Em uma audiência realizada pela Subcomissão de Assuntos Militares e Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, parlamentares e autoridades do Departamento de Defesa discutiram o que classificaram como um “surto de incursões de drones” sobre instalações militares americanas. Mas a descrição dos eventos aponta para algo muito mais grave e não dito: os objetos, em sua maioria, não foram identificados, não emitiram sinal, fizeram manobras complexas e desapareceram sem qualquer interceptação. Ou seja, são OVNIs — mas o termo foi evitado durante todo o evento.
“Se nossos adversários decidirem empregar drones para vigilância ou ataque, nós não estamos preparados para defender o território nacional.”
— Contra-Almirante Paul Spado, Estado-Maior Conjunto dos EUA
Apesar da linguagem diplomática, a audiência revelou uma realidade preocupante: os EUA enfrentam uma série de violações em seu espaço aéreo militar — e não sabem quem está por trás nem como reagir.
Principais autoridades citadas
Nome | Cargo | Cidade/Estado | Programa/Entidade |
---|---|---|---|
William Timmons | Presidente da Subcomissão | Carolina do Sul | Subcomissão de Assuntos Militares e Exteriores |
Raja Krishnamoorthi | Membro da Oposição (Ranking Member) | Virgínia | Subcomissão de Assuntos Militares e Exteriores |
Paul Spado | Contra-Almirante, Estado-Maior Conjunto (J3) | — | Departamento de Defesa (DoD) |
Mark Detliffson | Secretário Assistente Interino da Defesa | — | Defesa Interna e Assuntos Hemisféricos |
Gregory Guillot | General, Comandante do NORAD e Northern Command | — | Comando de Defesa Aeroespacial dos EUA |
Anna Paulina Luna | Deputada Federal | Flórida | Câmara dos Representantes |
Pete Maguire | Deputado Federal | Virgínia | Câmara dos Representantes |
Michael Cloud | Deputado Federal | Texas | Câmara dos Representantes |
Incursões em Langley duraram 17 dias: objetos sem identificação nem frequência
O caso mais grave discutido foi o da Base Aérea de Langley-Eustis, na Virgínia. Durante 17 dias seguidos, em dezembro de 2023, objetos sobrevoaram a base que abriga os caças furtivos F-22 Raptor. Nenhuma interceptação foi realizada. Nenhuma origem foi atribuída. Nenhum operador foi preso.
“Esses objetos demonstraram manobras aéreas complexas e não transmitiam em frequências conhecidas.”
— Deputado Raja Krishnamoorthi
“Foram os maiores e mais longos eventos do tipo já registrados.”
— Contra-Almirante Spado
350 objetos voadores desconhecidos sobre 100 bases em 2023
O general Gregory Guillot, comandante do NORAD e do US Northern Command, revelou o dado mais alarmante: 350 ocorrências de sobrevoos não identificados sobre instalações militares americanas ao longo de 2023.
“Isso representa 350 potenciais violações de segurança nacional — que sabemos.”
A linguagem oficial os tratou como “drones”, mas em diversos momentos da audiência os próprios oficiais admitiram que não sabiam quem pilotava, de onde vinham ou com que objetivo estavam ali.
Falta de resposta: bases não podem agir sem permissão
Comandantes de base militar nos EUA, mesmo diante desses eventos, não têm autonomia para agir — a menos que provem ‘intenção hostil’, o que é praticamente impossível sem saber quem está pilotando o objeto. Bases não classificadas como “instalações cobertas” pela seção 130i do Código de Defesa sequer podem derrubar ou interferir em drones, mesmo sobre seu espaço aéreo.
“Você tem que ser observado, atacado, e só então pedir permissão para reagir. Isso é inaceitável.”
— Deputado Maguire
“O comandante não pode deter alguém com um drone a 500 metros da base. Tem que chamar a polícia.”
— Contra-Almirante Spado
Silêncio sobre OVNIs: a palavra que nunca foi dita
Durante mais de duas horas de audiência, nem uma vez os termos “OVNI” ou “fenômeno aéreo não identificado” (UAP) foram utilizados, apesar de todos os indícios descreverem justamente isso.
- Objetos sem origem
- Sem identificação eletrônica
- Sobre espaço aéreo restrito
- Sem interceptação possível
“Não se pode derrotar o que não se pode ver.”
— General Guillot
Deputada explode: “Jogue jogos idiotas, ganhe prêmios idiotas”
A deputada Anna Paulina Luna foi a única a romper o protocolo e exigir ação imediata:
“Se você voa drones não autorizados sobre instalações militares, deve esperar que ele seja abatido. Não espere que o Tio Sam pague por isso. Jogue jogos idiotas, ganhe prêmios idiotas.”
Ela afirmou que a administração anterior ignorou os riscos e que o Congresso atual precisa restaurar a coragem e a dissuasão estratégica, independentemente da burocracia.
Tecnologia de defesa obsoleta e orçamento mal distribuído
O deputado Michael Cloud apontou que o orçamento militar privilegia sistemas do passado, como caças, enquanto a defesa contra drones — ou OVNIs — continua precária.
“Estamos gastando com a guerra passada, e não com a ameaça real do presente.”
A maioria das bases não tem sensores para detectar drones modernos. O Departamento de Defesa depende de kits móveis de emergência (flyaway kits), enviados às pressas quando ocorre uma incursão.
Conclusão: silêncio sobre OVNIs expõe crise de soberania aérea
Ao evitar nomear o problema, o Congresso americano e o Departamento de Defesa admitem, indiretamente, que o país está sendo invadido por objetos voadores desconhecidos — e não consegue reagir.
Os EUA estão enfrentando uma ameaça aérea sistemática e não convencional, mas escolhem chamá-la de “drones” para não lidar com as implicações políticas, militares e existenciais de reconhecer o fenômeno como o que ele é: OVNI.