Jesse Michels, apresentador do programa American Alchemy, ofereceu publicamente US$ 100 mil ao ex-diretor da AARO, Sean Kirkpatrick, para participar de uma entrevista sem edições sobre as recentes reportagens do Wall Street Journal que minimizam denúncias de engenharia reversa de naves não humanas. A proposta, feita no X (Twitter), dobra um valor inicial de US$ 50 mil após um amigo do apresentador prometer cobrir o dobro da oferta.
Entenda o contexto: WSJ minimiza programa secreto de engenharia reversa
Tudo começou com a publicação de duas reportagens assinadas por Joel Schectman no Wall Street Journal, nas quais se argumenta que relatos sobre programas secretos de engenharia reversa de OVNIs seriam fruto de má interpretação, desinformação interna e teorias de conspiracionistas. O artigo ignora testemunhos de denunciantes como David Grusch e informações classificadas entregues à AARO.
Indignado com o que considera uma distorção, Jesse Michels desafiou Sean Kirkpatrick a explicar sua participação nessas investigações. “Se ele estiver certo e for sincero em suas posições, os incentivos básicos se aplicam”, escreveu o apresentador. O único requisito seria que a entrevista não fosse editada.
Repercussão: ceticismo, apoio e críticas
A proposta de US$ 100 mil gerou controvérsia. Parte do público considera a oferta uma armadilha midiática ou uma forma de coagir Kirkpatrick. Outros argumentam que ele poderia aceitar e doar o dinheiro a instituições de caridade, aproveitando a visibilidade para esclarecer seu papel na AARO.
James Fox, conhecido documentarista do setor ufológico, classificou as reportagens do WSJ como “pura balela” e disse que o envolvimento de Kirkpatrick nos artigos “tem suas digitais por toda parte”. Segundo ele, o ex-diretor da AARO ignorou dados cruciais fornecidos por testemunhas credenciadas, inclusive relatórios classificados com nomes e locais de armazenagem de supostas tecnologias não humanas.
Fox também compartilhou trecho de conversa com o atual chefe da AARO, Dr. Jon T. Kosloski, que teria afirmado:
“James, eu não posso nem pentear o cabelo sem a aprovação do Departamento de Defesa. Pode me citar.”
Debate sobre transparência e credibilidade
O episódio ressalta a crescente polarização entre os que exigem mais transparência sobre o fenômeno UAP (Fenômenos Aéreos Não Identificados) e os que buscam desacreditar o assunto com base em relatórios oficiais vagos ou seletivos. Michels defende que se cobrem provas também das reportagens céticas, não apenas das alegações extraordinárias:
“Se pedimos fontes e evidências para quem diz que há OVNIs, o mesmo deveria valer para quem diz que tudo é besteira.”
Entre omissões e manipulação narrativa
Críticos apontam que o Wall Street Journal ignorou relatos como os de Robert Salas — ex-oficial da Força Aérea — sobre desligamentos inexplicáveis de ogivas nucleares, além de inúmeros testemunhos sob juramento entregues ao Congresso. Fox considera o artigo um exemplo clássico de “mentira por omissão”.
Para muitos entusiastas e investigadores, a proposta de entrevista representa uma oportunidade rara: colocar frente a frente o ex-chefe do órgão oficial responsável por investigar OVNIs e uma audiência disposta a debater de forma honesta e sem cortes.
A pergunta que fica é: Sean Kirkpatrick vai aceitar os US$ 100 mil e dar sua versão sem filtros?