Descoberto em julho de 2025, o 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar confirmado pela NASA.
Com comportamento fora do padrão, coincidências de trajetória e um protocolo internacional de vigilância ativado em plena paralisação do governo americano, o cometa dividiu especialistas e levantou novas discussões sobre o que pode estar cruzando o Sistema Solar.
Um visitante que não se encaixa no padrão
O 3I/ATLAS (C/2025 N1) foi detectado em 1º de julho de 2025 pelo sistema de alerta ATLAS-Chile.
Sua órbita hiperbólica e velocidade de 58 km/s confirmam que veio de fora do Sistema Solar.
O periélio ocorre em 29 de outubro de 2025, com aproximação segura da Terra — cerca de 270 milhões de quilômetros.
Mesmo assim, o objeto chamou atenção de astrônomos e ufólogos por uma série de comportamentos anômalos:
- Composição rica em dióxido de carbono (CO₂) e praticamente sem água;
- Mudanças rápidas na cauda, formando uma “anticauda” apontada para o Sol;
- Brilho constante e ausência de fragmentação visível;
- Direção de origem próxima ao plano galáctico, coincidindo com a região do Centro da Via Láctea.
O lado científico
Telescópios como o Hubble e o James Webb confirmaram que o 3I/ATLAS é um cometa ativo, com emissões naturais de gás e poeira.
Os espectros mostram presença de CO₂, CO e traços metálicos, fenômenos compatíveis com objetos formados em ambientes frios fora do Sistema Solar.
Nenhum registro aponta propulsão controlada ou aceleração anômala.
Segundo a NASA, o 3I/ATLAS é “um visitante interestelar incomum, mas dentro das leis naturais conhecidas”.
Para a maioria dos astrônomos, as características que geraram dúvida são raras, porém explicáveis.
O caso é considerado importante para calibrar instrumentos e modelos de formação de cometas em outros sistemas estelares.
O lado especulativo
A hipótese de que o 3I/ATLAS possa não ser um corpo natural surgiu após declarações de Jeremy Corbell e Avi Loeb.
Corbell revelou que teria sido pressionado por membros da inteligência americana a divulgar a narrativa de “uma nave se aproximando da Terra”.
Meses depois, o cometa foi descoberto, coincidindo com as previsões de John Ramirez (ex-CIA), que falava em um “evento entre 2025 e 2027”.
Já Avi Loeb, de Harvard, apontou que o 3I/ATLAS exibe comportamento e densidade diferentes de cometas comuns, sugerindo que poderia ser uma estrutura artificial.
O astrofísico chegou a mencionar emissões metálicas incomuns, como níquel tetracarbonil — um composto observado apenas em processos industriais humanos, embora sem confirmação independente até o momento.
Essas interpretações se somaram à falta de transparência em parte dos dados brutos e à coincidência temporal com o shutdown do governo americano, alimentando suspeitas sobre a real natureza do objeto.
Protocolo de vigilância internacional
No auge do interesse público, a NASA e o International Asteroid Warning Network (IAWN) lançaram um protocolo global de rastreamento do 3I/ATLAS.
O plano, chamado de “Comet Campaign 2025–2026”, ocorrerá de 27 de novembro de 2025 a 27 de janeiro de 2026, com participação de agências da Europa, Japão e América do Sul.
Segundo o anúncio oficial, o objetivo é “aperfeiçoar técnicas de medição e resposta a objetos interestelares” — o que, na prática, equivale a um teste real de defesa planetária.
O jornal New York Post noticiou que o cometa foi incluído na lista de monitoramento de ameaças da IAWN, descrevendo o evento como “ativação de um protocolo de defesa global”.
A NASA, no entanto, classificou a operação como rotina técnica, negando qualquer risco à Terra.
Atuação durante o shutdown
Mesmo com o shutdown federal iniciado em 1º de outubro de 2025, que suspendeu parte das operações governamentais, a NASA manteve o rastreamento do 3I/ATLAS ativo.
As atividades do Planetary Defense Coordination Office (PDCO) e da IAWN foram consideradas essenciais à segurança global, o que garantiu a continuidade das observações.
Cerca de 80% dos funcionários civis da agência foram afastados, mas equipes de Houston, Maryland e Pasadena seguiram monitorando o cometa, o ISS e outros ativos espaciais críticos.
O rastreamento remoto foi mantido inclusive por universidades parceiras e observatórios independentes.
Comparativo direto
| Ponto de análise | Explicação científica | Interpretação alternativa |
|---|---|---|
| Órbita hiperbólica | Trajetória natural de objeto interestelar | Rota controlada para missão de reconhecimento |
| Mudança de cauda | Efeito óptico solar e dinâmica de poeira | Emissão controlada ou propulsão direcionada |
| Composição química atípica | Formação em ambiente frio e rico em CO₂ | Produção artificial ou liga metálica incomum |
| Campanha IAWN | Treinamento técnico e vigilância preventiva | Resposta a uma possível ameaça real |
| Coincidência com shutdown e previsões | Acaso temporal | Indício de informação retida ou evento previsto |
O que acontece agora
O 3I/ATLAS deve atingir seu ponto máximo de luminosidade em dezembro de 2025, quando poderá ser observado por telescópios amadores.
A campanha internacional da IAWN vai reunir dados ópticos e espectrais até janeiro de 2026, e os resultados preliminares serão divulgados no Encontro de Defesa Planetária da ONU, em abril.
A expectativa é que novas medições confirmem a composição e a rotação do núcleo, encerrando — ou ampliando — as dúvidas sobre sua origem.
Resumo geral
- O 3I/ATLAS é real, está sendo monitorado pela NASA e pela IAWN.
- Não há risco de impacto com a Terra.
- Há dados científicos consistentes de que se trata de um cometa interestelar.
- Há coincidências e lacunas que sustentam o interesse ufológico e político.
- Ambos os lados concordam em um ponto: é o objeto mais intrigante já observado vindo de fora do Sistema Solar.
Fontes
- NASA Science — Comet 3I/ATLAS (C/2025 N1)
- Minor Planet Center — MPEC 2025-N12
- International Asteroid Warning Network (IAWN) — Comet Campaign 2025–2026
- Planetary Defense Coordination Office (PDCO)
- New York Post — “NASA group launches defense probe…” (23/10/2025)
- Avi Loeb — Medium, jul–out/2025
- Programa Weaponized (Jeremy Corbell e George Knapp), jan/2025
- Entrevistas de John Ramirez (Project Unity, 2022–2023)
- ScienceAlert, Planetary Society, Space.com, The Guardian







