Recentemente, o The Black Vault trouxe à tona dois conjuntos de documentos importantes obtidos através de solicitações FOIA (Lei de Liberdade de Informação dos EUA). O primeiro conjunto foi liberado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), ou Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, revelando interações da agência com investigações de UAP (Fenômenos Aéreos Não Identificados). O segundo está relacionado à longa batalha em torno dos programas Advanced Aerospace Threat Identification Program (AATIP), que significa “Programa de Identificação de Ameaças Aeroespaciais Avançadas”, e Advanced Aerospace Weapon System Applications Program (AAWSAP), o “Programa de Aplicações de Sistemas de Armas Aeroespaciais Avançadas”, que gerou polêmica dentro e fora das agências de defesa dos Estados Unidos.
Em resposta a uma solicitação FOIA feita pelo The Black Vault em abril de 2024, a NOAA divulgou correspondências anteriormente liberadas que envolvem o Unidentified Aerial Phenomena Task Force (UAPTF), que é a “Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados”, e o All-domain Anomaly Resolution Office (AARO), o “Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios”. Apesar de não encontrar novos documentos diretamente relacionados ao pedido, a NOAA demonstrou uma cooperação rara ao compartilhar registros antigos.
Entre os documentos, um dos mais reveladores foi uma série de trocas de e-mails que descrevem as preocupações internas da NOAA com o impacto de balões amadores no rastreamento de UAPs. Termos como “sky trash” (lixo aéreo) foram usados para descrever o aumento de “clutter” no céu causado por balões, que interferem na análise dos dados de UAPs. Além disso, o material expõe discussões sobre reuniões com a Marinha dos EUA e os desafios de verificar a presença de balões meteorológicos em locais de avistamentos de UAPs.
Paralelamente, outro caso FOIA enfrentado pelo The Black Vault remonta a uma batalha iniciada em 2019. O pedido buscava documentos sobre uma revisão de 2009 dos programas AATIP e AAWSAP, conduzidos pelo Departamento de Defesa (DIA) e pelo Escritório do Secretário de Defesa (OSD). O governo inicialmente negou a existência de tais documentos, contradizendo declarações de oficiais da época.
A confusão entre os dois programas tem sido um ponto-chave. As siglas AATIP e AAWSAP foram usadas de forma intercambiável por várias figuras importantes, como Luis Elizondo e Hal Puthoff, contribuindo para a falta de clareza sobre a verdadeira natureza dessas iniciativas. Após apelação, o The Black Vault garantiu uma nova busca pelos documentos, trazendo à tona a complexidade das interações entre diferentes agências e a falta de transparência contínua.
Esses dois casos exemplificam tanto a cooperação quanto as barreiras encontradas na busca por informações relacionadas a UAPs e programas de defesa. A NOAA, embora não tenha respondido diretamente ao pedido, ofereceu detalhes valiosos sobre como o fenômeno dos UAPs é abordado dentro da agência. Já o caso AATIP/AAWSAP destaca como a burocracia e as narrativas conflitantes tornam a transparência ainda mais difícil de alcançar.
Referências e Fontes:
Para acessar os documentos originais, visite o The Black Vault: