O episódio 29 da segunda temporada do UAP Files Podcast apresenta uma entrevista fascinante com Alessandro Bonifacio Rodrigues, piloto de linha aérea com mais de 9.000 horas de voo e conhecido como “Boni”. O episódio, que foi ao ar em 15 de setembro de 2024, explora as experiências de Boni com objetos voadores não identificados (OVNIs) ou fenômenos aéreos não identificados (UAPs, na sigla em inglês). Ao longo da conversa, Boni compartilha detalhes de avistamentos impressionantes e fala sobre a forma como os pilotos lidam com esses fenômenos durante seus voos.

Introdução à Fascinação de Boni pelos OVNIs

Logo no início, Boni relembra como sua curiosidade sobre OVNIs começou na infância. Ele sempre foi fascinado pelo céu, algo comum entre muitos pilotos, e se lembra de avistamentos misteriosos que despertaram seu interesse desde jovem. Filmes como ET também contribuíram para sua curiosidade sobre o tema. No entanto, sua jornada profissional o levou a uma carreira na aviação, influenciado por seu pai, também piloto. Hoje, ele pilota o Airbus A350, uma aeronave moderna que transporta passageiros ao redor do mundo.

O Primeiro Avistamento de OVNI

O primeiro avistamento significativo de Boni aconteceu em um rancho no interior do Brasil. Durante uma viagem à noite, ele avistou algo muito brilhante no céu, que inicialmente foi tratado com descrença por sua família, sendo motivo de piada. No entanto, essa experiência marcou sua memória. Ao longo de sua carreira, outros avistamentos foram sendo registrados, tanto em solo quanto em pleno voo, conforme ele relata durante a entrevista.

Avistamentos em Voo: Detalhes Impressionantes

Um dos pontos altos da entrevista ocorre quando Boni fala sobre seu primeiro avistamento de OVNI enquanto pilotava um avião comercial. Em um voo noturno sobre o Brasil, ele e sua tripulação observaram um objeto muito brilhante que não aparecia nos radares e não foi reportado pelo controle de tráfego aéreo. A luz se movia lentamente, de forma incomum, e sua intensidade aumentava à medida que o objeto se aproximava. Curioso para não ser o “louco” da história, Boni chamou os comissários de bordo para confirmar o avistamento, e todos puderam ver o objeto no céu. Mais tarde, ao pousar, um passageiro comentou que também havia visto uma luz brilhante, o que validou ainda mais a experiência.

Esse avistamento se assemelha a outros relatados por pilotos, como a observação de “foo fighters” durante a Segunda Guerra Mundial — esferas luminosas que seguiam aeronaves militares. Boni também mencionou a Operação Prato, uma investigação da Força Aérea Brasileira sobre OVNIs ocorrida na Amazônia na década de 1970, como um exemplo de como as autoridades já trataram o fenômeno com seriedade no passado.

Tecnologia e Equipamentos a Bordo

Uma parte interessante do episódio é quando Boni descreve os instrumentos que sua aeronave possui. Embora o radar de bordo não tenha a capacidade de captar objetos como os OVNIs que ele observou, o avião está equipado com sistemas como o Traffic Collision Avoidance System (TCAS), que monitora a posição de outras aeronaves nas proximidades. No entanto, esses sistemas são projetados para detectar aeronaves convencionais e, portanto, não conseguem captar objetos não identificados que podem estar operando fora dos parâmetros normais de voo.

Boni compartilha que, em algumas ocasiões, ele conseguiu capturar vídeos de OVNIs com seu celular, e até brinca sobre a necessidade de melhores câmeras nos smartphones para registrar esses fenômenos de forma mais clara. Ele mostra algumas imagens e vídeos durante o podcast, demonstrando luzes incomuns no céu que se movem de maneiras que ele não consegue explicar, nem como piloto experiente.

Skeptics e Explicações Convencionais

O entrevistador levanta a questão dos céticos que afirmam que pilotos estão apenas confundindo objetos convencionais, como satélites, com OVNIs. Boni rebate essa ideia com base em sua vasta experiência de voo. Ele explica que satélites e a Estação Espacial Internacional, por exemplo, têm padrões de movimento previsíveis e constantes, ao contrário dos objetos que ele e seus colegas pilotos têm observado. Esses objetos exibem movimentos erráticos, com mudanças abruptas de direção e velocidades variáveis, o que não condiz com nenhuma aeronave ou satélite conhecido.

Ele também fala sobre a frequente utilização de aplicativos como o Sky View para descartar estrelas ou planetas antes de concluir que está observando algo anômalo. Para Boni, não se trata de uma questão de acreditar ou não em alienígenas, mas sim de reconhecer que há coisas no céu que não podem ser explicadas com o conhecimento atual.

A Reação dos Pilotos e a Falta de Relatórios Oficiais

A cultura entre os pilotos, segundo Boni, está mudando. Enquanto no passado havia um estigma em falar sobre OVNIs, hoje mais pilotos estão abertos a discutir suas experiências, embora ainda com uma certa dose de ceticismo. Ele menciona que muitos pilotos já tiveram avistamentos similares, mas que há uma falta de um sistema formal de relatórios, especialmente em voos comerciais.

Boni conta que uma das poucas vezes em que foi questionado oficialmente sobre um avistamento ocorreu durante um voo no Brasil, quando o controle de tráfego aéreo o instruiu a mudar de frequência para falar com a Defesa Aérea, que fez várias perguntas detalhadas sobre o que ele estava vendo. No entanto, isso foi uma exceção, não a regra. Em sua maioria, os avistamentos não são reportados oficialmente, e ele brinca que a única “procedimento padrão” é compartilhar os vídeos com amigos no WhatsApp.

Reflexões sobre Tecnologia Militar e Fake News

Um ponto relevante que Boni levanta durante a entrevista é a possibilidade de que muitos dos avistamentos possam ser atribuídos a tecnologia militar secreta. Ele menciona aeronaves como o SR-71 Blackbird, que foi desenvolvida na década de 1950, e o GPS, que foi usado por militares décadas antes de ser liberado para uso civil. Isso levanta a hipótese de que algumas das luzes e objetos que ele viu possam ser parte de algum projeto militar avançado que ainda não foi revelado ao público.

No entanto, ele critica a proliferação de vídeos falsos na internet, que acabam prejudicando a seriedade com que o tema é tratado. Boni menciona canais que publicam vídeos claramente falsos de OVNIs e como isso afeta a credibilidade do assunto. Ele acredita que é importante focar em avistamentos genuínos e profissionais, como os relatados por pilotos e outros observadores confiáveis.

Considerações Finais

Ao final da entrevista, Boni menciona, em tom descontraído, que seu personagem alienígena favorito é o simpático alienígena de três olhos do filme Toy Story, uma escolha que surpreende o entrevistador. Essa leveza contrasta com a seriedade do tema discutido ao longo do podcast, mas reflete a personalidade calorosa e aberta de Boni, que conseguiu equilibrar o mistério dos OVNIs com um tom acessível e divertido.

Para quem se interessa por fenômenos aéreos não identificados, essa entrevista é uma verdadeira mina de informações, oferecendo uma perspectiva privilegiada de alguém que passa sua vida nas alturas, observando o céu e tudo que nele aparece. O episódio não apenas traz evidências visuais e relatos detalhados, mas também questiona as limitações das explicações convencionais, abrindo espaço para um debate mais sério e informado sobre o assunto.

Fonte

Essa conversa completa com Alessandro Bonifacio Rodrigues pode ser ouvida no UAP Files Podcast – Episódio 29, disponível no YouTube.