O portal Phys.org publicou recentemente um artigo sobre um novo estudo liderado pelo físico Kevin Knuth, da Universidade Estadual de Nova York, no qual sugere que somente agora estão sendo feitas pesquisas científicas legítimas sobre UFOs. No entanto, essa narrativa ignora deliberadamente décadas de investigações rigorosas realizadas por cientistas e órgãos governamentais ao redor do mundo.
O estudo, publicado no arXiv, analisa aproximadamente 20 investigações oficiais e privadas desde 1933, conduzidas em países como Estados Unidos, Canadá, França, Rússia e China, demonstrando que a pesquisa científica sobre UFOs sempre existiu – o problema foi a falta de reconhecimento da comunidade acadêmica e a barreira imposta pelo sigilo governamental.
O Phys.org abre seu artigo com um tom de desdém, afirmando que a nova terminologia para UFOs – agora chamados de UAPs (Unidentified Aerospace-Undersea Phenomena) – ajudaria a tornar o assunto mais “aceitável”, insinuando que a seriedade do tema foi comprometida por “histórias fantasiosas de espaçonaves alienígenas”. Essa abordagem ignora o fato de que pesquisas sérias sobre UFOs vêm sendo conduzidas há décadas, mas foram marginalizadas por questões políticas e institucionais.
O artigo ainda reforça a falsa ideia de que estudos anteriores não eram científicos o suficiente, quando na realidade foram as próprias instituições acadêmicas e governamentais que bloquearam ou esconderam dados sobre UFOs, impossibilitando o avanço da pesquisa. A prova disso é o programa secreto Advanced Aerospace Threat Identification Program (AATIP), que operou dentro do Departamento de Defesa dos EUA por seis anos, acumulando mais de 200.000 casos documentados e centenas de estudos técnicos que jamais foram divulgados ao público ou ao Congresso.
O que um estudo científico de UFOs realmente exige?
O estudo de Knuth propõe que futuras pesquisas adotem metodologias rigorosas, utilizando sensores múltiplos e técnicas científicas reconhecidas. Essa abordagem, longe de ser nova, já havia sido sugerida em investigações anteriores – mas foi ignorada ou desqualificada por governos e pela comunidade científica, que preferiram manter o tema no campo do tabu.
O Phys.org, ao invés de reconhecer essa falha histórica, prefere sugerir que o problema foi a falta de uma abordagem científica apropriada, quando na verdade o maior entrave sempre foi o preconceito institucional e o sigilo governamental.
Com o crescente número de pesquisas sobre UFOs sendo publicadas, está cada vez mais evidente que a verdadeira barreira ao entendimento desses fenômenos nunca foi a ausência de estudos sérios, mas sim a resistência em aceitá-los como um tema legítimo. E, infelizmente, portais como o Phys.org continuam contribuindo para essa distorção da realidade.
O Estudo:
O artigo “The New Science of Unidentified Aerospace-Undersea Phenomena (UAP)”, liderado por Kevin Knuth e publicado no arXiv, é um estudo abrangente sobre a pesquisa científica de UFOs (que no documento são chamados de UAPs). Ele revisa aproximadamente 20 estudos históricos governamentais e privados, cobrindo esforços desde 1933 até os dias atuais, realizados em países como Estados Unidos, Canadá, França, Rússia e China. O objetivo central é demonstrar que UFOs sempre foram um fenômeno global e que já foram alvo de investigações científicas rigorosas ao longo das décadas, mesmo com a resistência da academia e do governo.
Principais pontos do artigo
1. Os UFOs sempre foram estudados cientificamente
O estudo rebate a ideia de que só agora os UFOs estão sendo investigados com seriedade. Ele mostra que, desde os anos 1930, engenheiros, cientistas e militares têm relatado e estudado esses fenômenos com metodologias científicas.
2. Os principais desafios da pesquisa sobre UFOs
Os autores identificam dois grandes obstáculos para a investigação científica dos UFOs:
- A dificuldade de coleta de dados, já que esses fenômenos não são controláveis nem repetíveis, tornando sua observação mais semelhante à de eventos raros, como terremotos e supernovas.
- O estigma acadêmico e a resistência governamental, que dificultaram por décadas a aceitação do tema dentro da ciência.
3. Programas governamentais secretos sobre UFOs
O artigo detalha diversos programas secretos e iniciativas governamentais de pesquisa sobre UFOs, como:
- Project Blue Book (EUA, 1952-1969): O estudo oficial da Força Aérea Americana, que, apesar de documentar milhares de casos, foi usado mais para desacreditar avistamentos do que para investigá-los seriamente.
- AATIP (Advanced Aerospace Threat Identification Program): Operado pelo Pentágono entre 2007 e 2012, acumulou mais de 200.000 casos documentados e produziu centenas de estudos técnicos, mas seus resultados continuam ocultos do público e até do Congresso dos EUA.
- Projetos na Rússia e China: O estudo também revela como essas nações vêm conduzindo pesquisas sobre UFOs de maneira mais aberta do que os EUA.
4. O uso de tecnologia para um estudo sério de UFOs
Os autores defendem que a única forma de avançar na pesquisa sobre UFOs é utilizar instrumentação científica de ponta, incluindo:
- Múltiplos sensores e câmeras de espectro amplo, como infravermelho, ultravioleta e radares.
- Análises estatísticas rigorosas, usando abordagens similares às da física de partículas para identificar padrões reais nos dados.
- Uso de satélites para coleta de informações, aproveitando imagens de alta resolução e ferramentas como aprendizado de máquina para identificar padrões anômalos.
5. A importância dos UFOs em operações militares e nucleares
O artigo também menciona incidentes documentados envolvendo UFOs e instalações militares e nucleares, incluindo:
- Avistamentos recorrentes perto de bases nucleares, como nos EUA e na antiga União Soviética.
- O caso dos misseis nucleares desativados por UFOs na Base Aérea de Malmstrom, em 1967.
- Relatos de militares sobre UFOs submersíveis (USOs), que demonstram capacidade de transição entre ar e água sem resistência aparente.
6. Propostas para futuras investigações científicas
O estudo enfatiza que a pesquisa sobre UFOs deve ser conduzida com abertura, rigor científico e colaboração internacional, e sugere a criação de programas de longo prazo, como ocorre em outros campos científicos.
Conclusão: um novo momento para a ciência dos UFOs
O artigo marca um ponto de virada ao reconhecer que UFOs sempre foram estudados, mas que a resistência acadêmica e o sigilo governamental impediram o avanço das pesquisas. Ele propõe que novas metodologias científicas e tecnologias modernas podem finalmente permitir um estudo sistemático e objetivo desses fenômenos.
Fontes: