Um novo estudo intitulado “The New Science of Unidentified Aerospace-Undersea Phenomena (UAP)”, publicado no arXiv, reúne uma equipe multidisciplinar de cientistas de renomadas instituições para revisar investigações científicas e governamentais sobre os UFOs, buscando uma abordagem sistemática para sua análise. Embora o artigo ainda não tenha passado por revisão por pares, ele foi elaborado por pesquisadores de instituições respeitadas, incluindo a Universidade de Albany (SUNY), Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, Stanford University, Julius-Maximilians Universität Würzburg, Nordic Institute for Theoretical Physics (Nordita) e o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES).
O Histórico dos Estudos sobre UFOs
Desde o início do século XX, relatórios sobre UFOs têm sido documentados em todo o mundo. Durante a Segunda Guerra Mundial, pilotos aliados relataram avistamentos de objetos luminosos conhecidos como Foo Fighters. No pós-guerra, os Estados Unidos iniciaram investigações oficiais, como:
- Projeto SIGN (1948) – considerou a hipótese extraterrestre.
- Projeto GRUDGE (1949) – minimizou o fenômeno.
- Projeto BLUE BOOK (1952-1969) – coletou e analisou milhares de casos.
Países como França, Rússia e China também conduziram investigações próprias, com destaque para a criação do GEIPAN na França, que continua estudando fenômenos aeroespaciais até hoje.
O Retorno do Interesse Científico
O interesse por UFOs ganhou novo fôlego em 2017, quando o New York Times revelou a existência do Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP) do Pentágono. Desde então, o governo dos EUA vem publicando relatórios oficiais e promovendo audiências no Congresso. Em 2022, foi criada a All-Domain Anomaly Resolution Office (AARO) para centralizar investigações sobre esses fenômenos.
Principais Características dos UFOs
O estudo destaca cinco características frequentemente associadas aos UFOs, que desafiam explicações convencionais:
- Sustentação sem superfícies aerodinâmicas.
- Aceleração instantânea.
- Velocidades hipersônicas sem assinatura térmica.
- Capacidade de transição entre ar, água e espaço.
- Baixa observabilidade ou camuflagem.
Algumas ocorrências também incluem um efeito adicional: impactos fisiológicos em humanos e animais expostos ao fenômeno.
Projetos Atuais de Pesquisa
A nova onda de interesse científico tem motivado diversas iniciativas para estudar UFOs com rigor acadêmico:
- Projeto Hessdalen (Noruega) – monitora luzes anômalas desde 1984.
- Galileo Project (EUA) – busca evidências científicas de tecnologias desconhecidas.
- VASCO (Suécia) – analisa registros astronômicos em busca de anomalias.
- Sky360 – rede global de sensores para monitoramento do céu.
Pontos Positivos do Estudo
- Autoria Qualificada – Conduzido por cientistas de instituições renomadas, garantindo credibilidade.
- Abordagem Científica – Foco em observação, instrumentação e registros documentados, evitando teorias especulativas.
- Compilação Abrangente – Revisão histórica e análise aprofundada de padrões observados ao longo de décadas.
- Foco em Coleta de Dados – Propostas concretas para superar a falta de registros sistemáticos.
- Desmistificação e Estímulo à Pesquisa – Reduz o estigma acadêmico sobre o tema e encoraja investigações sérias.
Desafios da Pesquisa e o Futuro
O maior obstáculo na pesquisa dos UFOs é a falta de dados sistemáticos e a estigmatização do tema. O estudo propõe o uso de sensores ópticos, espectroscopia e inteligência artificial para análises mais precisas, além da cooperação internacional para melhorar a coleta e o compartilhamento de informações.
Conexão com a Ufologia Moderna
A ciência está cada vez mais próxima de encarar os UFOs como um fenômeno legítimo, digno de investigação rigorosa. Se antes o tema era relegado ao campo das especulações, hoje ele se posiciona como uma questão científica relevante, com potenciais implicações para a segurança nacional, a astronomia e até mesmo a exploração espacial.