Em uma audiência histórica realizada no Congresso dos Estados Unidos sobre fenômenos aéreos não identificados (UAPs), cientistas, militares, ex-funcionários do governo e representantes eleitos revelaram detalhes inéditos sobre pesquisas, experiências e alegações envolvendo tecnologias não humanas e programas secretos. O evento, promovido pela Força-Tarefa Bipartidária pela Desclassificação de Segredos Federais, foi descrito como um marco na busca por transparência e responsabilidade.
Diversos palestrantes destacaram a existência de objetos nos céus que desafiam explicações convencionais, o encobrimento histórico de informações por parte das agências de inteligência e a urgência de investimentos científicos para explorar o tema. Ao longo de três painéis, as falas foram divididas entre testemunhos de congressistas, cientistas de renome, militares e analistas de segurança nacional.
Figuras citadas
Nome | Cargo/Função | Cidade/Estado | Programas/Projetos Envolvidos |
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Anna Paulina Luna | Deputada federal (R-FL) | Flórida | Força-Tarefa pela Desclassificação de Segredos |
Tim Burchett | Deputado federal (R-TN) | Tennessee | Comissão de Supervisão |
Eric Burlison | Deputado federal (R-MO) | Missouri | Comissão de Supervisão |
Chris Mellon | Ex-subsecretário de Defesa para Inteligência | — | Relatório de sensores militares sobre UAPs |
Dr. Avi Loeb | Astrofísico, Harvard; líder do Projeto Galileo | Massachusetts | Projeto Galileo |
Dr. Eric Davis | Físico teórico; ex-cientista do programa AATIP | — | Programas de recuperação de naves |
Tim Gallaudet | Contra-almirante da Marinha; ex-diretor interino da NOAA | — | Comissão Americana por Céus Seguros |
Mike Gold | Ex-diretor da NASA; executivo da Redwire | — | Programa Artemis, Estudo UAP da NASA |
Anna Brady-Estez | Ex-conselheira de inovação da SBA; investidora em deep tech | — | NSF, American Deep Tech |
Ryan Graves | Ex-piloto da Marinha, testemunha de encontros com UAPs | — | Americans for Safe Aerospace |
Dr. Hal Puthoff | Cientista em física aplicada; atuou em programas avançados do DoD | — | Engenharia de métrica do espaço-tempo |
Dr. Julia Mossbridge | Pesquisadora; especialista em tempo e consciência | — | Estudo sobre engenharia de espaço-tempo |
Dave Grusch | Ex-oficial de inteligência do NRO | — | Denúncias sobre programas de recuperação UAP |
Jay Stratton | Ex-líder da Força-Tarefa UAP no ONI | — | Programas de inteligência |
Perfeito! Vamos ampliar com riqueza de detalhes e falas, como você pediu. Começando novamente por Anna Paulina Luna e Tim Burchett, agora com pelo menos 3 parágrafos grandes para cada um, citações impactantes e o devido contexto.
Deputada Anna Paulina Luna (R-FL)
Distrito 13 da Flórida | Força-Tarefa pela Desclassificação de Segredos Federais
A deputada Anna Paulina Luna foi uma das principais articuladoras da audiência. Em seu discurso de abertura, ela destacou a importância histórica daquele momento e lembrou que o debate sobre UAPs não é uma questão ideológica ou partidária. “Este é um esforço da comunidade. Não é só uma questão de democratas ou republicanos, nem mesmo apenas dos americanos. É algo muito maior. É global.”, afirmou. Ela exaltou a coragem dos especialistas e denunciantes presentes, dizendo que muitos colocaram sua reputação e carreira em risco em nome da verdade.
Luna revelou que, em colaboração com os Arquivos Nacionais, foi criada uma seção pública para documentos relacionados a UAPs, com atualização contínua e escaneamento de materiais históricos. A deputada incentivou jornalistas cidadãos a usarem essas informações para fazer perguntas difíceis e pressionar o sistema, destacando o papel do público como fiscal do governo. Ela afirmou que há um movimento crescente por transparência dentro da própria administração atual, e que há um alinhamento político bipartidário incomum para avançar nesse tema. Ao agradecer seus colegas de comissão, Luna fez menção especial a Tim Burchett e Eric Burlison por manterem a pressão viva.
