Maior desafio da NASA pode ser anunciar vida alienígena, não descobri-la, dizem cientistas

Se a NASA encontrar evidências de vida fora da Terra, o maior obstáculo pode não estar nos telescópios, mas em como comunicar a descoberta à humanidade. Para cientistas da agência, anunciar a existência de vida alienígena exigirá uma estratégia cuidadosa, transparente e coordenada — com impacto potencial comparável à revolução de saber que a Terra não é o centro do universo.

NomeCargoCidade/InstituiçãoProgramas envolvidos
Lori GlazeEx-diretora da Divisão de Ciências Planetárias da NASANASAComunicação científica, CoLD
David SpergelPresidente da Simons FoundationSimons FoundationEstudo independente sobre UAPs
Mary VoytekChefe do Programa de Astrobiologia da NASANASAPrograma de Astrobiologia, CoLD

Escala de confiança define os anúncios

Para evitar interpretações precipitadas, a NASA criou a escala de confiança na detecção de vida (CoLD), que vai de 1 a 7. Cada avanço em evidências científicas elevaria o nível da escala, justificando novos comunicados à população. Por exemplo, uma molécula potencialmente biológica detectada em Marte pode estar no nível 1; se for confirmada sem contaminações ou interferências, sobe de nível. Só no patamar 7 uma descoberta seria tratada como vida extraterrestre com alta confiança.

“Precisamos de uma forma melhor de compartilhar a empolgação de cada descoberta e mostrar como uma se conecta à outra”, explicou Mary Voytek, ao defender a nova metodologia.

Um anúncio de nível presidencial

Segundo Lori Glaze, a confirmação de vida fora da Terra provavelmente não será feita apenas pela NASA. A revelação deve envolver o presidente dos Estados Unidos e autoridades internacionais, e seria acompanhada por uma operação global de comunicação. Outros países, como a China, também podem sair na frente, caso descubram primeiro.

Além disso, a NASA já experimenta os riscos da repercussão pública: estudiosos envolvidos em estudos de UAPs (fenômenos aéreos não identificados) enfrentaram ameaças e ataques nas redes sociais, segundo David Spergel, presidente da Simons Foundation.

Nada de “Eureka”

Mesmo em caso de descoberta, a NASA acredita que o momento será tudo menos um “Eureka” cinematográfico. A tendência é de um anúncio lento, progressivo, construído com cautela e múltiplas verificações científicas. Lori Glaze reforça que o verdadeiro desafio será manter o equilíbrio entre empolgação e responsabilidade.

“A confirmação de que não estamos sozinhos será como descobrir que o universo não gira ao redor da Terra. Vai mudar tudo sobre quem somos e de onde viemos.”

Fontes

https://www.businessinsider.com/how-nasa-could-tell-us-aliens-are-real-2023-2

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