Cientista acusa Força Aérea dos EUA de sabotar investigações sobre óvnis desde a Guerra Fria, em entrevista ao Reality Check

A Força Aérea dos Estados Unidos teria sistematicamente obstruído investigações sobre objetos voadores não identificados (UAPs) desde a década de 1950, com o objetivo de manter o controle da narrativa pública e ocultar possíveis ameaças à segurança nacional. A acusação foi feita por Mark Rodeghier, presidente e diretor científico do Centro J. Allen Hynek de Estudos sobre Óvnis (CUFOS), em entrevista ao jornalista Ross Coulthart, no programa Reality Check, do canal NewsNation.

Segundo Rodeghier, não há dúvidas de que a Força Aérea interferiu diretamente nas investigações sobre o fenômeno, especialmente após o painel Robertson, de 1953, que orientou as autoridades a descredibilizarem relatos de avistamentos. O cientista, que estuda o tema há mais de 50 anos, destaca que a motivação da sabotagem era política e estratégica, relacionada ao contexto da Guerra Fria.

“A partir de 1953, com o projeto Blue Book, a Força Aérea passou a tratar o tema como propaganda, não como ciência”, afirmou Rodeghier. “Eles queriam controlar a percepção pública, não entender o fenômeno.”

Missão em Roswell e relatos militares abafados

Rodeghier participou pessoalmente de uma missão do CUFOS a Roswell, no Novo México, na década de 1980. Ele entrevistou militares que estiveram no local do suposto acidente de um objeto não identificado, em 1947. Um dos entrevistados, Bill Rickett, afirmou ter visto destroços metálicos “impossíveis de dobrar ou quebrar”, o que contradiz a explicação oficial da Força Aérea, que atribuiu o episódio ao projeto Mogul, um balão de vigilância nuclear soviética.

“Rickett disse que, ao retornar da cena, seu superior o instruiu a mentir, alegando que tinham passado o dia todo no escritório”, contou Rodeghier.

Apesar disso, o cientista afirma não acreditar que corpos de seres não humanos tenham sido recuperados em Roswell, mas sim que os destroços continham materiais de origem desconhecida, cuja composição ainda desafia explicações convencionais.

Caso Helicóptero Coyne: interferência inexplicável

Entre os casos mais impactantes para Rodeghier está o “Caso do Helicóptero Coyne”, ocorrido em 1973 em Ohio, nos EUA. Quatro militares da Guarda Nacional relataram ter perdido o controle da aeronave após a aproximação de um objeto alongado e esverdeado. O helicóptero teria subido centenas de metros sem que os pilotos acionassem os controles, e a bússola da aeronave continuou girando mesmo após o pouso.

“Eles não apenas viram o objeto, mas passaram por efeitos físicos, e ainda houve testemunhas em solo. É um caso extraordinário”, afirmou.

Governo reconhece mistério, mas transparência ainda é limitada

Rodeghier destacou que a partir de 2017, com o reconhecimento oficial do fenômeno por parte do governo dos EUA, houve uma mudança significativa na abordagem. O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional e o grupo AARO passaram a tratar o tema com mais seriedade, reconhecendo que os UAPs representam riscos à segurança aérea e à defesa nacional.

Contudo, o cientista defende que o ideal seria que uma agência civil conduzisse as investigações, em vez de estruturas militares, por questões de transparência e independência.

Fenômeno inteligente e evasivo

A entrevista também abordou a hipótese de que o fenômeno seja intencionalmente evasivo e manipulador, capaz de se disfarçar ou se apresentar seletivamente. Rodeghier mencionou relatos em que apenas uma pessoa, entre centenas, conseguiu ver um objeto estranho no céu, o que levanta suspeitas sobre um possível controle de percepção pela inteligência por trás dos UAPs.

“Se estamos lidando com uma inteligência não humana, temos que considerar que ela está ativa e pode frustrar nossos esforços de investigação”, disse Rodeghier.

Abduções: casos reais, embora não compreendidos

O cientista também comentou sua pesquisa sobre abduções. Ele acredita que muitos relatos não são delírios ou fraudes, mas sim experiências reais e intensas, vividas por pessoas comuns e mentalmente saudáveis. Embora ainda sem provas materiais, alguns casos são tão consistentes que não podem ser descartados.

“Há uma minoria de casos que não conseguimos explicar com psicologia ou fisiologia. Algo aconteceu com essas pessoas”, afirmou.

A difícil prova definitiva

Ao final da conversa, Coulthart questionou qual seria o nível de prova necessário para que a ciência aceite oficialmente a existência de uma inteligência não humana. Rodeghier foi categórico:

“Uma nave pousando e um ser saindo dela seria uma prova definitiva. Fora isso, será sempre difícil convencer o mundo apenas com imagens ou testemunhos.”

Apesar das dificuldades, Rodeghier se mantém otimista com os avanços recentes e acredita que o Congresso dos EUA pode ser uma peça-chave para forçar maior transparência governamental sobre o tema.


Fontes

https://youtu.be/UVr9q1ShoVU?si=HMADSSVwBy-4xloJ
https://www.youtube.com/watch?si=feIL3_ZE5gpY9wFT&v=q38SwPmObho&feature=youtu.be
https://www.newsnationnow.com/podcasts-newsnation/reality-check-with-ross-coulthart/
https://www.newsnationnow.com/

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