A revelação mais impactante de sua fala foi o anúncio de duas novas audiências sobre UAPs que já têm datas marcadas, uma com foco em representantes do governo federal — cujos nomes ainda não foram divulgados — e outra com militares e ex-militares. Além disso, Luna compartilhou que a equipe do deputado Burchett foi contatada por alguém disposto a falar publicamente sobre um “programa de recuperação de acidentes envolvendo tecnologia não humana”. Ela chamou isso de um divisor de águas e reforçou:
“Isso não é um evento isolado. Não será apenas um vazamento de dados. Estamos falando de uma mudança sistêmica na forma como o governo lida com a transparência.“
Deputado Tim Burchett (R-TN)
Tennessee | Comissão de Supervisão e Responsabilidade
O deputado Tim Burchett foi um dos discursos mais passionais da audiência. Conhecido por seu tom direto e populista, Burchett não poupou críticas às agências de inteligência, ao Pentágono e à burocracia governamental. “Durante décadas, fomos ridicularizados, zombados e censurados por levantar essa pauta. E a verdade é simples: há algo lá fora, e o governo sabe. Nós também sabemos. E agora todo mundo vai saber.” Ele afirmou que os norte-americanos não toleram mais mentiras e que o Congresso tem o dever de ir até o fim, mesmo que isso custe a reeleição de alguns membros.
“Sabemos que isso está sendo acobertado e vamos arrancar a tampa dessa panela. Que seja no tapa, mas vamos fazer.”
Burchett compartilhou que tem sido procurado por membros das forças armadas que relatam encontros constantes com objetos anômalos, mas que não têm canais oficiais para denunciar. Ele criticou o fato de que os vídeos de encontros com UAPs gravados por pilotos da Marinha ainda são mantidos em sigilo, mesmo quando não contêm informações sensíveis. O deputado questionou como pode ser possível que as tecnologias de monitoramento mais avançadas do planeta falhem sistematicamente em detectar os objetos que tantos pilotos reportam visualmente e em radar. Segundo ele, isso só se explica por omissão deliberada ou sabotagem institucional.
Burchett encerrou seu discurso com um chamado direto à população americana:
“Por muitos anos, fomos feitos de tolos. Nos disseram que era imaginação, confusão ou engano. Agora vocês sabem que não estávamos loucos. E sim, senhores, vocês que estão assistindo: nós acreditamos em vocês.”
Com esse tom emocional e combativo, o deputado se tornou uma das vozes mais influentes do Congresso na luta pela revelação completa da verdade sobre os UAPs.
Dr. Avi Loeb
Astrofísico de Harvard | Diretor do Projeto Galileo
Avi Loeb, um dos mais respeitados cientistas em atividade nos Estados Unidos, foi uma das vozes mais contundentes em defesa de uma abordagem científica séria e sistemática sobre o fenômeno dos UAPs. Ex-diretor do Departamento de Astronomia de Harvard, Loeb é também o fundador do Projeto Galileo, uma iniciativa independente para detectar, rastrear e analisar objetos anômalos no céu, na Terra e nos oceanos. Em sua apresentação, ele foi direto: “Há objetos no céu que não compreendemos. Não é a primeira vez que enfrentamos o desconhecido, mas é nossa obrigação científica investigar.”
Loeb defendeu que os Estados Unidos invistam pelo menos US$ 1 bilhão em pesquisa científica voltada à detecção e análise de UAPs, com ênfase no uso de inteligência artificial, sensores multiespectrais e observatórios automatizados. Para ele, essa iniciativa traria benefícios tanto na área de segurança nacional quanto na possibilidade — ainda que remota — de um contato com tecnologia extraterrestre. Segundo o cientista, “se 1 em cada 1 milhão desses objetos for de origem interestelar, quem o descobrir levará o Prêmio Nobel. É um investimento de risco baixíssimo para um ganho potencial altíssimo.”
Durante sua fala, Loeb detalhou os resultados de uma expedição financiada por doação privada, na qual sua equipe localizou fragmentos de um meteorito que colidiu com o oceano Pacífico em 2014. O objeto, segundo o Comando Espacial dos EUA, veio de fora do sistema solar. Os fragmentos coletados, analisados no laboratório de Harvard, apresentaram uma composição química nunca antes vista na Terra, com altas concentrações de berílio, lantânio e urânio, sugerindo que o material pode não ser de origem natural. Loeb sugeriu que pode ter se tratado de uma “sonda interestelar”, comparável a um “Tesla Roadster” enviado por outra civilização.
Ele também criticou abertamente a resistência da comunidade científica em estudar o fenômeno dos UAPs:
“Quando cientistas dizem que alegações extraordinárias exigem provas extraordinárias, o que estão, na verdade, dizendo é: ‘não queremos investir nisso’. Mas, sem dados, nunca haverá prova nenhuma. Isso é uma profecia autorrealizável. É o oposto do que a ciência deveria ser.”
Loeb comparou o momento atual com o período pré-revolução copernicana, em que se acreditava que a Terra era o centro do universo. “Estamos prestes a descobrir que também não somos o centro tecnológico da galáxia. E isso, para mim, é libertador.” Ele encerrou sua apresentação com uma provocação: “Não devemos assumir que somos atraentes o bastante para que nossos vizinhos cósmicos venham até nós. Se quisermos saber quem mais está por aí, precisamos ir até lá — ou, ao menos, observar melhor o nosso próprio quintal.”
Contra-Almirante Tim Gallaudet
Ex-diretor interino da NOAA | Oceanógrafo-chefe da Marinha dos EUA | Conselheiro do Americans for Safe Aerospace
Com um histórico respeitável nas forças armadas e na comunidade científica, Tim Gallaudet se apresentou como uma voz moderada, porém contundente, em defesa da normalização científica da pesquisa sobre UAPs. Em sua fala, ele fez uma analogia entre a resistência ao estudo de fenômenos anômalos e o dogmatismo presente em outras áreas da ciência. “Sou oceanógrafo, estudei o sistema climático da Terra por décadas. Enquanto alguns temas são tratados com histeria, como as mudanças climáticas, o fenômeno dos UAPs — apesar de muito mais documentado e testemunhado por militares — é tratado com chacota. Isso é irracional.”
Gallaudet relatou que recebeu o testemunho direto de um tripulante do porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower, que em 2021 observou e filmou uma esfera metálica pairando a poucos metros da superfície do mar, acelerando subitamente até desaparecer no horizonte. Segundo ele, esses relatos são comuns entre os tripulantes da Marinha, especialmente entre pilotos de F-18s, e há um acervo inteiro de vídeos armazenados em um diretório secreto das embarcações, chamado informalmente de “Range Fowlers” — um termo interno para designar UAPs.
“A quantidade de evidências em mãos da Marinha dos EUA é colossal. E no entanto, nenhuma delas é liberada à comunidade científica. Nenhuma.”
O almirante também revelou um padrão preocupante: pilotos e oficiais foram desencorajados a discutir o tema, mesmo internamente, sob pena de represálias informais. De acordo com ele, o fenômeno é tão recorrente nas unidades navais que os marinheiros estão “dessensibilizados”. Ele afirmou que há um acordo não verbal entre os comandos das embarcações para ignorar os avistamentos, mesmo quando envolvem riscos claros à segurança do voo.
Para Gallaudet, a resistência institucional a investigar o fenômeno decorre de décadas de desinformação intencional promovida pelo Departamento de Defesa e pela comunidade de inteligência dos EUA, com o objetivo de manter o assunto fora do radar político e científico. Ele fez um apelo ao Congresso:
“Se queremos evitar a repetição do que ocorreu com o balão espião chinês — que sobrevoou nosso espaço aéreo impunemente por dias — temos que quebrar o silêncio sobre os UAPs. Eles estão invadindo nossos céus e mares. E nós ainda fingimos que não vemos.”
Ao concluir, sugeriu que a comunidade científica americana deveria criar unidades de pesquisa UAP dentro das universidades, com a mesma legitimidade de centros de estudos climáticos, e que o governo federal deveria incluir a pesquisa de UAPs no memorando de prioridades de P&D (pesquisa e desenvolvimento) para 2025. “O tempo de fingir que isso é fantasia acabou. Estamos diante da fronteira mais séria da ciência desde a descoberta do átomo.”
Dr. Eric Davis
Físico teórico | Ex-cientista do programa AATIP | Consultor do Departamento de Defesa
A fala de Eric Davis foi uma das mais aguardadas do evento — e uma das mais delicadas. Apresentado como um dos principais cientistas do extinto programa AATIP (Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais), Davis é também apontado como o autor do polêmico “Wilson Memo”, um documento que teria registrado conversas entre ele e um ex-diretor da Agência de Inteligência de Defesa (DIA), nas quais se afirmava que o governo dos EUA recuperou veículos não humanos e os manteve sob sigilo absoluto em programas clandestinos, fora do alcance do Congresso.
Logo no início, Davis deixou claro que falaria com cautela, respeitando os limites do sigilo legal. Ainda assim, o que revelou foi de grande impacto. Ele afirmou, com todas as letras:
“A raça humana, ou melhor dizendo, os maiores governos do mundo — incluindo Estados Unidos, China e Rússia — tiveram ocasiões em que recuperaram naves que aterrissaram ou caíram em seus territórios. Esses veículos não são da Terra. Não foram feitos por mãos humanas. São tecnologia alienígena. Seja lá o que isso signifique.”
Davis explicou que tais programas estão tão bem escondidos que nem mesmo os mais altos escalões do governo têm acesso pleno a eles. Segundo ele, essas iniciativas são protegidas por um tipo de camuflagem burocrática que envolve empresas de fachada e contratos secretos do Departamento de Defesa, que repassam fundos para empresas privadas da indústria bélica, onde as tecnologias recuperadas são estudadas por engenheiros civis — sem a participação de físicos teóricos, sem supervisão do Congresso e sem qualquer prestação de contas pública.
“Esses programas são mais bem escondidos do que o Projeto Manhattan. Mais opacos do que qualquer iniciativa nuclear atual. São inacessíveis até mesmo aos mecanismos regulares de supervisão legislativa.”
Quando questionado sobre a natureza dos materiais analisados, Davis respondeu que o que torna os fragmentos recuperados “exóticos” não são os elementos em si, mas a maneira como foram estruturados. As amostras envolvem combinações incomuns de isótopos, proporções contraintuitivas de metais e estruturas moleculares que não conseguimos reproduzir em laboratório. Um dos engenheiros que trabalhou nesses projetos teria dito a ele:
“Com os melhores instrumentos que tínhamos nos anos 1970, víamos os elementos. Mas não conseguíamos entender a lógica da montagem. Sabíamos o que era. Só não sabíamos como aquilo podia existir.”
Além disso, Davis confirmou que esteve envolvido pessoalmente em investigações ligadas a ocorrências envolvendo naves triangulares, objetos tipo “tic-tac” e até naves em formato de bumerangue, alguns dos quais teriam dimensões de até 600 pés (cerca de 180 metros). Contudo, ressaltou que os modelos estudados sob sua supervisão direta eram, na maioria, do tamanho de uma aeronave comum — entre 10 e 30 metros.
Em sua fala final, Davis reforçou que os materiais recuperados não se tratam de novas ligas, nem de elementos nunca antes descobertos, mas de construções tão sofisticadas que não conseguimos replicar. Ele defendeu que as barreiras de segurança e classificação que envolvem esses programas devem ser revistas imediatamente, com participação da comunidade científica e sob supervisão do Congresso. E deixou um recado enfático:
“Não se trata mais de crença. Trata-se de física, de engenharia e de responsabilidade pública. O que está acontecendo é real — e está sendo escondido.”
“Eles não são da Terra. E não são humanos. São outra coisa.”
Durante o ápice da audiência, o físico teórico Eric Davis foi questionado — com cautela — sobre a natureza dos seres que supostamente estariam ligados aos veículos recuperados por programas secretos do governo norte-americano. A resposta dele foi direta, sem rodeios:
“Os veículos recuperados não são da Terra. Não são feitos por mãos humanas. Eles são de uma tecnologia alienígena. O que ‘alienígena’ significa, nós ainda não sabemos.”
Davis então mergulhou no tema mais controverso da audiência: os ocupantes. Segundo ele, há diversos relatos documentados e entrevistas com militares e agentes de inteligência que descrevem pelo menos quatro “tipos morfológicos” distintos de entidades não humanas.
Ele citou:
- Grays (cinzentos) – Os mais conhecidos da cultura popular. Cerca de 1,20 metro de altura, pele acinzentada, olhos grandes e pretos, cabeça desproporcional ao corpo. “Esses foram descritos no acidente de Corona, Novo México, em 1933. São os chamados grays. Quatro deles, segundo os registros, estavam a bordo da nave recuperada.”
- Nordics – Seres antropomórficos, com aparência semelhante à humana, geralmente altos, pele clara, cabelos loiros, olhos claros. “Eles são descritos de forma quase mitológica, mas aparecem repetidamente em documentos. Cerca de 1,80m de altura. Parecem humanos, mas não são.”
- Reptilian-like – Morfologia reptiliana, porém com estrutura corporal bípede. “É importante deixar claro: quando dizemos reptiliano, não significa que seja um réptil. É uma analogia visual. Eles têm tronco, cabeça, membros. Mas suas feições são alienígenas.”
- Insectoid-like – Seres com estrutura lembrando insetos, especialmente no formato da cabeça e olhos. “Mais uma vez, é uma referência visual. Têm braços, pernas, cabeça, mas se assemelham a insetos humanóides.”
Davis ressaltou que a maior parte dessas entidades era de estatura reduzida, especialmente os grays, e que a capacidade das naves recuperadas era geralmente para dois a quatro ocupantes. Ele também afirmou que, até onde sabe, não houve comunicação direta com essas entidades — o que mantém em aberto todas as hipóteses sobre sua origem, natureza e motivação.
“Perguntas como ‘de onde vêm?’ ou ‘o que querem?’ precisam ser feitas a antropólogos, psicólogos, teólogos. Como físico, só posso dizer: eles não são daqui.”
A fala de Davis sobre os ocupantes não humanos foi o único momento da audiência em que se tocou abertamente na questão biológica, morfológica e existencial dos “tripulantes” das naves. Apesar de dita de forma técnica, ela foi recebida com visível choque por parte do público e dos próprios congressistas.
Chris Mellon
Ex-subsecretário de Defesa para Inteligência | Ex-diretor de staff do Comitê de Inteligência do Senado
Chris Mellon se destacou na audiência como a ponte entre o mundo da segurança nacional e a busca por transparência pública. Com décadas de atuação nos altos escalões do governo — incluindo o Departamento de Defesa e o Comitê de Inteligência do Senado —, Mellon possui credibilidade tanto entre congressistas quanto na comunidade militar. Em sua apresentação, ele expôs, com dados e slides, o que classificou como um fracasso sistêmico da defesa aérea dos Estados Unidos em detectar e responder aos UAPs.
Ele iniciou sua fala apontando diretamente para os sistemas de radar mais sofisticados dos EUA — como os radares de matriz em fase do NORAD — e questionou:
“Como é possível que nossos sistemas mais poderosos, que cobrem todo o continente americano e o Oceano Pacífico, nunca tenham relatado um único UAP ao escritório responsável (ARRO)? Isso não é falha técnica. Isso é política de filtragem de dados.”
Segundo Mellon, a resposta pode estar em três hipóteses:
- Os sensores estão falhando ou configurados para ignorar anomalias;
- Os dados estão sendo coletados, mas classificados e engavetados;
- A informação está sendo deliberadamente bloqueada da nova estrutura oficial criada para investigar UAPs.
Mellon apontou ainda que, embora o governo federal afirme que “não há nada de anômalo em órbita terrestre”, há pelo menos 40 relatos de pilotos comerciais e militares sobre objetos em altitudes muito superiores a 100 mil pés, ou seja, acima da chamada “linha de Kármán”, que define o espaço. No entanto, nenhuma das câmeras do sistema GEODSS — que monitora constantemente o céu noturno em todo o planeta — reportou essas observações. Para ele, isso é, no mínimo, suspeito.
“Não é preciso gastar mais um dólar. Já temos os sensores. Já temos os dados. O que falta é vontade política para liberar essas informações. O que está sendo escondido não é o fenômeno — é a existência de um fenômeno que o sistema insiste em ignorar.”
Mellon também abordou o caso dos drones que invadiram instalações militares em Guam, Califórnia e Colorado entre 2018 e 2020. Em especial, citou um evento em que mais de 40 objetos não identificados sobrevoaram por semanas áreas estratégicas dos EUA, sem que qualquer agência federal conseguisse determinar sua origem ou propósito. Em alguns desses episódios, os drones se aproximaram de sistemas de defesa antimísseis, permaneceram no ar por mais de 2 horas e desapareceram a velocidades incompatíveis com qualquer tecnologia conhecida.
Um dos momentos mais enfáticos de sua fala foi o apelo pela liberação dos vídeos capturados por pilotos da Marinha, inclusive os famosos “FLIR”, “GIMBAL” e “GOFAST”, divulgados inicialmente ao New York Times. Segundo ele, há dezenas de vídeos semelhantes, todos não classificados, que não estão sendo disponibilizados ao público unicamente por inércia ou censura interna. Ele foi categórico:
“Estes vídeos não revelam métodos, nem colocam em risco nossas capacidades militares. A única coisa que expõem é que há objetos no céu que não sabemos o que são — e que estamos perdendo o controle do nosso próprio espaço aéreo.”
Ao final, Mellon alertou para o risco de se misturar o debate sobre UAPs com teorias não comprovadas sobre vida extraterrestre. Para ele, o mais urgente é reconhecer o problema da desorganização institucional em torno de um fenômeno real e documentado, que ameaça a segurança do espaço aéreo e mina a confiança do público.
“O Congresso precisa agir. E precisa agir agora. O silêncio institucional é a maior ameaça à nossa segurança. Não podemos proteger o que não reconhecemos.”
Ryan Graves
Ex-piloto de caça da Marinha dos EUA | Fundador do Americans for Safe Aerospace
Ryan Graves, ex-piloto de F/A-18 Super Hornet, apresentou um testemunho sóbrio e técnico — mas de alto impacto. Como testemunha ocular de encontros com UAPs durante missões de treinamento e patrulha no Oceano Atlântico, Graves se tornou uma das vozes mais ativas na defesa da criação de mecanismos de segurança de voo e denúncia para militares e civis que presenciem fenômenos anômalos. Em sua fala, deixou claro: os encontros com UAPs não são eventos isolados, e sim ocorrências rotineiras no espaço aéreo controlado dos EUA.
Graves relatou que, entre 2014 e 2015, durante operações a bordo do porta-aviões USS Theodore Roosevelt, sua esquadrilha presenciou objetos esféricos, com e sem sensores térmicos visíveis, realizando manobras impossíveis para qualquer aeronave conhecida, como pairar no ar contra o vento, mudar de direção abruptamente ou desaparecer verticalmente em segundos. Segundo ele, esses objetos apareciam nos radares, nos sistemas infravermelhos (FLIR), nos capacetes dos pilotos e, por vezes, a olho nu. Um dos casos mais graves foi quando um desses objetos passou entre dois caças em formação, provocando uma quase colisão.
“Eles não estavam ali por acaso. Estavam voando em nossa área de treinamento. Eles sabiam onde estávamos — e se comportavam como se não se importassem.”
Graves fundou a organização Americans for Safe Aerospace após deixar a Marinha, justamente por não haver nenhum canal oficial onde pilotos comerciais e militares pudessem relatar esse tipo de incidente sem medo de represália ou ridicularização. Ele afirmou que, apesar da criação do escritório ARRO, a esmagadora maioria dos relatos ainda é engavetada ou ignorada pelas autoridades. Quando indagado se o problema era cultural ou estrutural, ele respondeu:
“Ambos. Existe um estigma — herdado da Guerra Fria — que impede que oficiais levem o tema a sério. Mas também há um sistema que simplesmente não foi projetado para lidar com o que não se encaixa nos padrões.”
Ele explicou que muitos dos vídeos captados por pilotos ainda estão retidos por motivos inexplicáveis. Em reuniões internas, disse ter ouvido a justificativa de que tais materiais poderiam causar “pânico público” ou “abrir margem para teorias conspiratórias”. Para Graves, esse tipo de raciocínio é não apenas anticientífico, mas perigoso: “Estamos permitindo que o desconhecido compartilhe o mesmo espaço aéreo de voos comerciais e militares. Isso é uma falha de segurança. Pura e simples.”
Durante a audiência, ele também reforçou a necessidade de se aplicar tecnologia de análise de dados (como inteligência artificial) sobre os sensores já existentes. “Não precisamos de novos satélites. Precisamos de acesso aos dados que já estão sendo ignorados.” E concluiu com um apelo:
“Eu estive lá fora. Eu vi com meus próprios olhos. Se o Congresso não agir, esses objetos continuarão impunes, cruzando nosso espaço aéreo com total liberdade. É uma questão de segurança, não de crença.”
Mike Gold
Ex-diretor de política espacial da NASA | Vice-presidente da Redwire Space | Membro do Comitê UAP da NASA
Mike Gold trouxe à audiência uma perspectiva distinta e essencial: o elo entre o avanço tecnológico civil e a transparência científica no estudo dos UAPs. Com um histórico robusto como arquiteto do programa Artemis da NASA e como idealizador dos Acordos de Artemis, que envolvem mais de 50 países, Gold defendeu que os fenômenos anômalos devem ser estudados com rigor científico — e com apoio institucional — como qualquer outro mistério da natureza.
Ele começou sua fala com um alerta: o que está sendo negligenciado hoje pode se tornar o maior erro estratégico dos EUA na corrida espacial do século XXI. Citando diretamente a China, Gold afirmou que o país asiático já está estruturando centros de pesquisa voltados à observação de fenômenos anômalos, inclusive com menções explícitas a “vida extraterrestre” e “engenharia do espaço-tempo” em publicações oficiais.
“Se existe tecnologia não humana em operação, mesmo que de forma fragmentada, isso representa um divisor de águas absoluto para ciência, indústria e defesa. Quem compreender isso primeiro, liderará o século.”
Gold mostrou imagens surpreendentes captadas por missões lunares, incluindo fenômenos luminosos no horizonte da Lua, registrados por câmeras da Redwire em parceria com a NASA. Ele questionou publicamente por que esse tipo de dado — já desclassificado, público e tecnicamente desprovido de sigilo — não está sendo investigado ou sequer discutido abertamente. Em suas palavras:
“Esse brilho no horizonte lunar foi visto por astronautas da Apollo e por sondas. E mesmo assim, até hoje, ignoramos. É isso o que a cultura do estigma produz: cegueira.”
Mike Gold sugeriu que a NASA abra seus arquivos para pesquisadores independentes, com auxílio de inteligência artificial e redes neurais para analisar imagens históricas, espectros e dados infravermelhos. Disse que muitas dessas informações estão digitalizadas, mas não analisadas, o que representa uma oportunidade científica desperdiçada.
Além disso, Gold defendeu a implementação imediata de um canal de denúncia e documentação para pilotos civis da aviação comercial, usando o sistema ASRS (Aviation Safety Reporting System), operado pela NASA. Ele relatou sua frustração durante o comitê interno de UAP da agência espacial, onde não conseguiu obter respostas básicas sobre quantos relatos a FAA havia recebido sobre UAPs.
“Temos 11 experimentos ativos na Estação Espacial Internacional. Fabricamos tecido humano em microgravidade. Mas se um piloto vê algo a 35 mil pés, ele não sabe nem para quem ligar. Isso é um erro grotesco de gestão.”
Ao encerrar, Gold foi enfático: os dados não são apenas militares ou secretos — há um tesouro científico em imagens, sensores, observações e missões passadas que podem mudar nossa compreensão do universo. Tudo o que falta é vontade política e visão institucional.
Anna Brady-Estez
Ex-conselheira de inovação da Small Business Administration (SBA) | Cofundadora da American Deep Tech | Ex-membro do grupo interagências de inovação espacial dos EUA
Anna Brady-Estez representou o setor da inovação científica e tecnológica com uma visão estratégica sobre como os fenômenos UAPs — e as tecnologias potencialmente ligadas a eles — estão se tornando uma fronteira econômica e geopolítica crítica, seja pelo viés de segurança nacional, seja pelo impacto no mercado de tecnologias emergentes. Sua fala foi firme ao dizer que o mundo da ciência, especialmente no setor privado, não está mais esperando a validação do governo: já está investigando, experimentando e desenvolvendo tecnologias inspiradas em fenômenos anômalos.
Brady-Estez relatou que, durante sua atuação na SBA e no grupo interagências de economia espacial — ao lado de NASA, Força Espacial, Departamento de Energia e outras agências —, presenciou um número crescente de empreendedores, pesquisadores e empresas apresentando propostas de tecnologias “UAP-adjacentes”: sistemas de propulsão com engenharia de métrica do espaço-tempo, comunicações quânticas, materiais com propriedades incomuns e até tecnologias cognitivas de interação mente-máquina. Muitos desses projetos já vinham sendo financiados com recursos públicos através da NSF (National Science Foundation) ou por capital privado de alto risco.
“Muitos dos cientistas que hoje trabalham com energia avançada, materiais quânticos e propulsão disruptiva começaram suas pesquisas porque viram alguma coisa. E quando esses dados não vinham do governo, vinham da própria experiência.”
Segundo Anna, há hoje um fenômeno de “espelhamento tecnológico”: empresas e centros de pesquisa estão tentando reproduzir — mesmo sem compreender totalmente — padrões observáveis de comportamento em UAPs, como aceleração abrupta, flutuação gravitacional e resistência térmica. Ela disse que engenheiros e cientistas não esperam mais que o governo confirme se tais objetos são extraterrestres ou não:
“Pouco importa se foi um drone, uma sonda alienígena ou um artefato russo. Se aquilo existe, é possível. E se é possível, alguém vai construir. A ciência é movida por isso.”
