Global Disclosure Day 2025: especialistas analisam o impasse do sigilo e as novas dinâmicas políticas da divulgação

O Global Disclosure Day 2025 reuniu novamente pesquisadores, ex-militares, juristas e ativistas ligados ao debate sobre fenômenos aéreos não identificados (UAPs). A transmissão, organizada pelo New Paradigm Institute, manteve o formato de anos anteriores: blocos temáticos com discussões sobre transparência, política, ciência e impacto social da divulgação.

Embora o evento aconteça anualmente, a edição de 2025 apresentou conversas mais maduras e interligadas, mostrando que parte dos envolvidos agora enxerga o tema menos como mistério e mais como questão de governança e responsabilidade pública.

Os painéis exploraram as tensões entre o Congresso e o aparato de segurança dos Estados Unidos, os limites do sigilo industrial, a ética na gestão de tecnologias emergentes e a necessidade de novos mecanismos institucionais para lidar com informações sobre inteligências não humanas.

A conversa entre Daniel Sheehan e Kevin Wright deu o tom do encontro, expondo o conflito histórico entre o poder civil e o militar. Já o ex-assessor do Senado Kirk McConnell trouxe uma visão de bastidores sobre como o Congresso tem enfrentado barreiras internas para fiscalizar programas relacionados a UAPs.

No bloco final, o Coronel Karl Nell e o pesquisador Richard Dolan ampliaram o debate, tratando da transição entre sigilo e transparência, do papel da indústria privada e dos possíveis efeitos sociais de uma revelação ampla. O encerramento coletivo reforçou o consenso entre os participantes: o debate não é mais sobre provar a existência dos fenômenos, mas sobre como administrá-los com responsabilidade.

Abertura: redefinindo o debate sobre transparência e responsabilidade pública

O evento começou com Sarah Nelson, diretora do New Paradigm Institute e do Romero Institute, contextualizando o objetivo da transmissão.
Diferente de uma abertura protocolar, a fala dela funcionou como um resumo do estado atual do movimento pela divulgação: o ponto em que estão, as dificuldades institucionais e o que ainda impede o avanço da transparência.

Sarah destacou que o tema não se resume a “discos voadores” ou teorias, mas à relação entre governo, cidadãos e informação. Ela argumentou que a ausência de transparência sobre fenômenos UAP cria um precedente perigoso: se um tema dessa magnitude pode permanecer classificado por oito décadas, qualquer outra questão pode ser igualmente ocultada.

“Quando o sigilo se torna a norma, a democracia deixa de funcionar. A questão UAP é apenas o exemplo mais visível de um problema estrutural.”

Nelson também mencionou que o instituto tem focado em propostas de regulação e auditoria civil de programas de defesa, além de educação pública sobre o que já foi oficialmente reconhecido.
Ela lembrou que, desde 2023, o próprio Pentágono admite a existência de objetos cuja origem e desempenho não são explicados pelos padrões humanos conhecidos.

Outro ponto levantado foi o da cooperação internacional. Segundo Sarah, o movimento “Citizens for Disclosure” vem recebendo adesão fora dos Estados Unidos, com grupos em formação no Canadá, Reino Unido, Espanha e Brasil. O objetivo, segundo ela, é criar uma rede cívica capaz de acompanhar legislações locais e pressionar por abertura documental coordenada.

A abertura também serviu como uma transição para o primeiro diálogo do dia. Antes de passar a palavra, Nelson resumiu o propósito central da edição 2025:

“Chegamos ao ponto em que o foco não é mais provar nada. É entender como o sigilo foi mantido, quem o sustenta e o que será feito com as informações quando elas finalmente forem públicas.”

Daniel Sheehan e Kevin Wright: a anatomia do sigilo e a crise de legitimidade institucional

O segundo bloco reuniu Daniel “Danny” Sheehan, advogado constitucional com histórico em casos de segurança nacional, e Kevin Wright, articulador político e especialista em relações institucionais.
Foi a parte mais longa e complexa do evento, marcada por uma conversa sem roteiro fixo, alternando análise histórica, bastidores políticos e discussão ética sobre o controle de informações classificadas relacionadas a fenômenos aéreos não identificados.

