Denunciante Matthew Brown revela o programa secreto “Immaculate Constellation”, que usa inteligência artificial para vasculhar servidores militares em busca de OVNIs

Durante uma entrevista exclusiva ao podcast Weaponized, o ex-funcionário do Departamento de Defesa dos EUA Matthew Brown quebrou o silêncio sobre um programa ultrassecreto chamado Immaculate Constellation, que teria sido criado para consolidar e analisar avistamentos de fenômenos aéreos não identificados (UAPs). Brown descreveu como teve acesso acidental a um conjunto de slides confidenciais enquanto trabalhava no Pentágono, revelando imagens e informações sobre operações envolvendo objetos voadores desconhecidos — entre eles, uma nave triangular preta observada por submarinos americanos durante uma missão de vigilância contra navios de inteligência russos no Pacífico.

“O que eu vi me congelou o sangue. E entendi que, a partir dali, eu era outra pessoa”, disse Brown ao narrar o impacto de ler transcrições internas envolvendo senadores como Marco Rubio e Elizabeth Warren discutindo o “programa legado” de engenharia reversa de artefatos não humanos.

Segundo o ex-agente, o sigilo mantido por décadas em torno do fenômeno UAP vai além de proteção tecnológica — ele compromete a dignidade humana. “Não é mais admissível privar outra geração da humanidade de seu direito de saber quem são e o que está com eles neste planeta”, declarou.

Figuras citadas na matéria

NomeCargo / FunçãoCidadePrograma / Contexto
Matthew BrownEx-analista do Pentágono (sigilo máximo SCI)Washington, EUADenunciante do ImCon
Jeremy CorbellDocumentarista e co-apresentador do WeaponizedLas Vegas, EUASérie Weaponized
George KnappRepórter investigativo (KLAS-TV)Las Vegas, EUASérie Weaponized
Lue ElizondoEx-diretor do AATIPGainesville, EUACitado como inspirador do ImCon
Sean KirkpatrickEx-diretor do AAROWashington, EUABriefings sobre OVNIs
Marco RubioSenador; vice-pres. do Comitê de InteligênciaMiami, EUACobrança sobre “programa legado”
Elizabeth WarrenSenadoraBoston, EUAAudiência sobre OVNIs
Kirsten GillibrandSenadoraNova Iorque, EUAAutora do escritório AARO
David GruschEx-oficial da Força Espacial; denuncianteDenver, EUANome banido em agências, diz Brown

O que é o Immaculate Constellation

Criado em 2018, logo após a exposição do AATIP, o ImCon atua como repositório central de dados sobre Fenômenos Aéreos Não Identificados. Brown diz que o sistema invade, automaticamente, redes sigilosas do Exército, da Marinha, da Força Espacial e de agências de inteligência, copiando fotos e vídeos gerados por satélites, drones e radares militares.

Descoberta acidental

Enquanto reorganizava pastas na rede do Gabinete do Secretário de Defesa, Brown abriu um arquivo marcado “2018 Schriever Wargame”. O segundo slide trazia o título “Immaculate Constellation” sem classificação de segurança—erro grave de arquivamento. No slide seguinte, apareceu a foto de Lue Elizondo acompanhada da frase: “Programa de Acesso Especial não reconhecido, instituído após o AATIP”.

A imagem do triângulo sobre frota russa

O terceiro slide exibia uma fotografia colorida de um triângulo negro pairando a 200 m sobre navios de inteligência da Marinha russa perto da península de Kamtchatka. O relatório indica que Moscou sabia de antemão da aparição e posicionou os navios para observação. A foto teria sido tirada por um veículo submersível clandestino dos EUA.

Esferas luminosas em instalações nucleares

Outras páginas mostravam esferas luminosas sobre laboratórios, silos e usinas nucleares norte-americanos. Brown afirma que qualquer complexo “suficientemente nuclear” atrai visitas recorrentes e que já assistiu, na rede classificada JWICS, a vídeos de até 45 minutos com esses objetos.

