Em uma longa sessão de perguntas e respostas do programa Reality Check, o jornalista investigativo australiano Ross Coulthart fez uma das declarações mais diretas de sua carreira: segundo fontes que ele considera confiáveis, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Dick Cheney teria sido uma figura central em um suposto “Legacy Program”, um programa ultrassecreto ligado à recuperação e ao estudo de tecnologia de origem não humana.
Coulthart relatou que recebeu, de um insider, o que seria um número pessoal de Cheney, apontado como o “chefe máximo” de um grupo que teria autoridade final sobre decisões de sigilo envolvendo UAP (Fenômenos Anômalos Não Identificados). Ele afirma que chegou a ligar para o número, ouviu a voz de Cheney ao atender, mas desligou imediatamente, tomado pelo choque e pelo receio de expor prematuramente suas intenções jornalísticas.
Ao longo da conversa, Coulthart reforçou que esse suposto grupo de controle não funcionaria como um órgão formal e visível do governo. A estrutura, segundo ele, operaria paralelamente às instituições tradicionais, selecionando cuidadosamente cientistas, militares e técnicos que permanecem por longos períodos em cargos estratégicos. O objetivo seria manter a continuidade do segredo, independentemente de mudanças presidenciais ou de chefias em agências como a CIA ou a Defesa.
O jornalista também afirmou que nem todos os presidentes dos EUA teriam sido plenamente informados. Mesmo figuras centrais da segurança nacional poderiam receber apenas informações parciais. Ele citou, por exemplo, dúvidas sobre o grau de acesso de conselheiros atuais e reforçou que a compartimentação extrema seria uma característica central desse sistema.
Além do foco em Cheney, Coulthart abordou outros temas sensíveis, sempre deixando claro quando estava no campo da especulação. Ele falou sobre teorias envolvendo inteligência artificial, experiências de quase morte e relatos de contato com NHI (inteligência não humana), mas fez questão de enfatizar que não há comprovação factual para essas narrativas mais extraordinárias, tratando-as como relatos que circulam entre fontes e o público interessado.
Sobre a chamada “divulgação” (disclosure, ou divulgação oficial de informações antes secretas), Coulthart foi cético quanto a anúncios espetaculares no curto prazo. Segundo ele, não existe atualmente um plano claro dentro do governo norte-americano para uma revelação total. O processo, se ocorrer, tende a ser gradual, fragmentado e marcado por resistência institucional.
Para o jornalista, o mundo já avançou mais do que muitos percebem: hoje há ex-agentes de inteligência, militares de alto escalão e membros do Congresso afirmando publicamente que os UAPs representam algo real e ainda não explicado, com características que desafiam a tecnologia conhecida. O grande impasse, segundo Coulthart, não é mais a existência do fenômeno, mas quem controla a informação e por quê.
A menção direta a Dick Cheney como possível figura-chave desse sistema, mesmo sem provas documentais apresentadas, adiciona um novo elemento ao debate global sobre transparência, poder e os limites da autoridade democrática diante de segredos de Estado mantidos por décadas.







