No episódio mais recente do podcast Mayim Bialik’s Breakdown, a atriz e neurocientista, conhecida por seus papéis em Big Bang Theory e Blossom, recebeu o astrofísico e autor Adam Frank para debater as perguntas que há séculos instigam a humanidade: UAPs (fenômenos aéreos não identificados) são reais? Avistamentos extraterrestres podem mesmo acontecer na Terra? Há explicações científicas para isso? Civilizações parecidas com a nossa podem existir em outros planetas?
Frank, autor do livro The Little Book of Aliens, foi direto: a ciência ainda não pode afirmar com certeza se estamos sós no universo — mas todas as evidências apontam para o contrário. Segundo ele, já se sabe que cada estrela visível no céu possui um sistema planetário e que 20% desses planetas estão na chamada “zona habitável”, com condições para a existência de água líquida — ingrediente essencial para a vida como conhecemos.
“Há cerca de 10 bilhões de trilhões de planetas habitáveis no universo. Para que sejamos os únicos, todos os outros experimentos da natureza teriam que ter falhado. Isso é altamente improvável”, afirmou o cientista.
UAPs e avistamentos extraterrestres: ciência ou ilusão?
Sobre os UAPs, Frank demonstrou ceticismo. Ele defende que o tema seja estudado com seriedade, mas reforça que não há, até agora, nenhum dado que atenda aos padrões científicos de evidência. Segundo ele, os vídeos divulgados por militares dos EUA com supostas “naves” não identificadas não trazem informações suficientes para concluir que se tratam de tecnologias de origem alienígena.
“Há décadas de rumores dentro de círculos militares e de inteligência, mas quando se pede evidência concreta, tudo se resume a relatos de segunda ou terceira mão. Isso não é ciência”, criticou.
Frank também desmistificou o argumento de que o governo esconde provas: “Se o governo mente ou não, isso não muda a realidade física dos fatos. Um dragão no porão não existe só porque alguém disse que ouviu falar.”
Civilizações parecidas com a humana são possíveis?
Sim — e mais do que possíveis. A questão central, segundo Frank, é entender quais são as condições para que a vida evolua até chegar à complexidade de uma civilização tecnológica. Ele detalha o papel fundamental do oxigênio, das placas tectônicas e da fotossíntese para que a vida avançada surgisse na Terra. Esses fatores, embora complexos, não são necessariamente exclusivos do nosso planeta.
Além disso, a ciência já consegue detectar bioassinaturas (indícios de vida) e tecnoassinaturas (indícios de civilizações tecnológicas) em exoplanetas distantes, analisando suas atmosferas, presença de gases industriais, poluição luminosa e até sinais de satélites.
“Temos a tecnologia para enxergar a composição da atmosfera de mundos a 40 anos-luz de distância. Isso é simplesmente espantoso.”
Por que não fomos contatados ainda?
Frank explica que o universo é gigantesco e que a distância entre estrelas torna improvável qualquer contato direto, mesmo que civilizações existam. Além disso, pode ser que elas tenham surgido há milhões de anos e já tenham desaparecido. A própria civilização humana, segundo ele, pode durar pouco — e outras podem já ter vindo e ido embora sem deixar vestígios detectáveis.
“A Terra poderia ter sido visitada por alienígenas há um bilhão de anos, e hoje não haveria qualquer traço disso.”
A entrevista ainda abordou os impactos filosóficos, espirituais e culturais da busca por vida fora da Terra, as limitações das percepções humanas e o papel da ciência diante do desconhecido. O episódio completo está disponível no canal do YouTube uapnewscenter.
Fontes
https://www.youtube.com/watch?v=bsEu0bryabI
https://www.bialikbreakdown.com
https://www.adamfrankscience.com