“Realidade paralela” mantida por elite internacional

O sistema descrito por Brown tem estrutura própria, conectada aos canais secretos da inteligência militar norte-americana:

  • Rastreio: a IA do ImCon varre metadados em redes como JWICS, SIPRNet e bases do NRO.
  • Coleta: qualquer arquivo relacionado a UAP, RV ou ARV é automaticamente clonado.
  • Centralização: todo o material vai para um banco de dados isolado, com acesso restrito.
  • Usuários: apenas nove perfis possuem credenciais — seis civis ligados ao Conselho de Segurança Nacional e três contratados sêniores.

Segundo Brown, o programa foi estabelecido como resposta direta à repercussão pública dos vídeos divulgados por Elizondo e pela matéria do New York Times em 2017. Em vez de encerrar investigações clandestinas, o governo optou por reorganizá-las em um sistema mais fechado e fora do alcance legislativo. A aparência de “transparência” com a criação da AARO seria, para Brown, apenas uma fachada.

Reação oficial

Em um trecho inédito da entrevista, Brown revela ter lido as transcrições de reuniões fechadas entre o então diretor da AARO, Sean Kirkpatrick, e senadores como Marco Rubio, Elizabeth Warren e Kirsten Gillibrand. O tema era o suposto “programa legado” — uma estrutura contínua de recuperação de objetos anômalos desde os anos 1960, sem ciência do Congresso.

“Na transcrição, Rubio pergunta: ‘Então o Executivo está tocando isso há 60 anos sem supervisão?’ E Kirkpatrick, mesmo sendo evasivo, não nega. Ali eu soube que a enganação era institucional.”

Quem é o nome censurado? Suspeitas apontam para a ex-subsecretária de Defesa Kathleen Hicks

Um dos elementos mais controversos da revelação foi a verificação feita por Brown nos registros de acesso ao documento. O nome que aparece por último antes dele foi censurado na entrevista ao podcast. Mas, conforme apurado por canais independentes e citado por comentaristas como o canal Vetted, a única pessoa com cargo de relevância no Pentágono, gênero feminino e atuação indireta em 2018 que se encaixaria no perfil seria a então analista e futura vice-secretária de Defesa Kathleen Hicks.

Brown afirmou que o nome lhe parecia familiar desde aquela época e que o considerou “curioso” por estar vinculado ao acesso daquele arquivo. Segundo ele, colegas afirmaram depois que “seria impossível” Hicks ter acessado aquele servidor. Mas o analista rebateu: “Ela estava lá, e seu nome constava”.

A hipótese se fortalece com o fato de que Hicks viria a assumir, em 2021, o controle direto sobre o escritório AARO (All-Domain Anomaly Resolution Office), encarregado das investigações formais sobre UAPs. Ela também foi apontada como responsável por censurar referências a David Grusch nos fóruns internos — o ex-oficial da Força Espacial que denunciou a existência de programas secretos de engenharia reversa.

“Mencionar o nome de Grusch em determinados ambientes profissionais era garantia de problemas. Se não fosse demissão, seria rebaixamento”, disse Brown. “Foi uma ordem não escrita, repassada verbalmente pela liderança. E o nome de Hicks circulava como a origem dessa orientação.”

Próximos capítulos

O depoimento faz parte de uma série de três episódios do Weaponized. Congressistas já solicitaram o vídeo completo e cogitam ouvir Brown sob juramento em maio. Enquanto isso, o denunciante diz estar “abrindo mão do futuro” para garantir que a sociedade conheça “quem somos, de onde viemos e com quem compartilhamos o planeta”.

Fontes

https://www.youtube.com/watch?v=ZAxI-LDrDqA
https://www.liberationtimes.com/home/whistleblower-goes-public-on-immaculate-constellation-alleges-covert-us-program-monitoring-ufos
https://nypost.com/2024/10/09/us-news/pentagon-denies-report-claiming-to-reveal-name-of-top-secret-ufo-program-for-the-first-time/

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