Em uma entrevista reveladora ao The Daily Show com Ronny Chieng, o ex-agente de contra-inteligência do Exército dos Estados Unidos, Luis Elizondo, fez uma série de afirmações surpreendentes sobre sua carreira investigando fenômenos aéreos não identificados (UAPs) e inteligências não humanas (NHI). O programa discutiu o crescente interesse do governo dos EUA em investigar esses fenômenos e a complexa burocracia que tem dificultado a transparência sobre o tema.

“Aliens” é Termo Inadequado: Inteligência Não Humana

Logo no início da entrevista, Elizondo surpreendeu ao dizer que o termo “alienígena” é considerado “politicamente incorreto” no Pentágono. Ele explicou que, agora, o termo correto usado é NHI, que significa “Inteligência Não Humana”. Ao brincar sobre a suposta “cultura woke” dos aliens, Ronny Chieng mostrou o tom bem-humorado da entrevista, mas Elizondo permaneceu sério sobre a nomenclatura.

Incursões em Espaço Aéreo Controlado e Tecnologias Avançadas

Elizondo detalhou como os EUA vêm gastando grandes somas de dinheiro do contribuinte investigando os UAPs, com evidências concretas sendo coletadas pelos militares. Ele afirmou que “há absolutamente tecnologias que estão entrando em nosso espaço aéreo controlado, sobre nossas instalações militares sensíveis”. Esses objetos não apenas são avistados pelos pilotos, mas também capturados por câmeras de alta precisão e radares. Elizondo explicou que esses fenômenos são observados em todo o mundo, não apenas nos EUA: “É bem pervasivo por todo o mundo agora.”

Ele também destacou as capacidades avançadas dessas naves: “Essas coisas podem fazer coisas que nenhum dos nossos veículos consegue replicar. Suas capacidades de desempenho estão muito além de qualquer coisa que temos. E, francamente, não há muito que possamos fazer a respeito no momento.”

O Crescimento no Número de Avistamentos

Elizondo mencionou que, inicialmente, o governo dos EUA documentou 143 incidentes envolvendo UAPs, mas o número continuou crescendo rapidamente. “No primeiro relatório, disseram que havia 143 desses incidentes. Mas no próximo relatório, o número foi para mais de 300. Agora, no último relatório, já são mais de 800.” Essa rápida escalada no número de casos destaca a importância de entender o que está acontecendo nos céus ao redor do mundo.

Roswell: O Caso Real

Um dos momentos mais impactantes da entrevista foi quando Elizondo confirmou a veracidade do incidente de Roswell, em 1947. “Roswell foi real, absolutamente”, afirmou. Ele revelou que uma nave se partiu em dois pedaços e foi recuperada pelo governo dos EUA, sendo transportada para uma instalação militar segura. Apesar de não poder revelar todos os detalhes, ele confirmou que “há coisas sobre as quais ainda não posso falar.”

A Burocracia que Atrapalha a Transparência

Apesar das evidências e dos relatos, Elizondo expôs as dificuldades que ele e outros pesquisadores enfrentam para trazer essas informações ao público. Ele descreveu a burocracia dentro do governo como um dos maiores obstáculos. “Tentamos várias vezes tocar os sinos de alerta até o secretário de defesa, mas havia essa camada de ‘guardas pretorianos’ proverbiais que não queriam contar ao secretário de defesa que estávamos gastando dinheiro do contribuinte investigando essas coisas e, oh, por sinal, são reais.”

Um “Segredo Mal Guardado” no Governo dos EUA

Elizondo descreveu os UAPs como “o segredo mais mal guardado no governo dos EUA”, insinuando que muitos dentro da comunidade de inteligência já estão cientes da existência desses fenômenos. Ele também acredita que os americanos são capazes de lidar com a verdade sobre o assunto: “Eu, pessoalmente, acho que os americanos podem lidar com a verdade sobre esse tema. Acho que, embora possamos brincar sobre isso, a realidade é que essas coisas, seja lá o que forem, de onde vieram, são reais.”

A Questão de Segurança Nacional

Um ponto central da discussão foi a questão de os UAPs representarem ou não uma ameaça. Elizondo explicou que, para determinar isso, é preciso avaliar “capacidades versus intenções”. Embora as capacidades dessas naves sejam bem evidentes, as intenções ainda são desconhecidas. Ele utilizou uma metáfora simples para explicar: “Se você acordar de manhã e encontrar pegadas de botas na sua sala de estar, apesar de todas as suas medidas de segurança, você vai se perguntar: é uma ameaça? Pode ser, então devemos descobrir como essas pegadas foram parar lá.”

União Bipartidária sobre UAPs

Outro aspecto notável que Elizondo mencionou é que, pela primeira vez, o tema dos UAPs uniu republicanos e democratas no Congresso. “Você tem tanto liberais quanto conservadores no Capitólio, levando esse assunto muito a sério.” Ele reforçou que muitos desses legisladores têm histórico militar, o que os faz tratar o tema com mais seriedade. A expectativa é que, com o tempo, os legisladores terão mais conversas com o público sobre o que já foi descoberto.

Conclusão

A entrevista de Luis Elizondo no The Daily Show trouxe à tona informações inéditas sobre UAPs e inteligências não humanas, além de expor as barreiras que o governo enfrenta para divulgar esses dados ao público. Embora o caminho para a transparência total seja longo e burocrático, a crescente atenção tanto do governo quanto do público indica que o debate sobre UAPs está longe de terminar. Como Elizondo afirmou: “Nos últimos sete anos, avançamos mais nessa conversa do que nos últimos 70.”

A entrevista completa pode ser vista no canal do The Daily Show no YouTube, onde Elizondo também discute seu livro “Imminent: Inside the Pentagon’s Hunt for UFOs“.