O Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO, sigla em inglês para All-domain Anomaly Resolution Office) publicou recentemente dois relatórios detalhando a análise de uma amostra de liga de magnésio que tem sido alvo de muita especulação. Supostamente recuperada de um veículo extraterrestre acidentado em 1947, essa amostra teria propriedades extraordinárias, incluindo funcionar como um guia de ondas em terahertz e gerar capacidades antigravitacionais.
Investigação do Laboratório Nacional de Oak Ridge
Em 2022, o AARO contratou o Laboratório Nacional de Oak Ridge (ORNL, sigla em inglês para Oak Ridge National Laboratory) para conduzir uma investigação aprofundada sobre a origem e propriedades da amostra. De acordo com o resumo do AARO em seu site, “Em 2022, o Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO) contratou o Laboratório Nacional de Oak Ridge (ORNL) para realizar testes de materiais em uma amostra de liga de magnésio (Mg). Essa amostra foi publicamente alegada como um componente recuperado de um veículo extraterrestre acidentado em 1947 e supostamente exibe propriedades extraordinárias, como funcionar como um guia de ondas em terahertz para gerar capacidades antigravitacionais. Em abril de 2024, o ORNL produziu um resumo das descobertas documentando a metodologia do laboratório para avaliar as características elementares e estruturais dessa amostra.”
Metodologia e Resultados da Análise
A investigação do ORNL envolveu uma série de testes avançados, incluindo medições da razão isotópica, análise da composição elementar e caracterização estrutural usando técnicas de microscopia e espectrometria. As descobertas, conforme documentadas nos relatórios, indicam que a amostra é de origem terrestre. A composição isotópica do magnésio e do chumbo na amostra se enquadra nos valores esperados para materiais terrestres, sugerindo que não é extraterrestre.
O relatório do AARO afirma: “O ORNL avaliou que essa amostra é de origem terrestre e que não atende aos requisitos teóricos para funcionar como um guia de ondas em terahertz (THz).” A análise revelou que as camadas de bismuto dentro da amostra estavam misturadas com chumbo, o que impede a possibilidade de ela funcionar como um guia de ondas. O relatório explica ainda que “as características elementares e estruturais dessa amostra não atendem às condições para teoricamente funcionar como um guia de ondas.”
Contexto Histórico e Características Estruturais
O contexto histórico fornecido pelo AARO adiciona outra camada à sua análise. As características da amostra são consistentes com projetos de pesquisa e desenvolvimento de ligas de magnésio do meio do século 20, que frequentemente envolviam o uso de aditivos como zinco, chumbo e bismuto para vários fins, incluindo resistência à corrosão. As faixas e características estruturais observadas na amostra estão alinhadas com técnicas de fabricação da época, como a deposição por vapor.
Conclusões e Questões Pendentes
Apesar das descobertas conclusivas, os relatórios reconhecem a longa e debatida história da amostra. Embora a análise apoie fortemente uma origem terrestre, a origem histórica exata e o propósito da amostra permanecem obscuros devido à sua cadeia de custódia não documentada e relatos pessoais conflitantes. O resumo do AARO observa que “a delaminação, oxidação e características estruturais da amostra são consistentes com a exposição a estresses ambientais e mecânicos ao longo do tempo.”
Os relatórios, divulgados pelo AARO, estão agora disponíveis para download no The Black Vault.
Referências
The Black Vault. AARO Releases Findings on Suspected Extraterrestrial Alloy. Disponível em: The Black Vault.
Oak Ridge National Laboratory (ORNL).
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