Aparições de drones desconhecidos na Dinamarca levantam suspeitas sobre tecnologia secreta e renovam o interesse público nos fenômenos aéreos não identificados (UAPs). O caso, investigado pela jornalista Lucy Proctor para o programa Crossing Continents da BBC, ganhou repercussão após relatos de drones grandes e silenciosos sobrevoando a cidade costeira de Kerr.
Avistamentos em Kerr: tecnologia civil, militar ou algo mais?
As observações começaram no início de janeiro, quando Alexander, morador local, viu luzes pairando no céu enquanto jantava. Ele gravou vídeos que mostram entre 4 e 20 drones voando em formação, com comportamento incomum e brilho intenso, em alguns casos. Um detalhe intrigante: nenhum deles apareceu no radar de voos comerciais.
“Definitivamente não era um avião”, comentou Alexander. “Eu acompanhei o tráfego aéreo em tempo real e nada batia com o que estava vendo.”
A presença policial reforçou a legitimidade dos relatos. Até os agentes filmaram os drones. Apesar disso, as autoridades dinamarquesas admitiram publicamente que não sabem a origem dos aparelhos nem sua finalidade.
Especulações e teorias: da Rússia aos OVNIs
O advogado e podcaster Martin Kleist, que já documentou fenômenos semelhantes na Groenlândia, acredita que os drones podem estar ligados à consciência humana ou a tecnologias não convencionais. Outros entrevistados, como o porta-voz da organização escandinava de pesquisa ufológica Sufoy, acreditam que os objetos sejam de origem humana, talvez de espionagem russa ou chinesa.
“Se for tecnologia humana, ela está muito além do alcance de amadores”, observou Benny Grandal, do Sufoy.
A hipótese de drones russos ganha força em meio a crescentes tensões geopolíticas. O governo da Dinamarca, por exemplo, já alertou sua população para manter estoques de comida e água devido ao risco de ataques.
O papel da ciência e da cultura na nova era da ufologia
A série dinamarquesa Flying Saucer, produzida por Frederik Diaz Gottlieb, tem contribuído para popularizar o debate. Desde 2017, o público passou a levar os relatos mais a sério, especialmente após revelações do Pentágono sobre programas secretos de monitoramento de UAPs.
Frederik, que mantém uma postura cética e científica, diz que os drones de Kerr não se enquadram nas características mais bizarras de outros casos ufológicos. Ele evita misturar os fenômenos para não “embaralhar as águas” da investigação.
O olhar militar: drones avançados ou algo inexplicável?
O comandante da Força Aérea dinamarquesa, Kastan Marrow, reconhece a complexidade da situação. Ele destaca que drones como os “Babayakas” usados na Ucrânia — se adaptados com baterias — podem explicar a longa autonomia dos drones em Kerr.
No entanto, Marrow também admite, com base em vídeos e registros de radar, que existem objetos voadores que desafiam as leis da física conhecidas:
“Eles ascendem e descem a velocidades impossíveis, sem asas, rotores ou propulsão visível. Isso não é algo feito por qualquer tecnologia humana conhecida.”
A Dinamarca e a naturalização do tema extraterrestre
Graças a figuras como Frederik e organizações como o Sufoy, a Dinamarca tem um ambiente único onde é possível discutir OVNIs sem tabu. A abertura cultural e científica permitiu que os drones de Kerr fossem analisados sob múltiplas perspectivas — militar, ufológica, cética e popular.
A origem dos drones permanece um mistério. Para alguns, podem ser espiões russos. Para outros, são a ponta do iceberg de algo muito maior. Seja qual for a resposta, o céu da Dinamarca parece ter se tornado uma nova fronteira da investigação ufológica global.
