No último dia do UAP Hackathon 2025, realizado a bordo do lendário porta-aviões USS Hornet, na Califórnia, um painel especial reuniu Jesse Michels, Daniel Sheehan, Peter Skafish e Marilyn Ma para discutir os desafios da comercialização de tecnologias relacionadas a fenômenos aéreos não identificados (UAPs). O encontro marcou o encerramento da maratona tecnológica que, entre os dias 18 e 20 de abril, mobilizou cientistas, engenheiros e entusiastas da ufologia para pensar formas inovadoras de investigar esses fenômenos.
Com críticas contundentes à centralização econômica e à militarização do conhecimento, os palestrantes defenderam que a tecnologia emergente — como antigravidade, neurotecnologia e sensores avançados — só deve ser desenvolvida com base em princípios éticos e voltada para o benefício coletivo.
Nome | Cargo | Cidade / País | Programa / Contexto |
---|---|---|---|
Jesse Michels | Comunicador e documentarista | EUA | Painel de encerramento do UAP Hackathon |
Daniel Sheehan | Advogado constitucional e ativista | EUA | Painel de encerramento do UAP Hackathon |
Peter Skafish | Antropólogo e acadêmico | EUA | Painel de encerramento do UAP Hackathon |
Marilyn Ma | Empreendedora de tecnologia | EUA | Painel de encerramento do UAP Hackathon |
Carl Nell | Coronel aposentado e executivo aeroespacial | EUA | Coautor do UAP Disclosure Act |
“A espécie humana precisa de coesão”
Durante o painel, Daniel Sheehan fez duras críticas ao modelo de “segurança nacional” que historicamente encobriu o fenômeno UAP nos EUA. Ele afirmou que o nacionalismo e a busca por supremacia militar devem dar lugar a uma governança planetária cooperativa:
“Temos que nos ver como uma cultura planetária diante de outras espécies inteligentes”, declarou, referindo-se à possibilidade de contato com civilizações não humanas.
Peter Skafish, antropólogo e diretor da Sol Foundation, alertou para os riscos do idealismo excessivo na área e pediu pragmatismo. “Mesmo que a existência dos UAPs se comprove, todos os outros problemas da humanidade continuarão existindo”, afirmou, citando a crise climática, a desigualdade e o risco de guerra nuclear.
Open-source, IA e responsabilidade coletiva
Marilyn Ma, fundadora de startups de tecnologia, contou como ingressou no campo da ufologia a partir da curiosidade por vídeos de orbes e destacou o potencial do modelo open-source para descentralizar a pesquisa sobre UAPs. Para ela, a abertura dos dados é essencial — desde que venha acompanhada de protocolos de segurança para evitar o uso militar das descobertas.
Já Jesse Michels, que tem se destacado por documentar os bastidores do Disclosure, ajudou a mediar o debate, propondo uma reflexão sobre o papel da sociedade civil e a urgência de um novo modelo de financiamento científico.
“Você pode ganhar dinheiro e ainda assim fazer o bem. Mas o sistema econômico global precisa mudar”, resumiu.
UAP Disclosure Act e a retomada das tecnologias
O painel também abordou o UAP Disclosure Act, legislação que está sendo articulada para garantir transparência e controle sobre as tecnologias recuperadas ou desenvolvidas com base em UAPs. Carl Nell, ex-coronel do Exército e executivo da indústria aeroespacial, foi citado como coautor da proposta, que busca impedir que corporações privadas escondam tecnologias de potencial impacto civilizacional.
“Se não houver uma estrutura institucional dedicada, a revelação total nunca vai acontecer”, alertou Skafish.
Legado do Hackathon
O painel de encerramento refletiu o espírito geral do evento: uma mistura de ciência de ponta, ética e ambição coletiva. A bordo do USS Hornet, o UAP Hackathon conseguiu conectar disciplinas diversas — da física à psionia — com um propósito em comum: entender o que há por trás dos UAPs de forma aberta, científica e colaborativa.