Um ex-militar da Força Aérea dos Estados Unidos afirmou ter testemunhado fenômenos inexplicáveis dentro de uma instalação nuclear de alta segurança em Nevada.
Entre 2002 e 2008, o então segurança Yoshua “Joshua” Shelton atuou na chamada Área 2 da Base Aérea de Nellis, onde, segundo ele, ocorreram incursões de luzes inteligentes, figuras humanoides e episódios de interferência eletrônica.
As revelações vieram a público em 14 de outubro de 2025, durante uma entrevista ao jornalista Ross Coulthart, no programa Reality Check, da emissora NewsNation.
Shelton, hoje fora do serviço militar, diz ter prestado depoimento ao FBI e que foi encorajado a falar pela organização Americans for Safe Aerospace, dirigida pelo ex-piloto da Marinha Ryan Graves.
“Durante anos fomos treinados para reagir a qualquer ameaça — menos a essas. O medo de parecer insano faz muitos ficarem em silêncio”, disse Shelton.
O cenário: vigilância nuclear em um deserto proibido
A Área 2 fica cerca de 100 quilômetros de Las Vegas, dentro do complexo que abrigou 144 testes nucleares desde os anos 1950. Mesmo após o fim das detonações atmosféricas, a região permaneceu ativa com experimentos subterrâneos e armazenamento de componentes atômicos.
Shelton integrou o Esquadrão de Suporte de Segurança Nuclear da 99ª Ala, responsável por proteger as ogivas, os bunkers subterrâneos e os comboios de transporte. Ele recorda o ambiente como “um dos lugares mais isolados e controlados da Terra”, cercado por três linhas de cerca, sensores de movimento e autorização para uso de força letal.
“Você não está guardando um depósito comum. Está sentado sobre algo capaz de acabar com o mundo. O treinamento é rigoroso, e qualquer erro pode custar a carreira”, contou.
Foi nesse cenário de vigilância constante que começaram os episódios que ele descreve como “altamente anômalos”.
A esfera luminosa da primeira noite (outubro de 2002)
O primeiro incidente aconteceu em seu primeiro turno noturno na base. Shelton ainda não estava autorizado a patrulhar sozinho e acompanhava um supervisor em ronda de instrução.
De repente, um alarme acionou a zona sensora do perímetro interno, e eles se dirigiram até uma elevação para observar.
“Quando saímos do veículo, vimos uma luz branca parada sobre a cerca. Não iluminava o deserto, parecia uma esfera que continha sua própria luz. Tinha uns três pés de diâmetro — do tamanho de uma bola de praia — e estava ali, flutuando.”
A patrulha que se aproximava pelo outro lado relatou que o objeto começou a acompanhá-los, movendo-se em paralelo à cerca, mantendo distância idêntica à da viatura.
“Parecia estar ouvindo nossas transmissões de rádio”, disse.
“Quando chamamos o código, ela começou a se mover, igualando a velocidade da viatura. Era como se tivesse inteligência.”
O comando acionou equipes de apoio com armamento pesado. Três veículos, com oito militares, perseguiram a luz por quase dois quilômetros até o ponto conhecido como Culvert 10.
Ali, o objeto mudou bruscamente de direção, cruzou o deserto em ângulo impossível e desapareceu.
Nenhum vestígio foi encontrado.
“Foi tratado como uma invasão. Mas, depois daquela noite, o assunto simplesmente sumiu.”
O disco silencioso e o clarão alaranjado
Dois anos depois, durante uma pausa de turno noturno, Shelton conversava com colegas ao ar livre quando um deles olhou para cima e empalideceu.
Ao seguir o olhar, ele viu um objeto em forma de disco, brilhando em tons avermelhados e cruzando o céu a menos de 100 metros de altura.
“Era um disco perfeito, iluminado na frente por uma luz que lembrava magma. Não fazia som algum. O silêncio era tão total que dava para ouvir o próprio sangue correndo nos ouvidos.”
O artefato passou sobre o grupo, apagando os ruídos do ambiente — algo que todos perceberam de imediato.
Quando cruzou os limites da base, desapareceu atrás dos penhascos e um clarão laranja intenso iluminou o horizonte.
Eles se prepararam para uma explosão, mas nenhum som ou onda de choque veio.
“Ficamos esperando o impacto. Não aconteceu nada. Só o silêncio, e o rádio pedindo confirmação de contato visual.”
As patrulhas foram enviadas ao local do suposto impacto, mas não encontraram destroços.
Shelton, que havia esquecido o episódio até ser lembrado por um antigo registro de entrevista com o pesquisador Robert Hastings, considera o fato o mais marcante de sua carreira.
O cerco das três luzes e a perda de tempo
Por volta de 2004, uma patrulha externa — composta por Shelton, um colega e um cão de guarda — observou duas luzes distantes, que pareciam faróis de caminhonete.
Quando se aproximaram, as luzes se apagaram. Minutos depois, outras surgiram em direções opostas, formando um triângulo em torno da equipe.
“Os colegas dentro do perímetro nos avisavam pelo rádio: ‘Vocês têm luz à frente, agora à direita, agora à esquerda’.
Mas nós não víamos nada. Nenhum som, o cachorro tranquilo. De repente, tudo ficou mudo. O rádio morreu.”
Segundo ele, o grupo permaneceu ali por cerca de 10 minutos sem perceber que as comunicações haviam sumido completamente.
Quando decidiram recuar, os rádios voltaram a funcionar exatamente ao cruzar certo ponto do terreno.
“Descobrimos que tinham passado mais de 20 minutos a mais do que lembrávamos. Ninguém nos via, nem por visão noturna.
É como se tivéssemos saído da realidade por meia hora.”
Shelton afirma que relatou o caso ao superior imediato, mas não houve investigação adicional.
