Estudo da Universidade Cornell conclui que engenharia reversa de OVNIs é inviável com os métodos atuais, mesmo com dados e materiais recuperados

Um estudo publicado por Karim Daghbouche na Journal of the Academy (Nova York) e hospedado no repositório da Universidade Cornell mostra que tentar decifrar a tecnologia de objetos voadores não identificados (OVNIs) é um problema computacionalmente intratável. A análise considera que, mesmo com dados observacionais confiáveis e materiais supostamente recuperados, os esforços para engenharia reversa dessas tecnologias esbarram em limitações fundamentais da ciência da computação.

OVNIs e a barreira da complexidade computacional

O artigo, intitulado “Computational Complexity of UAP Reverse Engineering: A Formal Analysis of Automaton Identification and Data Complexity”, classifica a engenharia reversa de fenômenos aéreos não identificados (UAPs, na sigla em inglês) como um problema NP-completo. Isso significa que, na prática, mesmo computadores poderosos seriam incapazes de resolver o problema em tempo viável.

Daghbouche modela o desafio como um problema de identificação de autômatos — sistemas abstratos que representam o comportamento de máquinas complexas. Com base nessa modelagem, ele afirma que a combinação de dados fragmentados, ausência de um arcabouço teórico e tecnologias potencialmente desconhecidas torna impossível reconstruir os mecanismos internos desses objetos, como materiais isotopicamente engenheirados ou sistemas de propulsão não convencionais.

“Mesmo que as observações dos UAPs fossem reprodutíveis, a ausência de uma teoria abrangente garante que a engenharia reversa continue sendo intratável”, explica o pesquisador no estudo.

Comparação com a pré-história tecnológica

O autor utiliza uma analogia impactante para ilustrar o abismo tecnológico entre os observadores humanos e os objetos voadores: tentar decifrar um OVNI hoje seria como entregar um smartphone moderno a um homem das cavernas. Ele não teria nem os conceitos nem as ferramentas para entender o objeto, muito menos para reproduzi-lo.

Implicações para políticas e investimentos

Além das limitações técnicas, o estudo aponta que essa complexidade coloca em xeque a viabilidade de projetos governamentais e privados voltados à engenharia reversa de UAPs, afetando desde investimentos em tecnologia até questões de transparência pública.

“A incerteza técnica compromete a viabilidade dos projetos e levanta dúvidas sobre a transparência em torno dessas iniciativas”, conclui o artigo.

Fontes

https://doi.org/10.48550/arXiv.2505.00051

Compartilhar

Relacionadas