos futuros de colonização biológica fora da Terra.

Segundo a autora principal do estudo, Kaja Skubala, os próximos passos incluem investigar com mais profundidade os mecanismos de resistência dos líquens à radiação e testar seu comportamento diretamente na superfície marciana.

Conexão com a ufologia

A possibilidade de vida microbiana resistente em Marte amplia o escopo das investigações sobre UFOs e civilizações extraterrestres. Se formas simples de vida conseguem sobreviver nas condições atuais do planeta vermelho, torna-se mais plausível a existência de estruturas biológicas ou tecnológicas originadas em ambientes extremos fora da Terra. Estudos como esse fornecem suporte científico para teorias que buscam entender a presença de UFOs como parte de um ecossistema cósmico mais complexo do que o imaginado.

Fonte:
The Debrief – Life on Mars? Hardy Lichen Offers New Clues After Thriving in Simulated Martian Hellscape

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