1. Origens do sigilo moderno

Sheehan começou traçando uma linha temporal. Segundo ele, a política de segredo sobre o tema UAP nasceu junto com o Estado de Segurança Nacional dos EUA, logo após a Segunda Guerra Mundial.
Ele descreveu 1947 como o “ano-chave” — criação da CIA, da Força Aérea independente e do National Security Act. Para Sheehan, o caso Roswell e outros incidentes semelhantes foram absorvidos nesse novo aparato, que passou a tratar tudo como questão de segurança e não de interesse público.

“Foi um rearranjo institucional. O segredo não é uma falha, é um componente do sistema.”

Kevin Wright perguntou se Sheehan via isso como um erro estratégico ou uma decisão deliberada.
Sheehan respondeu que foi deliberado, resultado de uma mentalidade militar consolidada durante a Guerra Fria: “A lógica era simples: se existe algo que desafia nossa compreensão, deve ser tratado como ameaça até prova em contrário.”

2. Mecanismos de controle e coerção

A conversa então migrou para como esse sigilo foi mantido.
Sheehan citou práticas que envolvem compartimentação de informações, uso de empresas privadas para esconder programas e ameaças diretas a quem tenta expor dados.
Ele mencionou episódios em que testemunhas militares e cientistas civis sofreram represálias, inclusive perseguição institucional.

Kevin Wright relacionou isso com o caso recente do denunciante David Grusch, ex-oficial de inteligência que afirmou ter visto provas de engenharia reversa de naves não humanas.
Sheehan concordou e usou o exemplo para ilustrar um padrão histórico:

“A mensagem é sempre a mesma: se você falar, perde a carreira, e talvez a vida. Esse medo é o cimento do sigilo.”

Segundo ele, o Congresso tem poder para reverter essa estrutura, mas não vontade. Wright reforçou que, em Washington, “as pessoas sabem o que está acontecendo, mas ninguém quer ser o primeiro a agir”.

3. Falha de fiscalização e poder paralelo

Em um dos trechos mais diretos, Sheehan afirmou que parte do complexo de defesa atua hoje fora da supervisão constitucional.
Ele disse que o sistema de “programas de acesso especial” (SAPs) criou um Estado dentro do Estado, com orçamentos fragmentados, empresas contratadas e protocolos que dificultam o rastreamento político.

“Há entidades privadas com acesso a tecnologias e informações que nem o presidente recebe. Isso é o oposto de controle civil.”

Kevin Wright perguntou como romper esse ciclo. Sheehan respondeu que é preciso legislação específica, mas, acima de tudo, pressão pública coordenada:

“Nenhum político quer ser o rosto da divulgação, mas todos terão que se alinhar quando a sociedade cobrar.”

4. A hipótese institucional e a agenda real

Nos minutos seguintes, os dois discutiram a hipótese de que parte do sigilo não se deve apenas à presença de inteligências não humanas, mas a implicações geopolíticas e tecnológicas.
Sheehan sugeriu que as descobertas associadas a esses fenômenos — especialmente em propulsão e energia — podem ameaçar setores econômicos inteiros.

“Se amanhã alguém confirmar que existe tecnologia capaz de eliminar o uso de combustíveis fósseis, o impacto econômico seria imediato. O segredo protege interesses, não a segurança nacional.”

Wright acrescentou que a resistência política à divulgação pode estar ligada a contratos bilionários com o setor aeroespacial, e não ao medo do público.

5. Conclusão: um impasse de poder

O diálogo terminou com um consenso entre os dois: o sigilo atual não é sustentável e se tornou um problema institucional antes mesmo de ser científico.
Sheehan chamou o fenômeno de “crise de legitimidade”, comparando-o à resistência inicial à publicação dos Pentagon Papers.

“O que está em jogo não é a existência de naves, é a confiança do cidadão nas estruturas que dizem representá-lo.”

Wright encerrou o bloco com uma síntese pragmática:

“O governo não vai divulgar porque quer. Vai divulgar porque será forçado — política, social e moralmente.”

