A senadora norte-americana Kirsten Gillibrand (D-NY) voltou a colocar o tema dos fenômenos aéreos anômalos (UAPs) no centro do debate político em Washington, ao reiterar que metade dos casos registrados pelo Pentágono segue sem explicação conhecida e que o governo precisa tratar o assunto com mais transparência e rigor científico.
As declarações foram dadas entre 29 e 30 de outubro de 2025, em entrevistas e transmissões que antecedem o lançamento do documentário “The Age of Disclosure”, do qual a senadora participa.
Contexto político e institucional
Gillibrand é autora de uma das legislações que criaram o AARO (All-domain Anomaly Resolution Office), o escritório do Departamento de Defesa responsável por centralizar as investigações sobre objetos aéreos e subaquáticos não identificados.
Desde as audiências realizadas em novembro de 2024, a parlamentar vem defendendo que o tema seja tratado sob critérios técnicos, com prestação de contas pública e acompanhamento do Congresso.
Segundo ela, a busca por respostas não tem relação com crenças ou teorias, mas com segurança nacional e controle do espaço aéreo.
“Nosso papel é descobrir o que são esses fenômenos. Precisamos saber se são drones, tecnologias adversárias ou algo diferente”, disse a senadora à emissora WGRZ.
Novas declarações e dados atualizados
Durante a nova rodada de entrevistas, Gillibrand detalhou que cerca de 50% dos avistamentos analisados pelo Pentágono e pela AARO permanecem sem explicação.
“Metade pode ser atribuída a balões meteorológicos ou aeronaves conhecidas, mas os demais continuam sem identificação, e isso é preocupante”, afirmou.
Ela também mencionou a existência de acordos de confidencialidade firmados no Departamento de Defesa, possivelmente ligados a programas de pesquisa sobre materiais de origem desconhecida.
Segundo a senadora, “centenas de pessoas” teriam assinado formulários com cláusulas de sigilo extremo, o que motivou pedidos de auditoria legislativa sobre a real natureza dessas iniciativas.
Gillibrand enfatizou que, mesmo diante de alegações de acobertamento, a prioridade é compreender os riscos reais:
“Se for algo de outro mundo, é interessante, mas não motivo de pânico. O que importa é saber se estamos seguros e o que nossos pilotos estão encontrando.”
Novas medidas e ampliação do foco
Em paralelo às discussões sobre UAPs, a senadora vem relacionando o tema à defesa cibernética e antidrone dos Estados Unidos.
Durante recente audiência no Comitê de Serviços Armados do Senado, ela cobrou do secretário de Defesa Pete Hegseth respostas sobre a vulnerabilidade do país diante de incursões aéreas não identificadas e ataques digitais.
Gillibrand alertou que há cerca de 30 mil vagas abertas em funções de cibersegurança no Departamento de Defesa, e classificou como “inaceitável” o fato de drones não rastreados permanecerem sobrevoando bases e instalações militares.
Com base em sua atuação, o Congresso aprovou diretrizes que autorizam o abate de drones desconhecidos em áreas sensíveis, após episódios não esclarecidos em 2024 e 2025.
Repercussão e próximos passos
As novas declarações da senadora consolidam o tema dos UAPs como pauta de segurança estratégica e não apenas de interesse público.
Embora o Comitê de Serviços Armados do Senado não tenha realizado novas audiências sobre o assunto nesta semana, Gillibrand sinaliza que continuará pressionando por relatórios oficiais e acesso completo aos dados do AARO.
O documentário “The Age of Disclosure”, com lançamento marcado para 21 de novembro, promete ampliar a visibilidade do tema ao reunir legisladores, cientistas e ex-militares.
A senadora deve aproveitar o período de divulgação do filme para reintroduzir no Senado propostas de maior transparência sobre UAPs, conforme adiantaram assessores do seu gabinete à imprensa local.







