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Presidente do SETI revela detalhes sobre a busca por vida extraterrestre em entrevista ao Reality Check

Presidente do SETI revela detalhes sobre a busca por vida extraterrestre em entrevista ao Reality Check

Em uma entrevista reveladora ao programa Reality Check da NewsNation, o presidente e CEO do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), Bill Diamond, falou sobre as tecnologias de ponta que estão sendo usadas na busca por vida inteligente fora da Terra. Durante a conversa com Ross Coulthart, Diamond abordou temas como comunicação interestelar, avanços tecnológicos e as maiores descobertas do SETI, além de explorar a possibilidade de futuras descobertas de vida extraterrestre.

A missão do SETI e as tecnossignaturas

O Instituto SETI, fundado há 40 anos, tem como missão procurar sinais de vida inteligente em outras partes do universo, inicialmente focando na detecção de ondas de rádio vindas do espaço. No entanto, como explicou Bill Diamond, a abordagem foi ampliada com o tempo. Hoje, além das ondas de rádio, o SETI também busca “tecnoassinaturas”, sinais que podem indicar a existência de civilizações avançadas. Essas assinaturas podem incluir pulsações de laser ou até a construção de megastruturas, como a hipotética Esfera de Dyson.

Diamond destacou que o SETI utiliza tanto telescópios ópticos quanto de rádio para capturar esses sinais. Ele explica que o instituto busca “fenômenos eletromagnéticos que possam servir como um proxy para a existência de vida e inteligência”. Ele também mencionou que tecnologias modernas permitiram ampliar as buscas para englobar fenômenos mais complexos, incluindo possíveis sinais de comunicação ou até mesmo estruturas artificiais no espaço.

Limitações tecnológicas e a questão do Paradoxo de Fermi

Ao longo da entrevista, Ross Coulthart trouxe à tona o famoso Paradoxo de Fermi, que questiona por que ainda não encontramos evidências de vida extraterrestre, mesmo que o universo seja vasto e provavelmente contenha civilizações tecnologicamente avançadas. Bill Diamond foi enfático ao dizer que a resposta pode estar nas limitações tecnológicas que temos para captar sinais muito distantes. Ele explicou que, com as tecnologias atuais, conseguimos detectar emissões de rádio vindas de civilizações semelhantes à nossa em um raio de apenas 20 anos-luz, uma distância ínfima em termos astronômicos.

Diamond reforçou que o SETI está em constante evolução e espera que os avanços tecnológicos continuem aumentando as chances de uma descoberta. Ele destacou o desenvolvimento de novas formas de observação e os investimentos em telescópios mais potentes, como o Very Large Array, que ampliam significativamente a capacidade de detectar sinais de vida.

Protocolo em caso de descoberta de vida alienígena

Um dos momentos mais interessantes da entrevista foi quando Coulthart perguntou a Diamond sobre o que aconteceria caso o SETI detectasse sinais de uma civilização extraterrestre. Bill Diamond explicou que o primeiro passo seria a verificação do sinal por outro observatório. Esse procedimento é necessário para garantir que o sinal captado não seja oriundo de uma interferência terrestre, como satélites ou outras emissões humanas.

Além disso, Diamond afirmou que, embora o SETI tenha financiamento parcial de entidades governamentais como a NASA, o instituto é independente em suas decisões e não seria obrigado a ocultar informações do público. Ele garantiu que qualquer descoberta seria divulgada de forma transparente, com foco nos dados científicos e evitando especulações desnecessárias.

As decepções com o Sinal Wow! e o Oumuamua

Coulthart também questionou Diamond sobre duas grandes descobertas que, inicialmente, geraram esperanças de um possível contato extraterrestre, mas que, posteriormente, foram frustradas: o famoso Sinal Wow! e o objeto interestelar Oumuamua.

O Sinal Wow!, captado em 1977, foi um forte sinal de rádio detectado pelo telescópio Big Ear da Universidade Estadual de Ohio. Durante anos, houve especulação de que o sinal poderia ser de origem extraterrestre, mas pesquisas recentes sugerem que ele provavelmente foi causado por um fenômeno natural, como uma estrela de nêutrons (magnetar). Apesar da decepção, Diamond apontou que eventos como esse são parte do processo de eliminação, onde cada “falso positivo” nos aproxima de uma descoberta verdadeira.

Quanto ao Oumuamua, um objeto interestelar que passou pelo sistema solar em 2017, houve teorias de que ele poderia ser um artefato alienígena devido ao seu comportamento incomum. No entanto, o SETI investigou o objeto e não encontrou emissões de rádio ou qualquer evidência de que fosse de origem artificial. “É fascinante especular, mas devemos ser cautelosos em tirar conclusões precipitadas”, comentou Diamond.

Tecnologias emergentes: comunicação quântica e inteligência artificial

Outro ponto interessante da entrevista foi a discussão sobre a possibilidade de civilizações avançadas estarem utilizando tecnologias que ainda não compreendemos, como a comunicação quântica. A ideia de que partículas entrelaçadas podem se comunicar instantaneamente, mesmo a grandes distâncias, foi mencionada como uma possível forma de comunicação interestelar, algo que o SETI ainda não tem como detectar com seus instrumentos atuais.

Além disso, Bill Diamond revelou que o SETI começou a incorporar o uso de inteligência artificial (IA) em suas pesquisas. A IA pode ser usada para analisar grandes quantidades de dados em busca de anomalias ou padrões que poderiam indicar tecnossignaturas. Segundo Diamond, isso representa uma nova abordagem para a busca por vida inteligente, já que a IA permite uma análise muito mais ampla e detalhada do que era possível anteriormente.

Conclusão: a busca continua

A entrevista com Bill Diamond ofereceu uma visão profunda sobre o trabalho que o SETI vem realizando na busca por vida extraterrestre. Embora ainda não tenhamos encontrado provas concretas de que não estamos sozinhos no universo, as tecnologias e métodos utilizados pelo instituto continuam a se expandir. Como Diamond ressaltou, “no contexto de um universo de 15 bilhões de anos, nossa busca é recente. Ainda estamos apenas começando.”

Para quem quiser assistir à entrevista completa, ela está disponível no canal NewsNation no YouTube. A entrevista aborda também outros tópicos fascinantes, como o uso de lasers na comunicação intergaláctica e a importância de novas missões espaciais para a descoberta de bioassinaturas em exoplanetas.

Fonte: Reality Check – NewsNation

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