Defesa Planetária: Conheça o Cientista que Contribuiu para o Plano de Resposta a Asteroides da NASA

O conceito de defesa planetária envolve o monitoramento e a preparação para a possível colisão da Terra com asteroides ou cometas, eventos que podem ter consequências catastróficas. Lindley Johnson, um dos pioneiros dessa área e ex-oficial de Defesa Planetária da NASA, liderou a criação do Departamento de Coordenação de Defesa Planetária da agência espacial em 2016. Em uma entrevista exclusiva à Space.com, Johnson compartilhou sua experiência de mais de 30 anos, trabalhando para garantir a segurança do planeta contra ameaças vindas do espaço.

Johnson, que iniciou sua carreira na Força Aérea dos Estados Unidos antes de se juntar à NASA, foi um dos responsáveis por estruturar os protocolos de resposta a impactos de asteroides. Ele enfatizou que a paciência e a persistência foram cruciais para o sucesso das iniciativas da NASA na defesa planetária, destacando que “defesa planetária é saber o que está lá fora e o que pode nos causar dano.”

Avanços no Monitoramento e Prevenção

Recentemente, o asteroide 2024 YR4 gerou grande atenção devido à possibilidade de impactar a Terra em 2032, embora as chances de colisão sejam mínimas. A detecção precoce e a precisão das observações feitas por redes internacionais, como a Rede Internacional de Aviso de Asteroides (IAWN), permitem que cientistas monitoram e atualizem as probabilidades de impacto. A detecção de objetos potencialmente perigosos passa por um processo rigoroso de observação e modelagem, comparando os resultados das diferentes agências espaciais.

Johnson também destacou a importância das missões da NASA e de agências internacionais para entender melhor o comportamento e a composição dos asteroides. O Telescópio NEO Surveyor, previsto para ser lançado em 2027, será uma ferramenta crucial para detectar asteroides que são tanto brilhantes quanto escuros, ampliando ainda mais o monitoramento do espaço.

A Ameaça de Apophis e a Resposta Global

Um dos asteroides mais estudados atualmente é Apophis, que passará muito próximo da Terra em 2029. Johnson falou sobre os planos para acompanhar esse asteroide e como as missões em andamento, como o OSIRIS-APEX da NASA, estão preparando a humanidade para entender melhor os efeitos de uma aproximação tão próxima. A análise da órbita e composição desses objetos é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de mitigação, incluindo a deflexão de asteroides, utilizando técnicas como impacto cinético ou tração gravitacional.

O Futuro da Defesa Planetária

Para Johnson, o próximo grande passo na defesa planetária é a resposta rápida. Em caso de detecção de um objeto potencialmente perigoso, a capacidade de enviar uma missão para estudar rapidamente sua composição e trajetória será vital. Ele também destacou a necessidade de desenvolver e demonstrar novas técnicas de mitigação, como o impacto cinético ou o uso de feixes de íons, que podem desviar a rota de asteroides em direção à Terra.

Apesar dos avanços, Johnson acredita que ainda há muito trabalho a ser feito. A defesa planetária, enquanto um campo altamente técnico e especializado, continua sendo uma prioridade crescente para a NASA e outras agências espaciais ao redor do mundo. “Temos um programa de defesa planetária bem estabelecido na NASA, mas temos mais trabalho a fazer,” concluiu.

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