Documentos do Exército dos EUA distinguem UAPs de drones em reuniões sobre falhas de relato na Arábia Saudita

Relatórios de contrainteligência do Exército dos Estados Unidos, obtidos via Lei de Acesso à Informação e divulgados por John Greenewald Jr., criador do site The Black Vault, revelam que militares norte-americanos fizeram distinções claras entre drones (UAS) e fenômenos aéreos não identificados (UAPs) durante reuniões em julho de 2023 na Arábia Saudita. Os documentos tratam de problemas internos nos canais de reporte de UAPs e destacam que os militares consideram UAPs e drones como categorias distintas, com protocolos e preocupações diferentes.

NomeCargosCidadesProgramas envolvidos
SROAgente da ContrainteligênciaArábia SauditaUAP, UAV, ACI
b3 (anonimizado)Oficial de ComandoArábia SauditaProcedimentos de reporte e análise de UAP

UAPs versus drones: distinção oficial e problemas de comunicação

Segundo os documentos classificados como SECRET/ORCON/NOFORN, reuniões entre agentes de inteligência destacaram que o acúmulo de relatos não processados sobre UAPs se devia à ineficiência dos canais de comunicação e ao uso de apresentações imprecisas em PowerPoint sobre incidentes. As atas apontam que os responsáveis ficaram mais de uma semana aguardando dados consolidados sobre ocorrências próximas a bases militares, o que comprometeu a qualidade das análises e a resposta a possíveis ameaças.

Esses atrasos impactaram diretamente o processamento de relatos feitos por militares norte-americanos em campo, especialmente em relação a avistamentos que poderiam envolver drones hostis ou tecnologias não identificadas. A distinção entre UAPs e drones foi reforçada diversas vezes nos relatórios, sugerindo que o termo “UAP” não é utilizado de forma intercambiável com “drone”, mas sim como designação específica para casos em que não se pode confirmar a natureza do objeto aéreo.

A repercussão e o papel do Black Vault

As revelações foram trazidas ao público por John Greenewald Jr., conhecido por divulgar milhares de documentos oficiais sobre o fenômeno UAP por meio do site The Black Vault. Em postagens na plataforma X (antigo Twitter), Greenewald enfatizou que, embora esses documentos não apontem para a existência de tecnologia alienígena, deixam claro que o próprio Departamento de Defesa trata UAPs como uma categoria à parte.

“Muitos dizem que todos os UAPs são apenas drones — mas em documentos classificados, o Exército mostra que faz uma distinção clara entre os dois”, escreveu Greenewald.

A repercussão nas redes gerou intenso debate entre céticos, entusiastas e pesquisadores, com destaque para o embate entre interpretações céticas e narrativas que veem nos UAPs evidências de atividades extraterrestres. Embora Greenewald tenha reiterado que os documentos não provam presença alienígena, ele criticou os céticos que descartam o fenômeno sem considerar os dados.

“Se o UAP fosse apenas um drone, por que criar uma designação separada?”, questionou Greenewald, defendendo que o fenômeno exige mais investigação, mesmo sem conclusões definitivas.

Contexto militar e burocracia ineficaz

As reuniões registradas nos relatórios ocorreram em 17 e 18 de julho de 2023, envolvendo unidades da Força Aérea dos EUA baseadas na Arábia Saudita. O objetivo foi revisar os obstáculos burocráticos que impediam o correto fluxo de informações sobre avistamentos. Os documentos destacam que os envolvidos planejaram mudanças nos procedimentos para melhorar a triagem e rastreamento de objetos aéreos, além de discutir como envolver a cadeia de comando de forma respeitosa e eficaz.

Apesar da linguagem técnica e dos trechos censurados, os relatórios mostram um cenário de preocupação militar genuína com a vigilância do espaço aéreo e com a confiabilidade das informações internas — independentemente da natureza dos objetos registrados.

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