A tentativa de aumentar a transparência sobre Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPs), por meio da UAP Disclosure Act (UAPDA), falhou pelo segundo ano consecutivo no Congresso dos Estados Unidos. Conforme detalhado pelo Liberation Times, a exclusão da UAPDA do National Defense Authorization Act (NDAA) para o ano fiscal de 2025 foi influenciada por diversos fatores e atores políticos. Entre os principais responsáveis estão o senador Rand Paul, a CIA e outras agências governamentais, além de uma resistência institucional significativa.
A Oposição de Rand Paul
O senador republicano Rand Paul foi uma das forças mais decisivas para bloquear o avanço da UAPDA. Como membro do Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais, sua resistência impediu que a legislação fosse incluída no pacote de gerenciamento da NDAA. Paul, que já havia criticado o uso de fundos públicos para investigações sobre UAPs, posicionou-se novamente contra a alocação de recursos governamentais para esses programas, considerados por ele um desperdício. Seu veto no comitê foi um dos principais motivos para a exclusão da emenda.
Papel da CIA e Outras Agências
Outra questão apontada foi o comportamento de agências governamentais como a CIA, o Departamento de Defesa (DoD) e o Departamento de Energia. Segundo fontes do Liberation Times, essas instituições têm driblado a supervisão democrática ao lidarem com objetos de origem desconhecida. A denúncia é de que materiais e tecnologias avançadas são enviados para laboratórios nacionais e contratados da defesa, como a Lockheed Martin, sem o devido escrutínio público ou do Congresso.
A UAPDA, se aprovada, criaria um conselho de revisão para supervisionar a coleta e divulgação pública de informações sobre UAPs. O comitê teria a autoridade para investigar materiais e ouvir testemunhas, impedindo que agências envolvidas em possíveis irregularidades se auto-investigassem. Isso afetaria diretamente a atual estrutura do Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO), que, segundo relatos, está sob forte influência dessas mesmas agências.
Resistência na Câmara dos Representantes
Além de Rand Paul, figuras institucionais como o representante Mike Turner também se opuseram fortemente à UAPDA. Turner, juntamente com outros líderes da Câmara dos Representantes, foi um dos principais responsáveis por desmontar a proposta na NDAA de 2024, o que contribuiu para seu fracasso pelo segundo ano consecutivo.
A UAPDA havia ganhado apoio no Senado, especialmente entre membros do Comitê de Inteligência e das Forças Armadas, mas sua inclusão no pacote final dependia do Comitê de Segurança Interna, onde a resistência foi definitiva.
Consequências e Perspectivas Futuras
A falha na aprovação da UAPDA foi um duro golpe para aqueles que defendem uma maior transparência sobre os UAPs. Lester Nare, fundador do UAP Caucus, destacou ao Liberation Times que, embora a derrota seja decepcionante, já se esperava devido às complexidades políticas e à proximidade do ciclo eleitoral. No entanto, ele afirmou que o trabalho por maior transparência continuará, e que novas iniciativas legislativas estão sendo desenvolvidas para serem apresentadas no próximo Congresso.
O Liberation Times também conversou com Yuan Fung, representante do UAP Disclosure Fund, que expressou profunda decepção com a exclusão da UAPDA do NDAA. Fung destacou o apoio bipartidário que a proposta havia recebido e reiterou que o trabalho por mais supervisão sobre os registros de UAPs continuará, com foco em pressionar o governo por mais transparência.
Apesar do revés, ainda há esperança de que outras medidas de supervisão relacionadas aos UAPs avancem. O NDAA de 2025 inclui provisões como uma revisão pelo Controlador Geral sobre o AARO, agora sob nova liderança, que pode representar uma nova oportunidade para investigações sobre programas de engenharia reversa de materiais de possível origem não humana.
A resistência à UAPDA é vista como uma vitória para os setores do Departamento de Defesa e da Comunidade de Inteligência que têm resistido à transparência pública. No entanto, a luta por maior clareza sobre os UAPs continua, com novas audiências sobre o tema esperadas tanto no Senado quanto na Câmara nos próximos meses.