Os avistamentos de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) no Japão ganharam destaque internacional com a recente formação de um grupo de legisladores japoneses dedicado à investigação do fenômeno. Esta iniciativa surgiu menos de um ano após o Departamento de Defesa dos Estados Unidos classificar a região, que se estende do oeste do Japão até a China, como um “hotspot” para avistamentos de fenômenos aéreos não identificados (UAP, na sigla em inglês).
O Grupo de Investigação e Seus Objetivos
Um grupo não-partidário, que inclui mais de 80 membros, entre eles ex-ministros da defesa, está pressionando o Japão a melhorar suas capacidades de detecção e análise desses fenômenos. O objetivo é alinhar a percepção doméstica dos UAPs com a de seus aliados americanos, especialmente após uma série de sustos relacionados a operações de vigilância suspeitas. De acordo com Yasukazu Hamada, ex-ministro da defesa japonês, ignorar esses fenômenos é uma atitude irresponsável, já que podem representar uma ameaça significativa à segurança nacional.
Incidentes Recentes e a Reação do Governo
A formação do grupo de investigação foi motivada por incidentes recentes, como a disseminação de filmagens não autorizadas de um destróier de helicópteros japonês nas redes sociais chinesas após uma aparente intrusão de drone. O Ministério da Defesa do Japão também presumiu que objetos voadores avistados nos céus japoneses nos últimos anos eram balões de vigilância enviados pela China.
Alinhamento com a Política dos EUA
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos estabeleceu, em 2022, o Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios (AARO) para investigar UAPs. Este escritório lançou um site para fornecer informações desclassificadas ao público. Um relatório da AARO identificou a região que se estende do oeste do Japão até a China como um “hotspot” para avistamentos de UAPs entre 1996 e 2023. Embora o relatório não encontrasse evidências de tecnologia alienígena ou tentativas do governo dos EUA de ocultá-la, recomendou um maior esforço de inteligência e cooperação entre Japão e Estados Unidos.
Posicionamentos de Especialistas e Acontecimentos Recentes
Christopher Mellon, um especialista em UAP e ex-oficial de inteligência dos EUA, elogiou a formação do grupo japonês. Ele destacou que as armas não tripuladas e a inteligência artificial estão criando novos desafios significativos, como demonstrado pela guerra na Ucrânia. Nos Estados Unidos, o interesse do Congresso em UAPs tem crescido. No verão passado, um subcomitê da Câmara realizou uma audiência pública com a presença de um ex-oficial de inteligência e dois pilotos que compartilharam suas experiências com UAPs. Além disso, um grupo independente de cientistas e especialistas, convocado pela NASA, concluiu em setembro que não há evidências de que UAPs sejam de natureza extraterrestre, mas enfatizou a necessidade de melhores dados para compreender alguns encontros que ainda desafiam explicações.