Em uma entrevista realizada em 17 de julho de 2024, Dr. Sean Kirkpatrick, ex-diretor do Escritório de Resolução de Anomalias de Domínio Total (AARO) do Pentágono, compartilhou suas opiniões sobre fenômenos aéreos não identificados (UAPs), vídeos controversos de UAPs e a recente reintrodução da Lei de Divulgação de UAPs pelo Senado dos Estados Unidos. Esta conversa revela as complexidades e controvérsias que cercam o estudo dos UAPs, destacando questões de transparência, ciência e a interação entre agências governamentais e o público.
Análises dos Vídeos de UAP
Dr. Kirkpatrick abordou três dos vídeos mais conhecidos de UAP: “Gimbal”, “GoFast” e “FLIR1”. Esses vídeos são frequentemente citados como evidências de fenômenos aéreos anômalos e têm sido objeto de intenso debate e análise.
“Gimbal”
O vídeo “Gimbal” mostra um objeto com uma assinatura infravermelha anômala, gravado à noite por pilotos da Marinha dos EUA. Dr. Kirkpatrick sugeriu que esta assinatura poderia ser explicada como um reflexo do sol, uma interpretação que gerou controvérsia imediata, pois o vídeo foi gravado à noite. “É surpreendente que o ex-diretor do órgão responsável por analisar UAPs não esteja familiarizado com esses vídeos fundamentais”, comentou Marik Von Rennenkampff, o entrevistador.
Mick West, um cético proeminente de UAP, também criticou essa interpretação, chamando-a de “absurda” e “obviamente errada”. “A alegação de que a rotação é causada por compressão de imagem é simplesmente ridícula”, afirmou West.
“GoFast”
O vídeo “GoFast” mostra um objeto aparentemente se movendo a alta velocidade sobre a água. Inicialmente, Kirkpatrick apoiou a análise da NASA que sugeria que o objeto não estava se movendo tão rápido quanto parecia. No entanto, ao ser confrontado com erros claros na análise da NASA, ele admitiu: “Eu não olhei a análise da NASA.”
“A análise da NASA sobre o vídeo ‘GoFast’ ignorou fatores críticos como o vento, o que é um erro significativo”, disse Marik Von Rennenkampff, destacando a necessidade de uma reavaliação mais precisa.
“FLIR1”
No vídeo “FLIR1”, Dr. Kirkpatrick sugeriu que as anomalias observadas poderiam ser explicadas por artefatos de compressão de imagem, uma afirmação contestada por especialistas como Mick West. “A ideia de que a rotação no vídeo ‘FLIR1’ é um artefato de compressão de imagem não se sustenta sob escrutínio rigoroso”, afirmou West.
Lei de Divulgação de UAPs
A Lei de Divulgação de UAPs, reintroduzida pelo Senador Chuck Schumer, exige que o governo dos EUA recupere e revele evidências biológicas de inteligência não humana, supostamente em posse de entidades privadas. Esta ação surge após a negativa categórica do AARO sobre a existência de programas ilegais de recuperação e engenharia reversa de UAPs.
Controvérsia Legislativa
Dr. Kirkpatrick expressou confusão sobre por que, apesar da negação do AARO, o Senado dos EUA continua a avançar com a legislação. Ele afirmou: “Eu fui ao Congresso e testemunhei que não encontramos nenhuma evidência dessas alegações.”
Kirkpatrick revelou que ele e o AARO fizeram lobby para convencer o Congresso a não seguir em frente com a Lei de Divulgação de UAPs, resultando em críticas de defensores de UAP e membros do Congresso. Marik Von Rennenkampff questionou: “Quem desmantelou isso no ano passado?”, ao que Kirkpatrick respondeu: “Nós convencemos o Congresso no ano passado a não seguir por esse caminho…”
Contexto Político e Pressões Externas
Kirkpatrick sugeriu que pressões externas e possíveis interesses pessoais podem estar influenciando os esforços legislativos. Ele mencionou que alguns indivíduos envolvidos com os programas originais de pesquisa de UAPs, como os financiados por Robert Bigelow e o ex-senador Harry Reid, poderiam estar incentivando a continuação das investigações para obter mais financiamento e atenção.
Desinformação e Desafios Científicos
Dr. Kirkpatrick abordou a disseminação de desinformação sobre UAPs e a dificuldade em combater mitos com fatos científicos. Ele destacou a importância de basear as investigações em evidências concretas e criticou a tendência de algumas figuras públicas em perpetuar alegações infundadas.
Análise Científica e Dados Confiáveis
Kirkpatrick enfatizou que muitos vídeos de UAPs disponíveis publicamente são comprimidos e, portanto, suscetíveis a artefatos que podem distorcer as observações. Ele afirmou: “Sem dados brutos, é muito difícil tirar conclusões precisas.”
“A análise rigorosa exige acesso a dados não comprimidos para garantir a precisão e a confiabilidade das conclusões”, destacou Kirkpatrick.
Confiabilidade das Evidências
Dr. Kirkpatrick frequentemente argumenta que as evidências de UAP são muitas vezes insuficientes, classificando-as como dados incompletos, de segunda mão, ou baseadas em julgamentos e memórias pouco confiáveis dos pilotos sobre distância e velocidade. Ele sugere que muitos dos casos podem ser atribuídos a “balões” ou outros objetos comuns. Essa abordagem levanta questões sobre a necessidade de uma investigação mais aprofundada e independente.
Programas de Acesso Especial (SAPs) Ocultos
Uma questão crítica que não foi abordada na entrevista de Marik Von Rennenkampff é se existem Programas de Acesso Especial (SAPs) ocultos do AARO. A falta de questionamento sobre a necessidade de uma investigação independente, como uma inquérito estilo “Church”, para descobrir possíveis ocultações é um ponto de crítica significativo.
Produção Experimental dos “Art’s Parts”
Os “Art’s Parts” são fragmentos metálicos alegadamente de origem extraterrestre. Kirkpatrick sugeriu que esses fragmentos poderiam ser de uma produção experimental dos anos 1950,
mas nunca especificou qual processo experimental ou fundição estaria envolvida. “É necessário sugerir locais específicos que poderiam ter produzido o material para rastrear a cadeia de custódia”, comentou um especialista anônimo.
Encontro no Skinwalker Ranch
Há muitas perguntas sem resposta sobre o encontro de 2018 no Skinwalker Ranch. Por que os comitês do Senado queriam falar com Brandon Fugal sobre o local? Qual foi o papel de Hal Puthoff? E por que Kirkpatrick estava envolvido na assessoria ao Senado sobre isso em 2018?
Outras Análises e Dados
Marik Von Rennenkampff não perguntou sobre o vídeo mais longo do “Gimbal” ou sobre outros objetos observados nele. Kirkpatrick viu o vídeo completo? Como ele explica os outros objetos? E sobre o e-mail enviado sobre o evento “GoFast” que Gallaudet viu?
Incidente Nimitz
Foi questionado o que Kirkpatrick fez para tentar obter mais informações sobre o incidente Nimitz. Varias vezes ele mencionou que os três vídeos da Marinha não são “dados brutos” e que a “compreensão” dificultou a análise.
Intrusões em Áreas de Treinamento
Kirkpatrick sugeriu que países estrangeiros frequentemente lançam objetos em espaços de treinamento para ver como os pilotos adversários reagem. Ele está dizendo que essa é a razão para os relatórios de intrusão na costa leste dos EUA?
Conclusão e Necessidade de Reforma
As críticas à atuação de Kirkpatrick e do AARO sugerem uma necessidade urgente de reforma e maior transparência nas investigações sobre UAPs. A falta de comunicação clara e precisa, juntamente com a aparente resistência à divulgação de informações, prejudica a confiança pública e a credibilidade das investigações. É essencial que futuras investigações sejam conduzidas com maior rigor científico e compromisso com a transparência, garantindo que o público e os legisladores tenham acesso a informações precisas e completas sobre os UAPs.
Para mais informações sobre as críticas e os desafios enfrentados pelo AARO e Dr. Sean Kirkpatrick, consulte a entrevista completa e outras fontes relacionadas.