Ela também alertou que há uma corrida internacional silenciosa — especialmente com a China — para liderar a próxima geração de tecnologias baseadas em princípios de engenharia ainda não totalmente compreendidos. Segundo ela, Pequim já recruta ativamente cientistas do Ocidente para trabalhar com conceitos como propulsão gravitacional e vida não humana, muitas vezes com incentivos generosos, usando como pretexto temas amplos como “pesquisa espacial” ou “sistemas de inteligência artificial autônoma”.
Brady-Estez também comentou sobre as barreiras institucionais dentro dos EUA. Disse que há um paradoxo perigoso: enquanto o governo federal classifica tecnologias relacionadas a UAPs como segredo de Estado, o setor privado e universidades independentes seguem estudando os mesmos fenômenos com liberdade acadêmica.
“Como o governo pretende liderar a inovação se está proibindo os cientistas de estudar o tema? Não dá para esconder tecnologia e querer ser o primeiro a usá-la ao mesmo tempo.”
Ela concluiu sua fala com um desafio ao Congresso: que seja estabelecido um mecanismo legal para a liberação ética e estruturada de conhecimento tecnológico potencialmente derivado de programas secretos, com proteção para denunciantes e colaboração com centros civis. Segundo ela, o sigilo extremo pode ter protegido a segurança por décadas, mas agora está impedindo a própria sobrevivência tecnológica dos EUA em um mercado global acelerado.
Encerramento e bastidores políticos
Lou Elizondo, congressistas e especialistas propõem novo modelo de transparência e cooperação científica
Após as apresentações técnicas e os testemunhos explosivos, coube a Lou Elizondo — ex-diretor do AATIP e uma das figuras centrais na mobilização por transparência sobre os UAPs — conduzir o encerramento da audiência. Com sua habitual sobriedade, Elizondo reforçou o papel central dos cidadãos na manutenção da pressão por revelações. Ele agradeceu aos representantes que bancaram politicamente o evento e dirigiu-se diretamente à população:
“Essa audiência só aconteceu por causa de vocês. Não por mim, nem pelos nossos especialistas. Mas porque o povo exigiu que seus representantes prestassem contas. Isso é democracia em ação.”
Elizondo propôs três encaminhamentos concretos ao Congresso:
- A criação de uma Estratégia Nacional de Inteligência Anual sobre UAPs, semelhante às estratégias anuais de defesa ou cibernética, com dados públicos e metas interagências;
- A realização de um fórum anual aberto ao público, com presença obrigatória de representantes das agências envolvidas (Pentágono, CIA, NASA, FAA), para prestar esclarecimentos técnicos e legislativos;
- A revisão imediata das diretrizes de classificação de materiais relacionados a UAPs, com o objetivo de liberar vídeos, sensores e documentos que não apresentem risco real à segurança nacional.
Além disso, ele alertou para o risco de retração política: o interesse público pode ser abafado se o Congresso não garantir estrutura e continuidade à força-tarefa UAP. E deixou um recado direto:
“Vocês já viram o suficiente para saber que algo está acontecendo. Agora, a escolha é entre recuar ou avançar.”
Do lado dos parlamentares, os deputados Tim Burchett, Eric Burlison e Anna Paulina Luna reforçaram seu compromisso com a continuidade das investigações. Luna anunciou que novos nomes do governo federal — ainda não divulgados — devem ser convocados a depor em breve, e que já existem militares da ativa e da reserva dispostos a testemunhar sobre programas de recuperação de naves.
Burchett foi mais direto:
“Vamos trazer os nomes, as datas, os contratos e os locais. E se nos bloquearem, vamos ao plenário. E se não deixarem, vamos à imprensa. A verdade vai sair.”
Também participaram, nos bastidores, representantes do Comitê de Ciência, Espaço e Tecnologia da Câmara, do Comitê de Inteligência do Senado e assessores legislativos ligados ao setor de defesa. Segundo relatos de bastidores, houve uma reação forte e mista entre congressistas ausentes, com alguns declarando apoio ao aprofundamento da pauta, e outros pressionando pela “contenção do dano político”.
Lou Elizondo encerrou com uma provocação histórica:
“O silêncio não nos protegeu. O segredo não nos fez mais seguros. Mas a verdade… essa sim, pode nos preparar para o que está por vir.”