A busca por vida extraterrestre é uma das grandes questões da ciência moderna. Uma das formas de procurar por civilizações avançadas é identificar sinais de tecnologia alienígena, conhecidos como tecnossignaturas. Entre as várias propostas, a ideia de detectar grandes conjuntos de painéis solares ou estruturas como as Esferas de Dyson em torno de estrelas tem sido considerada. No entanto, novas pesquisas sugerem que essa não é uma estratégia eficaz.
O Conceito de Esferas de Dyson
Antes de mais nada, é importante entender o que são as Esferas de Dyson. Proposta pelo físico Freeman Dyson em 1960, essa estrutura teórica envolveria uma estrela com coletores solares gigantes para captar uma quantidade colossal de energia. A ideia é que uma civilização extremamente avançada, com uma demanda energética muito alta, poderia construir tais estruturas para sustentar suas necessidades.
Civilizações Menos Energéticas
No entanto, a pesquisa recente, liderada por Ravi Kopparapu do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, indica que civilizações alienígenas podem não necessitar de tamanha quantidade de energia. Kopparapu explica que, mesmo se a população humana se estabilizasse em 30 bilhões de pessoas com um alto padrão de vida, usando apenas energia solar, ainda assim usaríamos menos energia do que a quantidade de luz solar que atinge a Terra diariamente.
Para detectar painéis solares em um planeta a 30 anos-luz de distância, seria necessário que esses painéis cobrissem 23% da superfície de um planeta similar à Terra. Isso representaria uma quantidade enorme de energia, bem além do que qualquer civilização, conforme sugerem os estudos, realmente precisaria.
Avanços Tecnológicos e Energia
Vincent Kofman, coautor do estudo e pesquisador na NASA e na American University em Washington, D.C., acrescenta que civilizações capazes de construir estruturas gigantescas no espaço provavelmente teriam acesso a tecnologias de geração de energia mais eficientes, como a fusão nuclear. Esse tipo de tecnologia poderia fornecer energia suficiente sem a necessidade de vastas estruturas de captação de luz estelar.
Implicações para a Busca por Vida
Essa nova perspectiva pode mudar a forma como procuramos por vida extraterrestre. Se civilizações alienígenas podem sobreviver com uma fração da energia de suas estrelas, talvez não devamos esperar encontrar civilizações que se expandem por toda a galáxia em busca de novos recursos. Kopparapu sugere que essas civilizações poderiam se contentar em expandir apenas dentro de seus próprios sistemas estelares ou, no máximo, em sistemas estelares vizinhos.
Outras Tecnossignaturas
Embora a reflexão de células solares de silício possa não ser o caminho para detectar civilizações alienígenas, ainda existem outras tecnossignaturas que podemos procurar. Por exemplo, a presença de gases específicos na atmosfera de exoplanetas pode indicar atividades tecnológicas.
Essas descobertas foram publicadas no The Astrophysical Journal, e continuam a alimentar nossa curiosidade sobre a possibilidade de não estarmos sozinhos no universo.
Para mais detalhes, acesse o artigo completo no IFLScience.