A Real Conspiração do Governo Não é Sobre OVNIs, Diz Japan Times

Recentemente, houve um aumento no interesse público sobre OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados), agora frequentemente referidos como UAPs (Fenômenos Aéreos Não Identificados). No início deste ano, após as audiências no Congresso dos EUA sobre OVNIs no verão passado, o Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios (AARO) do Pentágono divulgou um relatório de 63 páginas avaliando quase 80 anos de evidências. Sua conclusão, resumida, foi: “Não há muito o que ver aqui. Por favor, prossigam” (Japan Times).

Reação do Comitê de Inteligência do Senado

O Comitê de Inteligência do Senado dos EUA não ficou satisfeito com essa conclusão. Recentemente, aprovou a Lei de Autorização de Inteligência, que, entre outras coisas, solicita uma revisão do AARO. O projeto de lei também limita a pesquisa sobre UAPs, a menos que o Congresso seja informado, e adiciona proteções para denunciantes que desejam se manifestar (Japan Times).

A Influência de David Grusch

Afirmações menos plausíveis sobre UAPs ganharam maior circulação em parte devido aos esforços de David Grusch, que testemunhou no Congresso no ano passado sobre corpos alienígenas escondidos, veículos acidentados e conspirações secretas. Essas alegações, que não foram corroboradas por testemunhas principais, desafiam a crença e a controvérsia resultante fez com que as preocupações sobre UAPs parecessem ridículas (Japan Times).

No entanto, a verdade permanece: há avistamentos sistemáticos e dados de sensores de entidades rápidas que o governo não pode explicar. Não é necessário acreditar que sejam alienígenas para perceber que são ameaças à segurança nacional. O simples fato de que alguns pilotos militares experientes entretenham hipóteses especulativas ligadas a alienígenas sugere que o militar não está processando as informações de maneira eficaz (Japan Times).

UAPs e Segurança Nacional

Os UAPs continuarão a ser uma questão enquanto China, Rússia e possivelmente outras nações representarem ameaças à segurança nacional, porque o exército dos EUA sempre quererá identificar possíveis intrusos em seu espaço aéreo. Nenhum relatório ou processo burocrático pode fazer essas preocupações desaparecerem. Há, portanto, um equilíbrio paralisado, onde um desejo muito forte de saber encontra um objeto imóvel – a falta de conhecimento (Japan Times).

Nesse sentido, a frustração do Comitê de Inteligência do Senado, expressa por sua votação unânime de 17-0, é compreensível. O relatório do Pentágono apresenta muitas das alegações mais fracas sobre UAPs e observa que não há evidências sérias para apoiá-las. Além disso, simplesmente descarta alguns dos enigmas mais fortes sobre UAPs, como os incidentes de Nimitz ou Gimbal (Japan Times).

Reconhecendo a Ignorância

Na página 26, o relatório concede: “Uma pequena porcentagem dos casos possui características potencialmente anômalas ou preocupantes. O AARO tem mantido o Congresso totalmente informado sobre suas descobertas. A pesquisa do AARO continua nesses casos.” Essas frases deveriam estar na primeira página, e o relatório deveria ter apresentado as evidências sobre esses casos. Se fosse um trabalho de graduação, eu daria uma nota D+ (Japan Times).

A conversa entre insiders, parte da qual certamente chega aos senadores, é que alguns dos dados são muito difíceis de explicar. Algumas pessoas, como John Brennan, ex-chefe da CIA, até especularam que as evidências disponíveis podem implicar contato com uma civilização não-humana. Concordando ou discordando, a admissão é um marcador de nossa ignorância (Japan Times).

Conspiração para Esconder a Ignorância

A conspiração, na medida em que existe uma, não é para suprimir evidências de diferentes formas de vida, mas para evitar admitir a embaraçosa ausência de respostas reais. Portanto, pelo menos, o Comitê de Inteligência do Senado merece crédito por reabrir a questão (Japan Times).

Pode ser difícil entender questões tão grandes. As pessoas geralmente estão mais preocupadas em descartar a possibilidade de vida alienígena do que em admitir a possibilidade de incerteza genuína. E como até mesmo evidências parciais de alienígenas podem assustar demais o público, há um incentivo predominante para manter as questões em segredo (Japan Times).

Perguntas Cruciais

Ao pensar sobre tudo isso, tento manter duas perguntas separadas. Primeiro, existe um grande enigma a ser resolvido? E segundo, qual é a melhor explicação para esse enigma? Ajuda focar na primeira pergunta isoladamente, já que não conseguimos manter a cabeça no lugar quando se trata da segunda.

Ao admitir que há um enigma real a ser resolvido, o Comitê de Inteligência do Senado deu um passo decisivo para responder à primeira pergunta. Uma vez que esclareçamos exatamente qual é o enigma, talvez possamos fazer algum progresso para explicá-lo (Japan Times).

Tyler Cowen é colunista de opinião da Bloomberg, professor de economia na George Mason University e apresentador do blog Marginal Revolution.

Fonte principal: The Japan Times

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