Sarah Nelson retoma o fio político e Kirk McConnell detalha o bloqueio institucional no Congresso

Depois da longa conversa entre Sheehan e Wright, Sarah Nelson voltou ao centro da transmissão para amarrar os temas e contextualizar a transição para o próximo bloco.
O tom dela foi mais técnico: ela resumiu os pontos-chave — sigilo institucionalizado, poder paralelo e resistência política — e afirmou que o debate agora precisa sair do campo jurídico e entrar no da gestão pública concreta.

“Não adianta mais discutir se existe ou não sigilo. Ele existe. A questão é: o que as instituições democráticas estão dispostas a fazer diante disso?”

Nelson reforçou que o foco do New Paradigm Institute vem mudando: a prioridade, agora, é operacionalizar a transparência — ou seja, propor mecanismos reais para fiscalizar programas secretos e envolver órgãos civis na auditoria.
Foi nesse contexto que ela introduziu Kirk McConnell, que trabalhou por mais de 20 anos no Comitê de Serviços Armados do Senado, um dos grupos legislativos que teoricamente teria acesso aos relatórios mais sensíveis do governo americano.


1. O olhar interno: como o Congresso perdeu o controle

Logo no início, McConnell deixou claro que o problema não é falta de lei, e sim de acesso.
Ele explicou que o Congresso tem prerrogativas para supervisionar programas de defesa, mas, na prática, muitas operações são blindadas por exceções criadas no pós-11 de setembro.

“Há programas que só existem no papel para justificar verba, enquanto os verdadeiros orçamentos operam em estruturas paralelas. É um modelo impossível de auditar.”

Ao ser questionado por Sarah sobre o avanço do UAP Disclosure Act, McConnell fez questão de corrigir uma interpretação comum: ele não é o autor do texto, mas participou de revisões técnicas e de articulações entre gabinetes.
O projeto, segundo ele, não nasceu de entusiasmo ufológico, mas de preocupações constitucionais — especialmente sobre o controle civil do orçamento militar.

“O projeto não tenta provar nada sobre naves ou extraterrestres. Ele tenta garantir que o Congresso possa ver o que financia.”


2. Por que o sigilo persiste

McConnell descreveu a resistência à divulgação como burocrática e cultural.
Muitos servidores e oficiais temem que abrir dados sobre fenômenos aéreos não identificados exponha falhas de vigilância, vulnerabilidades tecnológicas e incompetências internas.

“Ninguém quer ser lembrado como o general que perdeu um objeto não humano no radar”, ironizou.

Ele também mencionou a pressão de grupos contratados — especialmente no setor aeroespacial — que atuam para evitar a desclassificação de contratos antigos.
Segundo McConnell, boa parte dos “projetos UAP” provavelmente são misturas de tecnologia humana experimental e dados incompletos, o que complica qualquer tentativa de divulgação pública sem distorções.

“Temos documentos que misturam tecnologia militar, relatos de pilotos e observações anômalas. Separar o que é secreto porque é humano do que é secreto porque é desconhecido é um pesadelo técnico.”


3. A disputa entre transparência e segurança

Sarah perguntou se ele acreditava que o Congresso realmente quer resolver o impasse.
McConnell respondeu com cautela: “Alguns querem. Outros querem apenas ser vistos como interessados.”
Ele explicou que há divisões internas claras entre senadores mais reformistas, que pedem abertura, e outros ligados ao setor de defesa, que consideram o tema um “problema de segurança nacional permanente”.

A conversa entrou então num ponto interessante: a hipótese da divulgação controlada — uma liberação gradual e seletiva de informações, coordenada entre governo e imprensa, para evitar impacto econômico e social.
McConnell afirmou que essa hipótese é plausível e que “ninguém espera um único momento de revelação”, mas um processo fragmentado.

“Provavelmente, a sociedade vai perceber que a divulgação aconteceu olhando para trás, e não vendo um anúncio oficial.”


4. Conclusão do bloco

Antes de encerrar, Sarah Nelson destacou que o testemunho de McConnell traz credibilidade institucional ao movimento, ao mostrar que parte do sistema reconhece a disfunção, mesmo sem aderir às hipóteses mais radicais.
Ela reforçou que a missão do New Paradigm Institute não é confirmar narrativas, mas reconstruir confiança pública e estabelecer pontes entre política, ciência e cidadania.

“O Congresso não precisa acreditar em UAPs. Precisa acreditar na importância da verdade.”

Citizens for Disclosure e a ampliação do debate público

Após a conversa com Kirk McConnell, Sarah Nelson retomou o palco virtual para destacar o crescimento do movimento Citizens for Disclosure, criado pelo próprio New Paradigm Institute para transformar a pressão popular em instrumento político.

O bloco teve caráter mais operacional: Sarah apresentou dados, resultados e planos. Ela informou que o movimento já atua em 32 estados norte-americanos, com coordenação local e atividades regulares — desde reuniões com legisladores até ações educativas sobre o processo de desclassificação de documentos.

O objetivo, segundo ela, é organizar o cidadão comum como fiscal e interlocutor, não apenas como espectador.

“O debate sobre transparência só avança quando sai dos círculos institucionais. Precisamos de cidadãos treinados para entender e questionar a linguagem burocrática que sustenta o sigilo.”

Em seguida, foram exibidos vídeos curtos de lideranças estaduais e depoimentos gravados de advogados, militares reformados e cientistas independentes.
Os depoimentos tinham uma linha comum: todos reconheciam que a questão UAP é apenas a ponta de um problema mais amplo — o excesso de classificação e a falta de accountability do sistema americano de defesa.

Uma pesquisadora do grupo do Texas afirmou:

“Se um programa pode existir fora do escrutínio público por 40 anos, a Constituição não está sendo aplicada de forma plena.”

Outro depoente, da Califórnia, reforçou:

“Não se trata de acreditar ou não em extraterrestres. Trata-se de acreditar ou não em democracia.”

Sarah Nelson concluiu esse segmento com uma observação prática: o Citizens for Disclosure está desenvolvendo modelos de legislação estadual, para obrigar governos locais a divulgarem contratos e relatórios de empresas de defesa ligadas a programas de pesquisa aeroespacial avançada.
Ela explicou que o modelo segue o mesmo princípio de leis de acesso à informação, mas aplicado ao nível local e com foco em dados orçamentários.

“A transparência precisa ser granular. Não adianta esperar apenas por decisões federais.”


Transição para o debate final

Com essa fala, o evento entrou em sua parte mais técnica e analítica: o painel entre Richard Dolan e o Coronel Karl Nell, moderado por Sarah Nelson.
Antes do início, ela destacou que o painel encerraria o evento com uma abordagem mais estrutural, discutindo como a sociedade deve se preparar para o que chamou de “era pós-sigilo”.

“A pergunta não é mais ‘o que são os UAPs?’, mas ‘como reagiremos se o assunto deixar de ser segredo de Estado e passar a ser parte da vida civil?’.”

Richard Dolan e Coronel Karl Nell: transparência, tecnologia e o limite do controle

O último painel do evento reuniu Richard Dolan, pesquisador e historiador reconhecido por seu trabalho sobre o sigilo governamental, e o Coronel Karl Nell, ex-oficial do Exército e executivo da indústria aeroespacial.
A conversa foi mediada brevemente por Sarah Nelson, que apresentou Nell como “alguém que viveu de dentro as estruturas que hoje discutimos” — reforçando que ele atuou tanto no Pentágono quanto em programas estratégicos ligados à aviação e defesa.

Logo na introdução, Sarah explicou que o objetivo do painel era confrontar duas visões complementares:
de um lado, o histórico do sigilo e seus efeitos sociais; de outro, a visão prática de quem já esteve inserido no sistema que o sustenta.


1. O pano de fundo: sigilo como sistema

Richard Dolan abriu o diálogo contextualizando a discussão. Ele disse que, nas últimas duas décadas, o sigilo sobre fenômenos aéreos não identificados deixou de ser apenas uma política de segurança e se tornou um sistema econômico e cultural, com orçamentos, departamentos e até carreiras dedicadas à manutenção do segredo.

“O sigilo virou uma indústria. E como toda indústria, ela se protege.”

Dolan argumentou que o público precisa compreender que a resistência à abertura não é apenas medo do impacto social, mas um mecanismo de autopreservação dentro do Estado e das corporações contratadas.
Ele também lembrou que a própria estrutura de programas de acesso especial (SAPs) permite subdividir orçamentos e dificultar a fiscalização, tornando quase impossível rastrear quem realmente controla certas pesquisas.


2. O ponto de vista institucional

O Coronel Karl Nell respondeu reconhecendo parte dessa crítica, mas enfatizando que há motivos técnicos legítimos para a manutenção do sigilo em determinados casos.
Segundo ele, muitas observações e relatórios UAP envolvem tecnologias sensíveis — tanto americanas quanto estrangeiras — e abrir esses dados sem contextualização poderia comprometer segredos industriais, patentes e protocolos militares.

“O segredo absoluto é disfuncional, mas a transparência sem gestão também é perigosa.”

Nell defendeu a criação de mecanismos de auditoria híbridos, com representantes civis e técnicos credenciados, para revisar periodicamente o que pode ser desclassificado.
Ele ressaltou que a falta de processos formais de revisão é o que transforma o sigilo temporário em segredo permanente.

Dolan concordou parcialmente, mas destacou que o problema vai além de burocracia:

“Quando não há supervisão externa, a exceção vira regra. E a regra vira cultura.”


3. O impacto tecnológico e econômico

A conversa evoluiu para o tema mais delicado: o potencial tecnológico do fenômeno UAP.
Dolan afirmou que diversas fontes — civis e militares — sugerem que parte do material coletado ao longo das décadas poderia revelar princípios de propulsão e energia avançados, mas que isso permanece inacessível à comunidade científica por estar sob controle de contratos corporativos fechados.

“Se a informação for real, o que está sendo protegido não é um mistério, é uma vantagem industrial.”

Nell foi cauteloso. Disse que não pode confirmar a existência de tais tecnologias, mas admitiu que há projetos em andamento que estudam objetos com comportamento não convencional.
Ele reforçou que, mesmo se houver descobertas disruptivas, é preciso preparar o ambiente político e regulatório antes de abrir qualquer dado.

“A questão não é se existe algo, mas se estamos prontos para lidar com as consequências de saber.”

Sarah Nelson interveio para reforçar esse ponto, observando que a “transparência sem preparação” pode gerar pânico, especulação e oportunismo político, desviando o foco da responsabilidade institucional.


4. Governança e ética

Na parte mais técnica do painel, Dolan e Nell discutiram como construir um modelo ético de governança.
Nell propôs que futuros programas relacionados a UAPs adotem uma estrutura de três níveis:

  1. Acesso técnico restrito – reservado a equipes operacionais e científicas.
  2. Supervisão civil limitada – com relatórios periódicos entregues a um comitê misto do Congresso.
  3. Transparência pública gradual – liberação planejada de relatórios e sumários, evitando vazamentos ou distorções.

Dolan considerou o modelo um bom ponto de partida, mas alertou para o risco de autocontenção — o sistema criar um “novo segredo legalizado”.

“O ideal seria que toda decisão de manter algo em sigilo precisasse de justificativa revisável, com prazo e responsável nomeado.”

Ambos concordaram que o sigilo total não é mais sustentável, mas que a transição precisa ser administrada como uma mudança institucional e não um ato isolado.


5. Conclusões e mensagens finais

Nos minutos finais, os dois convergiram em um diagnóstico claro:

  • O fenômeno UAP é real, no sentido de que existe e é monitorado por agências governamentais.
  • O problema principal não é comprovar isso, mas integrar o conhecimento de forma pública e responsável.
  • O risco maior hoje é perder a confiança da sociedade, caso o governo continue tratando o tema como tabu.

Richard Dolan resumiu:

“O sigilo é um vício institucional. A cura começa quando o público deixa de pedir permissão para saber.”

Karl Nell encerrou com uma visão mais técnica e pragmática:

“O segredo deve servir à segurança, não ao medo. E a segurança se fortalece quando as instituições são maduras o suficiente para lidar com a verdade.”

Com isso, Sarah Nelson agradeceu os dois e chamou os demais participantes para a tela, iniciando o encerramento coletivo que fechou a transmissão.

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