As “figuras-sombra” dentro da base
Ao longo dos seis anos na Área 2, múltiplas equipes relataram formas humanas negras e silenciosas em locais restritos.
A primeira aparição, em um exercício de simulação, foi presenciada por 16 militares.
“Pensamos que fosse nosso chefe de voo. Ele estava parado sobre o telhado de um prédio. Quando a luz do refletor o atingiu, desapareceu instantaneamente.
Não correu. Sumiu, como se tivesse sido apagado.”
Em outro episódio, observadores com câmeras térmicas identificaram duas figuras deitadas no deserto, dentro do perímetro de segurança.
As imagens mostravam movimento e calor corporal, mas, ao aproximar-se, a equipe encontrou apenas marcas no chão e calor residual dissipando.
Ninguém foi localizado.
Um terceiro caso ocorreu fora da cerca, próximo à área de treinamento de construção militar, sob lua cheia.
“Vimos uma figura muito alta correndo entre dois galpões.
A distância entre eles era de uns 35 metros, e ela cruzava em quatro segundos.
Corria como um humano, mas rápido demais.
Olhamos um para o outro e dissemos: ‘Não é nosso problema’. E voltamos para a viatura.”
“Algo bateu de dentro do bunker”
O relato que mais assustou Shelton ocorreu durante uma ronda de rotina nos bunkers classificados, conhecidos entre os seguranças como “black-world”.
Essas estruturas eram controladas por técnicos do Departamento de Energia, e o acesso militar era restrito.
“Eu verificava as venezianas externas. Ao soltar a tampa de metal, ela fez um barulho forte — e, na mesma hora, algo deu uma pancada de dentro para fora da porta.
O som reverberou no chão. Minha viatura estava a quinze metros e o motorista ouviu também.”
Ele comunicou o fato ao centro de controle, mas o supervisor respondeu que não havia protocolo para abrir o local.
Enquanto a integridade da porta estivesse intacta, “o caso não existia”.
“Fiquei ali parado, sabendo que tinha algo atrás daquela porta, e me disseram apenas: ‘Se a fechadura está boa, segue o turno’.”
Mutilações sem sangue
Entre 2007 e 2008, a rotina da base foi interrompida por três achados de animais mutilados nas proximidades do perímetro.
O primeiro caso envolveu um asno encontrado à beira da estrada de patrulha.
“Os olhos e a língua tinham sido removidos. O corpo estava seco, aberto do abdômen, sem uma gota de sangue.
Não havia marcas de arrasto nem pegadas em volta.”
Dias depois, outro animal — possivelmente um bovino — foi fotografado em condições idênticas, e um terceiro apareceu nas semanas seguintes.
“Sou caçador. Sei como é o rastro de um predador.
Aquilo não era ataque animal.
Parecia trabalho de laboratório.”
Shelton menciona que fotografias circulavam internamente, mas nunca houve investigação oficial.
Casos semelhantes foram relatados por outros seguranças da base, inclusive antes de sua chegada, reforçando a impressão de um padrão persistente.
O peso do silêncio
Durante a entrevista, o ex-segurança explicou por que tantos casos nunca foram formalmente registrados.
“Quem trabalha com armas nucleares passa por uma triagem psicológica chamada programa de confiabilidade pessoal.
Se disser que viu algo ‘estranho’, perde o certificado.
É o fim da carreira.”
Ele acredita que essa cultura de ridicularização compromete a segurança nacional.
“Se um adversário quisesse infiltrar um drone ou alguém camuflado, bastaria fazer parecer um fenômeno anômalo.
Ninguém reportaria por medo de ser chamado de louco.”
Do segredo à denúncia
Shelton afirmou que procurou o FBI por conta própria e foi ouvido formalmente.
O órgão teria demonstrado preocupação com as vulnerabilidades descritas, especialmente as falhas de comunicação e as intrusões não investigadas.
“Eles ficaram alarmados. Disseram o mesmo que eu: se algo pode entrar num bunker e ninguém verifica, é uma falha grave.”
Ele diz que só decidiu tornar público o relato após anos de reflexão e incentivo de colegas do movimento de transparência sobre objetos não identificados.
“Durante muito tempo, pessoas que eu respeitava me diziam para ficar quieto, pensar na carreira.
Agora quero que as pessoas entendam que o medo do ridículo é o que mantém tudo escondido.”
Um fenômeno recorrente
Os relatos de Shelton ecoam outros casos em instalações nucleares norte-americanas.
Em Whiteman Air Force Base, no Missouri, e em Minot AFB, no Dakota do Norte, militares também reportaram figuras negras e luzes sem origem próximas a silos de mísseis.
Pesquisadores como Robert Hastings e Christopher Sharp apontam um padrão entre presença de armas atômicas e manifestações anômalas — algo observado desde a década de 1960.
“Não acredito em coincidência. O mesmo tipo de coisa acontece sempre perto de ogivas ou locais de teste.
Isso não é normal”, disse Shelton.
Perspectivas e dúvidas
Até o momento, o Pentágono e o Departamento de Energia não comentaram as declarações.
O jornalista Ross Coulthart encerrou o programa afirmando que o depoimento de Shelton “expõe uma falha profunda no controle de segurança e transparência pública”.
Especialistas acreditam que a entrevista pode gerar:
- Novos pedidos de acesso a registros da Força Aérea e do DOE;
- Depoimentos adicionais de seguranças e técnicos que trabalharam na mesma base;
- E uma revisão de protocolos sobre perda de comunicação e detecção de intrusões.
“Não importa o que sejam essas coisas — o fato é que entram e saem de áreas nucleares sem serem detidas”, concluiu Coulthart.
“E isso, por si só, já deveria preocupar qualquer governo.”
Fontes
- https://www.youtube.com/@NewsNation