Especialista recebe enxurrada de e-mails de pessoas que alegam terem sido abduzidas por alienígenas

Milhares de pessoas em todo o mundo afirmam terem sido abduzidas por alienígenas, com relatos que vão desde encontros pacíficos a experiências traumáticas, como tortura ou colheita de material genético. Apesar da falta de evidências científicas concretas, essas histórias continuam a intrigar, mobilizando pesquisadores e a opinião pública. A Dra. Ema Sullivan-Bissett, da Universidade de Birmingham, tem estudado o fenômeno e ressalta a importância de abordar essas experiências com compaixão, mesmo que seu olhar seja predominantemente cético.

“Essas experiências são profundas e impactantes, e devemos respeitar quem as vivenciou, mesmo que a interpretação delas seja debatida”, afirma a especialista.


A visão científica e os limites do ceticismo

A Dra. Ema acredita que muitas experiências relatadas podem ser explicadas por fenômenos como a paralisia do sono, em que o corpo permanece imobilizado enquanto a pessoa desperta, frequentemente acompanhado por alucinações. Ela argumenta que isso pode explicar relatos de “seres ao redor da cama” ou “presenças misteriosas”. Ainda assim, é importante notar que a pesquisadora parte de um ponto de vista cético em grande parte de sua análise, privilegiando explicações psicológicas sobre qualquer possibilidade de um fenômeno extraterrestre.

“Embora alguns relatos sejam difíceis de explicar, prefiro apostar em teorias psicológicas comprovadas a recorrer a explicações que a ciência ainda não conseguiu sustentar com evidências”, diz a filósofa.

Contudo, ela reconhece que o impacto emocional dessas experiências é real e significativo, defendendo que elas sejam tratadas com seriedade.


Relatos emblemáticos e perguntas sem resposta

Casos como o de uma mulher em Somerset, Inglaterra, que afirmou em 1975 ter sido levada para dentro de uma nave em formato de meia-lua, ou o de dois amigos escoceses que relataram um episódio traumático enquanto dirigiam em 1992, desafiam explicações simplistas. Nessas situações, a Dra. Ema sugere que fatores psicológicos, como imaginação e confabulação, podem ter influenciado a percepção dos eventos. No entanto, sua postura cética deixa pouco espaço para contemplar possibilidades além do que a ciência tradicionalmente aceita.

Mesmo assim, a popularidade de terapias como a regressão hipnótica entre abduzidos reflete o desejo das pessoas de compreender o que vivenciaram, ainda que a própria Dra. Ema questione a validade dessas práticas como ferramenta para recuperar memórias reais.


Por que tantas pessoas acreditam?

Pesquisas mostram que indivíduos que relatam abduções tendem a possuir características psicológicas específicas, como maior capacidade de imersão em experiências imaginativas e crenças prévias em fenômenos paranormais. Isso, segundo a pesquisadora, pode predispor alguns a interpretar eventos ambíguos como abduções alienígenas.

“Essas narrativas refletem muitas vezes crenças já existentes, mas não devemos descartar o quanto essas experiências são intensas para quem as vive”, conclui Ema.


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