Em uma entrevista recente ao podcast Event Horizon, o Dr. Sean Kirkpatrick, ex-diretor do Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO) do Departamento de Defesa dos EUA, admitiu a existência de um programa ativo e sigiloso voltado para a recuperação de fenômenos aéreos anômalos não identificados (UAPs). Kirkpatrick, no entanto, tentou minimizar o foco do programa, sugerindo que ele poderia abranger objetos convencionais, como balões e drones, ao invés de tecnologias de origem desconhecida. Essa postura foi recebida com desconfiança, especialmente após a divulgação de documentos pelo Daily Mail, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (FOIA), que revelam um escopo mais amplo e específico para o programa, voltado para “resposta, recuperação e transferência de material”.
Contradições e Evidências: Documentos Apontam Foco no Tratamento de Materiais Anômalos
Os documentos, que datam do início de 2023, indicam que o programa de recuperação de UAPs tem como objetivo estabelecer um “ponto de recebimento” para quaisquer materiais recuperados e conta com coordenação entre diversas agências de segurança e inteligência dos EUA, incluindo o Comando Espacial. A documentação revela que o programa é destinado a lidar com materiais anômalos que possam apresentar características incomuns, que não se alinham com as tecnologias militares conhecidas.
Kirkpatrick, por outro lado, descreveu o programa de forma mais cautelosa, indicando que ele teria protocolos para lidar com “tudo, desde balões até suposta tecnologia alienígena”. Apesar dessa tentativa de suavizar a natureza do programa, a linguagem dos documentos sugere que ele é mais abrangente e que seu foco está em fenômenos além das explicações tradicionais.
Análise de Rony Vernet: Programa Específico para Tecnologias Anômalas
O pesquisador de fenômenos anômalos Rony Vernet analisou a entrevista de Kirkpatrick e os documentos divulgados, observando que o governo dos EUA possui protocolos bem estabelecidos para a recuperação de tecnologias convencionais, principalmente drones e equipamentos de espionagem de países adversários. Segundo Vernet, o programa descrito por Kirkpatrick é único, distinto desses programas tradicionais, e está focado em investigar fenômenos que apresentam características fora dos padrões tecnológicos conhecidos.
Vernet argumenta que a tentativa de Kirkpatrick de enquadrar o programa como uma iniciativa comum de segurança não se alinha com as evidências dos documentos, que claramente indicam um interesse específico em fenômenos inexplicáveis. Para Vernet, isso sugere que o governo está criando uma estrutura organizada para lidar com algo possivelmente além da compreensão atual, o que poderia indicar tecnologias não humanas. Ele acredita que Kirkpatrick estaria tentando reduzir o impacto público das revelações, possivelmente como uma estratégia para futuras divulgações controladas.
Outros Detalhes sobre as Declarações de Kirkpatrick
O programa descrito nos documentos representa um esforço robusto para lidar com materiais potencialmente anômalos, e não apenas com balões ou drones adversários. A linguagem dos documentos sugere um esforço coordenado de diversas agências de segurança, incluindo direções de inteligência e operações do alto escalão militar dos EUA, e que esse programa é, de fato, uma resposta específica a eventos que fogem ao entendimento científico convencional.
Implicações e Desdobramentos: A Pressão por Mais Transparência
Essas novas informações aumentam a pressão sobre o governo dos EUA para que forneça mais transparência sobre o fenômeno UAP. Os documentos revelam que o AARO, junto com outras agências militares, foi instruído pelo Congresso a criar um protocolo de resposta e recuperação, incluindo documentação e análise de quaisquer materiais recuperados. Essa movimentação ocorre em um contexto de crescente interesse público e de legisladores sobre a questão dos UAPs, especialmente após testemunhos de informantes que afirmam que o governo dos EUA já possui tecnologias de origem desconhecida há décadas, uma alegação que Kirkpatrick refutou publicamente.