Edgar D. Mitchell, o piloto do módulo lunar da missão Apollo 14, é amplamente reconhecido por seu papel crucial na missão que pousou na Lua em 1971. No entanto, além de suas contribuições à exploração espacial, Mitchell também se destacou por suas convicções pouco ortodoxas sobre a existência de vida extraterrestre e a intervenção alienígena em assuntos humanos.
Infância no Novo México e Influências Iniciais
Mitchell nasceu e cresceu no Novo México, uma região intimamente ligada aos testes de armas nucleares no White Sands Testing Range. Esse ambiente influenciou profundamente suas percepções sobre o interesse extraterrestre na capacidade militar dos humanos. Em uma entrevista concedida ao jornal britânico Mirror em 2015, Mitchell afirmou que os alienígenas estavam monitorando nossas atividades militares, especialmente no que dizia respeito às armas atômicas.
“White Sands era um campo de testes para armas atômicas – e é isso que os extraterrestres estavam interessados… Eles queriam saber sobre nossas capacidades militares. Minha própria experiência conversando com pessoas tornou claro que os ETs estavam tentando nos impedir de ir à guerra e ajudar a criar paz na Terra,” declarou Mitchell.
Relatos e Confidências Militares
Mitchell não apenas tinha suas próprias crenças, mas também recebia informações de outros militares que confiavam nele. Segundo ele, vários militares lhe confidenciaram que espaçonaves alienígenas eram responsáveis por desativar mísseis nucleares e derrubá-los na costa do Pacífico. Essas revelações começaram a ganhar atenção pública em 1973, apenas dois anos após sua histórica caminhada na Lua. Nesse período, Mitchell deixou abruptamente a NASA, se divorciou de sua esposa e fundou o Instituto de Ciências Noéticas, um centro dedicado a explorar novas fronteiras do conhecimento além da ciência convencional e da religião.
Formação e Carreira na Marinha e na NASA
Antes de sua carreira na NASA, Mitchell teve uma formação notável na Marinha dos EUA. Ele serviu como Aviador Naval, frequentou a escola de pós-graduação da Marinha e se tornou piloto de pesquisa, obtendo um PhD em aeronáutica e astronáutica pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Sua formação também incluiu a escola de pilotos de pesquisa da Força Aérea dos EUA, onde ele se destacou como primeiro da turma. Além disso, ele instruiu astronautas em matemática e navegação, demonstrando sua profunda compreensão técnica e acadêmica.
Mitchell tornou-se astronauta da NASA em 1966, apenas 13 anos após se alistar na Marinha. Ele estava inicialmente escalado para as missões Apollo 9 e 10, e deveria participar da Apollo 13. No entanto, foi na Apollo 14 que ele finalmente teve a oportunidade de caminhar na superfície lunar, uma experiência que mudou sua perspectiva sobre a humanidade e o universo.
A Experiência Transformadora no Espaço
Durante seu retorno à Terra, Mitchell teve um momento de contemplação que ele descreveu como o “efeito panorâmico” (overview effect). Ver o planeta azul suspenso no espaço vasto e escuro foi uma experiência transformadora, levando-o a questionar a ciência e as cosmologias religiosas existentes.
“De olhar para a Terra do espaço, você começa a questionar, quem somos, como chegamos aqui e para onde isso está indo? E essa é uma pergunta antiga, que os humanos fazem há muito tempo… Minha experiência foi perceber que talvez nossa ciência esteja errada ao responder essas perguntas e talvez nossas cosmologias religiosas sejam arcaicas e falhas. E, dado que agora somos uma civilização extraterrestre, precisamos refazer essas perguntas e trabalhar muito mais para encontrar as respostas,” disse Mitchell em uma entrevista de 2016 para a VICE.
Legado e Reflexão
Mitchell passou grande parte de sua vida promovendo a exploração espacial e o entendimento espiritual. Ele dedicou sua vida à exploração, educação e descoberta, desde seus primeiros anos. Sua crença na intervenção extraterrestre para prevenir uma guerra nuclear e promover a paz na Terra adiciona uma dimensão intrigante ao legado de um dos mais notáveis astronautas da NASA.
Edgar D. Mitchell faleceu em 2016, aos 85 anos, deixando um legado duradouro tanto na exploração espacial quanto nas discussões sobre vida extraterrestre e espiritualidade.
Fontes
Para mais informações sobre a vida e as crenças de Edgar Mitchell, consulte o artigo original de Blake Stilwell no Military.com.