A controvérsia em torno da cobertura do Wall Street Journal sobre objetos voadores não identificados (UFOs) ganhou força após duras críticas de nomes proeminentes da investigação do fenômeno. George Knapp, Jeremy Corbell e o ex-funcionário de inteligência Christopher Mellon reagiram publicamente ao artigo publicado pelo jornal em 6 de junho de 2025, que tentou enquadrar casos clássicos envolvendo UFOs e instalações nucleares — como o de Malmstrom em 1967 — como meras “operações de contrainteligência”.
No podcast Weaponized, Knapp e Corbell classificaram a matéria do WSJ como um esforço orquestrado de revisionismo histórico, acusando os repórteres de confiar em fontes desatualizadas e de ignorar testemunhos diretos que contradizem a explicação oficial. “Eles estão reescrevendo a história para atender à narrativa de agências como o Pentágono, Arrow e CIA”, disse Knapp. Corbell foi mais direto: “O artigo propaga informações falsas e omite elementos essenciais como o envolvimento de testemunhas de primeira mão.”
Nome | Cargo / Atuação | Cidade / Instituição | Programas / Contexto |
---|---|---|---|
George Knapp | Jornalista investigativo | Las Vegas, Nevada | Host do Weaponized |
Jeremy Corbell | Documentarista e investigador | Costa Oeste dos EUA | Host do Weaponized, produtor de conteúdos sobre UAPs |
Christopher Mellon | Ex-subsecretário adjunto de Defesa para Inteligência | Washington, D.C. | Departamento de Defesa, Comitê de Inteligência do Senado |
Robert Hastings | Pesquisador e autor de UFOs and Nukes | EUA | Entrevistou mais de 150 testemunhas de incidentes em instalações nucleares |
Caso Malmstrom de 1967: centro da polêmica
O artigo do WSJ tentou reexplicar o incidente de Malmstrom AFB (Montana), quando dez mísseis nucleares foram simultaneamente desativados em 1967 na presença de um objeto voador não identificado. Segundo o jornal, tudo não teria passado de um experimento secreto com pulso eletromagnético (EMP).
Para os entrevistados no Weaponized, essa versão não resiste à mínima análise técnica ou histórica. Robert Hastings, que documentou extensivamente o caso, afirma que o dispositivo EMP citado pelo WSJ sequer existia em 1967, e que sua instalação em uma base altamente monitorada sem ser detectado é “fantasia pura”.
“O governo nunca teria arriscado desativar 10 mísseis nucleares em plena Guerra Fria, sob a ameaça da União Soviética, apenas para um teste secreto”, declarou Hastings.
Knapp ainda afirmou que a matéria do WSJ ignora a existência de mais de 150 testemunhas diretas, muitas das quais já deram depoimentos públicos, inclusive em audiências no Congresso. Corbell completou dizendo que a falta de correções por parte do jornal mesmo após serem confrontados com erros verificáveis compromete a integridade jornalística do veículo.
Mellon acusa omissão da posição oficial do governo
Já Christopher Mellon, ex-alto funcionário de inteligência do Pentágono e do Senado, questionou por que a reportagem omitiu a posição oficial do governo dos EUA: a de que há veículos com controle inteligente e capacidades tecnológicas desconhecidas sendo investigados pelas forças armadas. Em publicação na rede X, Mellon ironizou:
“Por que uma matéria de capa sobre UAPs falha em mencionar a posição oficial do governo, transmitindo uma impressão contrária aos fatos?”
Post original de Christopher Mellon
Pressão por responsabilidade jornalística
Knapp e Corbell cobraram responsabilidade dos repórteres Joel Schectman e Aruna Viswanatha, autores do artigo. Ambos destacaram que documentos usados como base para a explicação com EMP deixam claro, já na primeira página, que o sistema em questão só foi proposto quatro anos depois do incidente, e só se tornou operacional em 1973.
“É chocante que um jornal do porte do WSJ publique algo sem checar sequer a capa do documento citado”, disse Mark Zaid, também presente no podcast.
Expectativas sobre nova audiência no Congresso
Diante da repercussão, os analistas esperam que o Congresso reaja. Nomes como Mike Rounds, Chuck Schumer, AOC, Nancy Mace e Tim Burchett têm sido defensores da transparência sobre o fenômeno. Segundo Corbell, há mais de três testemunhas de primeira mão já prontas para depor sob juramento, e elas seriam capazes de desmentir publicamente a narrativa apresentada pelo WSJ e por ex-membros do Arrow.
“Se o Congresso tiver coragem, essas pessoas estarão lá. A verdade vai aparecer — da maneira fácil ou da maneira difícil”, concluiu Corbell.
Fontes
https://x.com/ChrisKMellon/status/1936194124496920797
https://www.youtube.com/watch?v=1xApIOjVgvU
https://www.wsj.com/us-news/national-security/the-pentagon-disinformation-that-fueled-americas-ufo-mythology-7e601bb2
https://www.wsj.com/politics/national-security/ufo-us-disinformation-45376f7e