Vida Alienígena em Marte Pode Existir sob Camadas de Gelo, Sugere Estudo

Um estudo recente liderado por Aditya Khuller, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, sugere que condições para fotossíntese em Marte podem existir sob camadas de gelo empoeirado nas latitudes médias do planeta. Segundo o artigo publicado no Nature Communications Earth & Environment, esse gelo poderia bloquear a radiação ultravioleta prejudicial e, ao mesmo tempo, permitir que luz suficiente atravesse, criando “zonas radiativas habitáveis” — áreas que poderiam sustentar vida microbiana.

Gelo como Proteção e Fonte de Energia

Em Marte, a superfície é constantemente exposta à radiação UV devido à falta de uma atmosfera densa e um campo magnético funcional, o que torna a vida na superfície improvável. No entanto, o estudo sugere que o gelo empoeirado, presente em algumas regiões do planeta, pode proteger possíveis microorganismos dessa radiação e permitir a fotossíntese, processo que requer água e luz para produzir energia.

Simulações Apontam Possíveis Regiões para Buscar Vida

Os pesquisadores usaram simulações de computador e descobriram que pequenas quantidades de poeira no gelo podem permitir que ele derreta ligeiramente abaixo da superfície, criando microambientes com água líquida. Gelo menos poluído permitiria uma maior penetração de luz e a formação dessas zonas habitáveis entre 5 cm e 38 cm abaixo da superfície, e até 3,1 metros em áreas com gelo mais limpo.

Analogias com Fenômenos na Terra

O estudo compara essas zonas em Marte com “buracos de crioconita” encontrados em geleiras da Terra, como no Alasca. Nessas áreas, poeira e sedimentos aquecem o gelo e criam pequenos bolsões de água líquida que abrigam microorganismos. Esse fenômeno serve como um modelo para o que poderia ocorrer em Marte.

Próximos Passos

Khuller e sua equipe continuam a aprimorar simulações para mapear onde essas zonas habitáveis poderiam existir em Marte, e estão recriando condições similares em laboratório para estudar mais a fundo. As descobertas oferecem novos caminhos para futuras missões explorarem o Planeta Vermelho em busca de sinais de vida.

Para mais detalhes, acesse o artigo no Space.com.

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